Alice ficou me olhando como quem sabe que vai se arrepender depois, mas já tava meio rendida. Soltou um suspiro comprido, apoiou os cotovelos na mesa e falou baixo, como se já fosse um pacto secreto: — “Tá… Helena, eu te levo. Mas não sai do meu lado. Sério. Aqui não é shopping, não é calçadão… um passo errado e você já tá no radar de gente que é melhor nem saber o nome.” Eu abri um sorriso lento, daqueles que só pioram a reputação da gente. — “Relaxa, Alice. Eu sei andar onde não devo.” Ela franziu a testa, inclinando a cabeça como se quisesse reforçar a gravidade: — “E se o Daniel souber…” — fez uma pausa dramática, me encarando fundo — “…aí você me enterra junto, porque ele não vai pensar duas vezes antes de me matar primeiro.” Ri curta, balançando a cabeça. — “Ele não vai saber.

