Promessa de Eternidade
Patrick entrou no escritório com um brilho diferente nos olhos. Assim que fechou a porta atrás de si, se aproximou de Lana com aquele sorriso torto que ela já conhecia tão bem — o sorriso que ele só mostrava quando estava completamente tomado por um sentimento verdadeiro.
— As crianças nasceram, Lana... — ele disse com a voz embargada de emoção. — Gêmeos... lindos... saudáveis. Prematuros, mas fortes como a mãe deles.
Ela o olhou com doçura, com a ternura de quem já sabia. Já havia sentido no coração.
— E não são seus... — completou ela com suavidade, como uma afirmação e não uma pergunta.
Patrick assentiu, sentando-se ao lado dela no sofá do escritório.
— Não são. Como eu já suspeitava. Mas isso... não muda o quanto esse momento foi significativo. Brittany me surpreendeu. Pediu para eu ser padrinho... e quando eu vi que você já tinha aceitado... — ele suspirou e olhou profundamente nos olhos dela — ...eu entendi que você sempre será a luz que guia todos à volta.
Lana abriu um sorriso doce, sem vaidade, apenas gratidão por ter sido vista com o coração.
— Você tem um coração generoso, Lana. E... isso me faz querer ser melhor. — ele se levantou, ajeitou a camisa com leve nervosismo e, de repente, se ajoelhou diante dela.
— Patrick! — ela arregalou os olhos, confusa, levando as mãos aos lábios. — O que você está fazendo?
— Te pedindo em casamento, Lana. Amanhã.
— A... amanhã?
— Isso mesmo. Casa comigo amanhã.
Ela cobriu a boca, os olhos marejando. Ficou imóvel por segundos, como se o tempo tivesse parado.
— Meu Deus... você tá falando sério?
— Mais sério do que nunca estive em toda a minha vida. — Ele segurou as mãos dela entre as suas. — Eu vi aqueles bebês, vi o amor da Britney florescendo por eles... e eu senti um desejo avassalador de viver isso com você. De te ver com um filho nosso nos braços. De acordar todos os dias com você. Não quero esperar, Lana. Não quero mais perder tempo.
— Mas... não é cedo? — ela sussurrou, surpresa com o turbilhão de emoções que a tomava.
Ele sorriu e balançou a cabeça.
— Não, meu amor. Não é. O tempo certo é agora. Você não sentiu também, ao ver aqueles bebês?
Ela abaixou os olhos por um momento, sentindo as lágrimas se acumularem.
— Eu senti. Senti como se o meu coração estivesse dizendo: “quero isso com ele”.
— Então me diz que sim. Casa comigo amanhã, e depois disso... vamos construir nossa família. Eu quero você. Quero sua risada nas manhãs. Quero seu nome nos meus documentos. Quero nossos filhos correndo por aí, misturando o seu olhar com meu sorriso.
Ela assentiu devagar, emocionada.
— Sim... sim, Patrick. Eu aceito.
Ele tirou do bolso uma caixinha de veludo, abriu com reverência e, com a mão firme, deslizou o anel pelo dedo dela.
— A partir de hoje, você é minha noiva. E amanhã... minha esposa.
Lana o puxou para cima e o abraçou com força, escondendo o rosto no pescoço dele. E entre lágrimas de felicidade, disse baixinho:
— Você é o amor que eu não sabia que precisava... e agora é tudo o que eu mais quero.
Lana ainda segurava a mão de Patrick, admirando o brilho do anel em seu dedo, quando ele se levantou e, com um sorriso malicioso no canto dos lábios, caminhou até o telefone da mesa.
— Secretária? Por favor, chame o Harry e o Louis na minha sala agora. É urgente.
— O que você vai aprontar agora, Patrick? — Lana perguntou, semicerrando os olhos.
— Você vai ver — ele respondeu, enigmático.
Poucos minutos depois, Harry entrou animado, e Louis, como sempre, com aquele charme debochado. Ambos notaram o clima no ar e se entreolharam, atentos.
— O que houve? Algum problema? — Harry perguntou.
