Enquanto isso, no apartamento de Patrick e Lana, a arquiteta responsável pela decoração do quarto dos trigêmeos estava nos toques finais do projeto. Durante todo o processo, ela havia proibido Lana de entrar no cômodo, determinada a fazer daquele momento algo inesquecível.
No final da tarde, com tudo pronto, ela finalmente chamou Lana até a porta do quarto.
— Agora sim, você pode entrar — disse com um sorriso entusiasmado.
Lana, com quase vinte e quatro semanas de gestação — aproximadamente seis meses — caminhou lentamente pelo corredor. Por orientação médica, ela vinha evitando esforços e se limitando a caminhadas leves e hidroginástica para preservar sua saúde e a dos bebês. Mesmo assim, a emoção a impulsionava.
Ao cruzar a porta, Lana estacou. Os olhos se encheram de lágrimas diante da beleza e do carinho que transbordavam de cada detalhe. O ambiente era aconchegante, iluminado suavemente por uma luz âmbar, com cores neutras e toques delicados de azul e rosa. O berço do menino ficava centralizado entre os das meninas, em perfeita harmonia.
— Meu Deus… que coisa mais linda… — murmurou, emocionada. — Você se superou. Superou qualquer expectativa que eu pudesse ter.
A arquiteta sorriu satisfeita.
— Fico imensamente feliz por ouvir isso. Tomei a liberdade de pedir à sua governanta que lavasse e passasse todas as roupinhas dos bebês. Queria deixar tudo pronto para a sua aprovação.
Ela apontou para os berços.
— Esta ala é das meninas… e aqui, no meio, é o espaço do príncipe. Assim eles crescem juntos, unidos, como devem ser.
Lana passou a mão pela cabeceira de um dos berços com os olhos marejados.
— Você não faz ideia do quanto isso significa para mim.
A arquiteta se aproximou, colocando a mão gentilmente no ombro da gestante.
— E eu ainda tenho mais uma surpresa pra te contar.
Lana a olhou com curiosidade.
— A Lizbeth... este será o último mês dela na loja. A partir do mês que vem, ela vai trabalhar comigo. Eu descobri que ela tem um talento maravilhoso para croquis, ilustrações e maquetes digitais. Então, ofereci a ela um meio período. Ela vai estudar de manhã e à tarde trabalhará comigo. O restante do trabalho ela fará em casa, no computador. Essa menina estava desperdiçada naquele balcão. Mas veja só: nem tão desperdiçada assim... afinal, foi ali que nós duas a encontramos.
Lana sorriu, tocada.
— Que notícia linda! Fico muito feliz por ela. E mais feliz ainda por ver como você a valorizou.
— Ela merece. É uma artista — completou a arquiteta.
Lana segurou a mão dela, agradecida.
— E eu tenho uma novidade também. Só vamos esperar os bebês nascerem para casarmos no religioso. Já começamos a procurar uma casa. E sabe o que isso significa, né?
A arquiteta riu.
— Que eu vou ter trabalho em dobro?
— Que você vai decorar tudo outra vez — brincou Lana. — E já se prepare, porque a próxima responsável por acompanhar tudinho será a Lizbeth. Vai ser uma parceria linda.
— Estamos aqui para isso. E será um prazer — respondeu com um brilho nos olhos.
Quando Patrick chegou do trabalho naquela noite, ainda tirando o paletó, foi recebido pelo perfume suave que vinha da cozinha — sinal de que o jantar o aguardava —, mas também pelo brilho nos olhos de Lana.
Ela estava sentada no sofá da sala, com os pés levemente elevados sobre uma almofada, como o médico havia recomendado. Sorriu ao vê-lo e fez sinal para que ele se aproximasse.
— Amor, você pode subir comigo? Quero te mostrar uma coisa antes do jantar.
Ele assentiu com um sorriso curioso. Subiram de mãos dadas e, assim que entraram no quarto dos bebês, Patrick parou, boquiaberto.
— Uau...
O quarto estava impecável, como se tivesse saído de uma revista de design de interiores. Os berços alinhados com perfeição, as cores suaves em tons de creme, verde menta e azul céu, os detalhes delicados nas paredes... e no centro de tudo, a aura de amor que envolvia cada escolha.
— Essa ala é das meninas — explicou Lana com orgulho, apontando. — E aqui, no meio, é o lugarzinho do nosso menino. Eles vão crescer juntinhos.
Patrick se aproximou, tocando um dos berços com reverência.
— É lindo... Incrível. Cada detalhe... foi um bom investimento. Essa arquiteta é realmente profissional. Valeu cada centavo.
Lana riu com doçura.
— E sabe o que mais? Ela tomou a liberdade de pedir à governanta que lavasse e passasse todas as roupinhas. Está tudo pronto, dobrado, organizado. A Lisbeth ainda mandou uma listinha com o que temos que levar para a maternidade. Pensou em tudo.
Ela se virou e segurou as mãos dele.
— E agora, amor, eu quero a sua ajuda. Vamos arrumar as malinhas deles juntos. Quero tudo pronto, e a minha também. Já estou com vinte e quatro semanas, exatamente seis meses, e sinceramente, eu acho que só consigo segurar esses três até, no máximo, trinta semanas. Precisamos estar preparados.
Patrick a olhou com ternura e firmeza.
— Claro que eu te ajudo. Depois do jantar, vamos fazer isso juntos. Eles já são o meu mundo... assim como você.
Lana sorriu, emocionada. Mas ele não havia terminado.
— E tem mais uma coisa — disse ele, com aquele olhar travesso que ela conhecia bem. — A gente vai precisar da arquiteta novamente.
— Vamos?
— Eu já encontrei a nossa casa nova.
— O quê? — Ela arregalou os olhos, surpresa. — Você encontrou e não me levou?
— Exatamente porque é uma surpresa. Eu quero te levar só quando estiver tudo prontinho. Então já pode avisar a arquiteta que ela foi contratada. Mas atenção: ela não vem aqui, vai direto no meu escritório. Nada de você ver nada antes da hora. Quero ver a sua reação quando te mostrar.
Lana levou as mãos à boca, emocionada.
— Patrick... eu não mereço tudo isso...
Ele a envolveu com carinho e falou, com a voz carregada de emoção:
— Você merece isso e muito mais. Quem ganhou fui eu. Uma esposa linda, maravilhosa, mãe dos meus filhos, inteligente, competente... Você faz falta no trabalho, sabia?
Ela riu com suavidade, os olhos marejados.
— Você só está dizendo isso porque está com saudade da minha organização...
— Não só da sua organização. Da sua voz, do seu cheiro, do seu jeito. Mas agora você está focada na missão mais linda de todas: ser mãe. E eu vou estar ao seu lado em cada passo.
Ela encostou a cabeça no peito dele e disse baixinho:
— Então vamos jantar. Depois, eu quero colocar aquelas mantinhas que compramos nas malinhas.
— E depois disso, vou beijar cada uma delas ainda dentro da sua barriga — disse ele, beijando a testa dela. — Porque já estou completamente apaixonado pelas nossas meninas e pelo nosso menino.