📍 NARRADO POR DANIEL VASCONCELOS Entrei com a minha mãe e fui direto pro corredor. — Vou subir um pouco, mãe. — falei curto. — Vai, meu amor. Tô aqui embaixo. — a voz da Viviane veio baixa, firme. Fechei a porta do quarto com cuidado. O ventilador fazia o mesmo chiado antigo. No encosto da cadeira, a blusa cinza dela. No criado-mudo, o batom gasto, o brinco sem par, o papel de bala amassado. A cama… com o travesseiro ainda amassado do jeito que ela dormia. Sentei no chão, costas na parede, e deixei o quarto me engolir um minuto. A maçaneta virou. Meu pai. Jonatha entrou devagar, bateu a porta com o calcanhar e parou um segundo me olhando como quem mede ferida sem encostar. Puxou a cadeira, se sentou de frente pra mim, perna aberta, cotovelos nos joelhos. — Como é que tu tá? — pergu

