📍 NARRADO POR DANIEL VASCONCELOS
O sol se deitava devagar no horizonte, tingindo o céu de um laranja sujo, quase enferrujado. O tipo de cor que combina com sangue seco.
O vento da ladeira bateu no meu rosto, carregando aquele cheiro de asfalto quente misturado com fritura e poeira de obra.
O morro embaixo respirava como fera inquieta — barulhos miúdos de gente na laje, eco de moto cortando beco, música distante com o grave batendo no peito.
Mas nada disso importava.
Eu só ouvia o compasso do meu próprio passo.
Ritmo de execução.
No pé da escadaria, três motos já me esperavam.
Bruno encostado na primeira, cigarro pela metade, colete aberto.
Dois caras da base nova no lado, fuzil na mão e nervosismo no olho.
— “Mapa na mão.” — falei antes de qualquer cumprimento.
Ele me entregou u