Patrick apontou para a mão de Lana.
— Vocês lembram daquela aposta?
Harry soltou um assobio.
— Ahhh… não acredito! — Louis completou. — Então ela aceitou?
Patrick assentiu, com orgulho estampado no rosto.
— Eu perdi. Mas perdi para o amor.
Lana, que até então estava entre curiosa e divertida, franziu a testa.
— Perdeu o quê?
— A aposta — ele respondeu, com simplicidade.
Lana o encarou, chocada.
— Vocês apostaram?
— Ei, calma, calma, Laninha… — Harry levantou as mãos em sinal de paz, com um sorriso travesso. — A gente apostou que o Patrick não ia resistir a você. E ele realmente não resistiu.
— Mas isso não é engraçado! — ela disse, cruzando os braços, fingindo estar brava.
— Não, não é. Mas presta atenção… — Harry continuou. — O que ele quis dizer é que ele perdeu… porque nós ganhamos, mas também perdemos. Porque tanto eu quanto o Louis estamos ralando pra conquistar…
— Eu, a sua irmã… — Harry fez uma reverência dramática.
— E eu, a sua prima — Louis completou, sorrindo de canto.
— Então não tem ganhador aqui, Laninha. A aposta continua… — Harry disse, lançando um olhar cúmplice ao irmão de Patrick.
Lana balançou a cabeça, rindo, apesar da indignação inicial.
— Vocês são impossíveis.
— Mas vem cá… — Louis se aproximou, curioso. — A gente vai ser padrinho também?
Ela sorriu, apontando para os dois.
— Sim. Vocês vão ser padrinhos. Junto com a minha irmã, Lena, e a minha prima, Nisse.
— Isso é um bom começo! — Harry disse, trocando um toque de mão com o primo.
Patrick se aproximou novamente e tomou as mãos de Lana com delicadeza.
— Amor, eu vou pedir para chamarem o seu Francisco aqui em cima. Eu quero oficializar o nosso noivado com ele, como manda o respeito.
Lana sorriu, surpresa.
— Você quer mesmo?
— Claro que quero. E aproveito pra perguntar… Você quer uma festa grande?
Ela balançou a cabeça, sincera.
— Não. Um casamento, pra existir, precisa de um homem e de uma mulher. Um padre ou um pastor, e um juiz. Então eu só quero os meus pais, os seus pais, a Pathy, o Harry e o Louis, que já estão aqui… a dona Sheila, nossa secretária, e a secretária do Harry.
Patrick arqueou as sobrancelhas.
— Tanta gente assim?
— Você achou muito?
— Não… achei pouco. — Ele riu. — Mas é o suficiente. Só as pessoas que realmente gostam da gente.
Minutos depois, seu Francisco entrou, ainda de uniforme, limpando a mão com um pano de microfibra.
— Me chamaram?
Patrick caminhou até ele, com o olhar firme.
— Seu Francisco, eu pedi sua presença aqui pra dizer que pedi sua filha em casamento. E ela aceitou. Eu quero me casar com a Lana em trinta dias. Eu não posso esperar mais.
Seu Francisco piscou, surpreso.
— Nossa… esse amor foi a jato, né?
Patrick sorriu.
— Quando o senhor casou com a dona Teresa, demorou muito?
— Não… em menos de um ano já estávamos casados.
— Então em menos de um ano, eu e a Lana também estaremos. Porque não tem motivo pra esperar.
Seu Francisco coçou o queixo, meio emocionado.
— Menino… menino… eu te vi crescer. E agora você vai casar com a minha filha?
Patrick segurou a mão de Lana com orgulho.
— Agora nós vamos ser família.
Seu Francisco respirou fundo e assentiu com os olhos brilhando.
— Então tá. Se ela aceitou, quem sou eu pra dizer não? Mas se um dia você fizer ela chorar…
— Eu já choro por antecipação, seu Francisco — Patrick respondeu, sério, e todos riram.
Lana, emocionada, abraçou o pai. E naquele instante, com todos ali reunidos, o noivado estava selado com a bênção da família — e do amor verdadeiro.