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500 Words
Falcão; Falcão: Se acalma Jadesinha - passei a mão no cabelo dela - Se acalma. Tava sem ter o que falar! Ela chegou em casa reclamando de dor, bagulho de cólica. Coisa de mulher mesmo. Foi no banheiro fazer as paradas delas e a cria dela saiu. Bagulho de aborto espontâneo. Na moral, a guria tá destruída. Não fala um a desde essa hora. Só chora um pouco e depois fica olhando pro nada.. Falcão: Fala comigo pô, ou vou te levar lá no postinho - ela negou e ergueu a cabeça secando o rosto. Jade: Não, por favor - concordei e ela sorriu - Eu só quero, deitar e conversar com vous. Dei risada e ela levantou a cabeça se olhando no espelho. Aí começou a rir que nem b***a. Falcão: Tá doida? - ela parou de rir e me deu um beijo - Nem parece que tava chorando até agora pouco. Jade: Eu sou sensível - beijou meu rosto - Minha mãe sempre me dizia uma coisa.. Tout dans le temps, du tout-puissant. Falcão: Não entendo nem português, quem dirá Francês - ela gargalhou e passou a mão no meu rosto. Jade: Tudo no tempo, do todo poderoso - concordei. Falcão: Isso significa, que não posso te oferecer uma transa que te engravide de um filho meu? Jade: Tentador.. Mas agora não, nós precisamos crescer juntos? - concordei e ela concordou também - Acho que é amadurecer, a palavra.. e você já tem muita idade. Mas agora eu não quero outro filho.. não tô preparada agora. Falcão: Muita idade tem meu p*u - ela riu - Eu sou mais velho. Jade: Isso, usei palavras diferentes - saiu de cima de mim - Mas deu pra entender. Tem muitas coisas pra gente aprender, juntos. Falcão: Que isso em. Jadesinha toda sensata, com papo bonito de futuro- deitei em cima dela. Jade: Não deita no meu peito, dói - ri e fui pro lado abraçando ela - Me conta da sua vida? Neguei e ela já fez um bico bonitinho. Jade: Por favor - sorriu - Eu contei a minha pra você, fala vai. Falcão: Vou resumir pra tu. Nunca conheci minha família, nem pai, mãe ou qualquer outra coisa. Pra tu ter idéia, fui adotado por uma senhora f**a tá ligada? Mas aí o tempo dela foi curto, morreu uns anos depois. Nessa época eu tinha meus quatorze anos, saí pelo mundo e fui parar lá no Alemão, entrei pro tráfico.. E assim foi, até meu tio aparecer, foi um bagulho sinistro. Mas gostei de ter tido a oportunidade de conhecer pelo menos alguém da minha família. Ela escutou tudo quietinha, enquanto eu falava ela ficou desenhando as minhas tatuagens do braço com os dedos. Jade: Caio? A gente, nós somos família? - me encarou curiosa. Falcão: Com certeza, quando der vamos ter uma renca de crianças tá ligado? Mas antes, nós vai atrás do teu filho. Ela sorriu e me abraçou colocando a cabeça perto do meu pescoço.
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