capitulo 72

1205 Words

📍 NARRADO POR DANIEL A fumaça já tinha acabado, mas o gosto amargo dela ainda raspava na garganta. O peito pesava, como se cada lembrança tivesse sido prego cravado dentro. Passei a mão pelos cabelos de novo, puxando forte, até doer. Era a única forma de não gritar. Olhei pro céu, pros poucos clarões que furavam as nuvens carregadas, e falei baixo, como quem reza pra fantasma: — “Acho que tá na hora de eu deixar tu descansar em paz, Lu… já carreguei tua lembrança como cruz tempo demais. Eu não vou te esquecer. Nunca. Mas vou parar de te matar todo dia dentro de mim.” Fechei os olhos, senti o vento bater mais forte. E completei, firme, como quem faz juramento com a própria alma: — “Amanhã em Angra eu fecho esse ciclo. Mas os caras que tão na lista… esses ainda vão pagar. Isso eu juro

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