####PROMESSAS DE VIDA

1494 Words
A Promessa da Vida Enquanto Henry, Louis e Patrick discutiam no escritório sobre como lidar com seus sentimentos e as decisões que precisavam tomar em relação às mulheres que amavam, Lana, do outro lado da cidade, sentia seu corpo começar a dar sinais claros de que os pequenos estavam prontos para vir ao mundo. — Enfermeira... — sussurrou, com a respiração um pouco mais ofegante. — Pode ligar para o Patrick? Estou sentindo algo diferente... acho que está começando. A enfermeira, atenta, se aproximou imediatamente. — Você está com dor, senhora Lana? — Sim... não é só dor. É pressão... contrações. Vêm e vão. Eu consegui chegar até as trinta e quatro semanas... foi mais do que o médico esperava, mas... A profissional não perdeu tempo. Fez um rápido exame, checou os batimentos, os sinais vitais e então confirmou, com um tom de voz firme, mas sereno: — Você está entrando em trabalho de parto. Precisamos ir imediatamente para o hospital. Já passei o alerta para o obstetra. Será necessário uma cesariana. Seu corpo não está preparado para um parto normal, e não vamos correr riscos. — Avise o Patrick. Por favor — pediu Lana, com lágrimas nos olhos, segurando a barriga com carinho e medo. — Vou avisá-lo no caminho. Vamos com calma, vai dar tudo certo. A enfermeira chamou o motorista, pegou a mala maternidade, os documentos e ajudou Lana a se acomodar no banco de trás com todo o cuidado. Assim que o carro começou a andar, a profissional respirou fundo e pegou o celular. Na sala de reuniões, Patrick ainda refletia sobre as palavras dos irmãos. Henry falava sobre os conselhos que recebera da irmã mais nova, e Louis brincava que, se não agisse rápido, perderia sua ruiva. O celular de Patrick vibrou. Ele atendeu de imediato. — Alô? — Senhor Patrick, boa tarde. Aqui é a enfermeira Rafaela. Estou com a senhora Lana. Ela entrou em trabalho de parto agora há pouco. Estamos a caminho do hospital. Já avisei o médico, e ela está sendo conduzida com segurança. Peço que venha o mais rápido possível, se quiser assistir ao nascimento dos seus filhos. O mundo parou por um segundo. — Meus filhos vão nascer? — perguntou, incrédulo. — Sim, senhor. Estamos indo para a sala cirúrgica assim que chegarmos. Patrick levantou-se num pulo. — Louis, Henry... os bebês estão chegando. Lana está em trabalho de parto! — O quê?! — exclamaram os dois em uníssono. — Avisem a Lena e os pais dela, por favor. Eu preciso ir agora! Sem esperar resposta, Patrick saiu correndo do escritório, com o coração disparado e a alma em oração. --- Quando chegou ao hospital, já trajado com a roupa cirúrgica e devidamente esterilizado, foi guiado até a sala onde Lana já estava sendo preparada. Ela usava uma touca azul, o rosto levemente pálido, mas os olhos brilhavam ao vê-lo entrar. — Amor... — disse ela, com um suspiro de alívio. — Eu estava morrendo de medo de ter nossos filhos sozinha... achei que você não fosse chegar a tempo. Ele se aproximou, segurando sua mão com ternura e firmeza. — Eu estou aqui, meu amor. E não vou sair do seu lado. Nós vamos viver isso juntos. O anestesista já havia iniciado o bloqueio espinhal. A médica obstetra olhou para o casal e sorriu. — Tudo pronto? Vamos iniciar. Mas antes, eu sempre peço permissão para fazer algo que acredito muito... Ela deu um passo atrás e falou com doçura: — Vamos fazer uma oração. Silêncio na sala. Os profissionais da saúde fecharam os olhos por respeito. — Senhor Jesus, Mestre dos Mestres, guia as minhas mãos nesta cirurgia. Proteja esta mãe que carrega três vidas em seu ventre com tanto amor. Abençoe este pai que a acompanha com o coração em festa e em temor. Que tudo ocorra bem. Que a vida seja recebida com paz. Que os anjos estejam conosco. Amém. Patrick sentiu as lágrimas brotar. Não conseguia conter a emoção. Era real. Estava acontecendo. — Estou com você — sussurrou ele para Lana. — Tudo vai dar certo. — Só quero ouvir o chorinho deles — murmurou ela, emocionada. E então começou. O Amor Espera na Sala Harry foi o primeiro a reagir depois que Patrick saiu como um raio do escritório. — Louis! Não vamos deixar ele sozinho. — disse, já pegando o celular. — Já estou ligando pra mãe dele! — Louis respondeu, deslizando o