Palhaço

377 Words
1, 2, 3, vou pegar vocês...  4, 5, 6, não adianta se esconder...  7, 8, 9, venha para a floresta...  10, 11, 12, o palhaço te espera...        Era Halloween, e as crianças se fantasiavam de monstros e fantasmas. Mas, em um grupo de crianças, era diferente. Elas não usavam fantasia, pois acreditavam que o real monstro é o ser humano. Seria fofo se não fosse verdade.        Então, as crianças escutaram risos, barulho de balões sendo amarrados e uma canção macabra enquanto andavam por uma estrada.        —Deve haver uma casa por aqui. — Um menino disse. —Mas temos que passar pela floresta. Parece vir de lá.        O resto das crianças concordaram e foram ao seu destino. Como eram crianças ingênuas e inocentes, não pensaram no pior.        Sim, lá no meio da floresta havia uma casa. Porém, era uma casa velha, de madeira podre e estava caindo aos pedaços. Os risos pararam. As crianças foram até a porta e bateram três vezes.        —Alguém? — Bateram mais três vezes.        —Tente novamente. — Bateram mais três vezes.        A porta se abriu. O grupo de crianças deparou-se com um palhaço na porta. Estava com um largo sorriso estampado no rosto, no qual dava-se para notar dentes pontudos. Na mão tinha um balão rosa, formando um laço.        —Entrem, entrem... Os doces estão lá dentro. — Sua voz era rouca.        —Mas o Halloween não funciona assim. As pessoas pegam os doces e nos entregam. Não precisamos entrar na casa de estranhos. — Uma garota falou.       —Entrem. Os doces estão lá dentro. — Repetiu.        —Vamos pegar os doces e sair. — Disse um garoto de óculos torto.        O palhaço abriu ainda mais a porta, e as crianças entraram. O lugar estava escuro, e só conseguiam enxergar uma cabana feita de lençol no final do corredor. Havia brinquedos em volta dela, e uma lâmpada iluminava apenas aquele ponto.        —Os doces estão ali. Entrem.        —Não acho que seja muito conf...        —ENTREM! — Gritou, assustando as crianças e fazendo com que entrassem na cabana.        Por um lado, o palhaço falava a verdade; os doces estavam ali. Mas as crianças nunca mais foram vistas.        Crianças, crianças... Tão inocentes. Buscando travessura num lugar como esse. Agora não se tem doces ou travessuras. Se tem travessuras ou... Travessuras.
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