dedo com pressa pela tela. — E eu vou avisar aos pais da Lana. Cadê o número da dona Tereza? — Harry perguntou, abrindo o grupo da família no w******p. Os pais, a irmã Patrícia, os tios, até o primo que morava em outra cidade estava na lista. Do lado da Lana, a comoção também começou: os pais, a irmã Lena, a prima Nice, a mãe e até a tia que sempre sonhou em ver os bebês nascerem foram informados. — Eles vão nascer, cara — disse Louis, olhando para Harry com um sorriso emocionado. — Patrick vai ser pai. Que loucura, né? — Loucura nada. Isso é vida acontecendo. E agora, bora pra maternidade. Ele pode precisar da gente lá. A movimentação no estacionamento do hospital parecia de novela. Um carro atrás do outro parando em frente à entrada principal. Era gente descendo com sacola, bolsa, presente, flor — e nervos à flor da pele. Harry e Louis foram os primeiros a chegar. Ao se aproximarem da recepção, Harry falou com a atendente, já ansioso: — Boa tarde. Somos da família de Lana Ferreira. Ela foi trazida agora há pouco pela enfermeira, está em trabalho de parto. A recepcionista conferiu o nome no sistema e assentiu, sorrindo com simpatia. — Sim, senhor. A senhora Lana já está na sala de parto. Estão se preparando para o nascimento agora mesmo. Em instantes as crianças devem vir ao mundo. Louis soltou um suspiro nervoso. — Graças a Deus. E podemos esperar aqui? — Claro. Podem aguardar na sala de espera à direita. Assim que houver novidades, vamos avisar. — Obrigado. — respondeu Harry, já conduzindo o primo para os bancos acolchoados. Minutos depois, começaram a chegar os demais: os pais de Patrick, visivelmente emocionados; os pais de Lana, com os olhos marejados; Lena e Nice chegaram quase juntas, acompanhadas dos pais que seguravam um terço e não parava de repetir: — Vai dar tudo certo. Vai dar tudo certo. São meus bisnetos que estão vindo aí. A Mãe do Céu vai estar com a Lana. Patrícia chegou um pouco depois, correndo com um suco na mão. — Trouxe água de coco para quando ela sair da cirurgia. Ela vai precisar se hidratar! A sala de espera logo virou um ambiente de emoção e expectativa. A alegria era evidente, mas a tensão também pairava no ar. Ninguém ousava rir alto ou conversar demais. Todos pareciam presos naquela pausa do tempo, esperando o anúncio mais esperado de todos: "Nasceram!" Lena se aproximou de Louis e Harry, que estavam sentados lado a lado, tentando conter a ansiedade. — E aí? — perguntou ela, com a voz baixa. — Já está lá dentro. O médico está com ela, o Patrick também — respondeu Harry. — Ele conseguiu chegar a tempo? — Claro! Saiu feito um foguete do escritório. Nunca vi meu irmão correr tanto — disse Louis, tentando descontrair. A mãe de Lana, Tereza, sentou-se ao lado do marido e segurou firme sua mão. As lágrimas escorriam discretamente pelos olhos enquanto ela murmurava baixinho: — Que a nossa filha fique bem e que esses anjinhos cheguem com saúde. Lena ouviu e inclinou a cabeça no ombro da mãe, abraçando-a com ternura. — Ela vai ficar bem, mãe. A Lana é forte. E os sobrinhos vão ser lindos e gordinhos, você vai ver. Do outro lado da sala, Dona Tereza continuava com o terço entre os dedos, fechando os olhos de vez em quando para rezar um Pai-Nosso e uma Ave-Maria. Na parede, um relógio digital marcava os segundos lentamente. Era como se cada tic-tac ecoasse dentro do peito de todos que aguardavam naquela sala. — Quando o Patrick sair, vai sair chorando que nem criança — murmurou Louis, balançando a cabeça com um sorriso. — Ele é mais coração do que demonstra — concordou Harry. — E vai ser um paizão. A Lana é o equilíbrio dele. Lena olhou para os dois e falou baixinho: — E vocês, vão ser o quê? Porque está cheio de mulheres incríveis nessa sala e só dois homens disponíveis. Louis deu uma risada baixa, mas o olhar dele logo buscou Nice, que conversava com Patrícia perto da janela. Harry desviou os olhos, sério, e murmurou: — Eu ainda estou aprendendo. Lena percebeu o silêncio repentino e deixou os dois no tempo deles. O momento era delicado. E tudo que importava, naquele instante, era que duas novas vidas estavam prestes a chegar. E a qualquer momento porta da sala de parto abriria.
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