O Amor Não Precisa de Ostentação
Patrick ergueu o olhar do notebook, com aquele sorriso de quem m*l conseguia conter a ansiedade.
— Lana, você trouxe seus documentos?
Ela, que já estava organizando alguns papéis em sua mesa, virou-se para ele.
— Trouxe sim. Estão aqui na minha bolsa.
— Ótimo — disse ele, já se levantando. — Vamos até o Louis. Vou pedir para ele dar entrada no nosso casamento agora mesmo.
Ela se levantou com ele, ajeitando a blusa e pegando a bolsa.
— Você já decidiu como quer que seja? — perguntou ele enquanto caminhavam para a sala do Louis.
— Sobre o casamento?
— É. Igreja, salão, cerimônia grande?
Lana sorriu, serena.
— Eu pensei em algo íntimo. A gente pode casar na igreja, sim. Mas depois fazer só uma recepção simples, no salão do condomínio onde você mora. Lá é amplo, bonito, e cabe direitinho os convidados. Eu não tenho muitos. Você tem?
Patrick balançou a cabeça, sorrindo como quem aprova cada palavra dela.
— Não, não tenho tantos. E se você quer algo menor, é assim que será. O que eu quero é casar com você, Lana. O resto é detalhe.
— Então tudo bem — ela disse, segurando a mão dele, cúmplice. — A Nisse e a Helena vão organizar tudo. Eu vou pedir a ajuda delas.
— E você vai casar de vestido de noiva?
Ela o encarou com um brilho sapeca nos olhos.
— Isso aí eu faço questão. E quero que você use um fraque.
Patrick fez uma careta divertida.
— Sério? Eu vou parecer um pinguim!
— Um pinguim muito elegante. E tem mais — ela apontou com o dedo em tom de brincadeira —, o meu pai vai te olhar dos pés à cabeça. Você vai precisar estar impecável.
— Ai, meu Deus — ele brincou, colocando a mão no peito. — Seu Francisco vai fazer vistoria?
— Vai, sim. E se reclamar, ele ainda vai te dar bronca por querer casar com a filha dele sem um terno decente.
Patrick riu alto.
— Então deixa eu me adiantar... Você é católica ou evangélica?
— Eu sou cristã — respondeu ela com serenidade. — Acredito em Deus, na Bíblia, e na união de almas.
— Então tá decidido. O pastor da igreja dos meus pais pode celebrar a nossa cerimônia religiosa. E um amigo meu, que é juiz de paz, faz a parte civil. Dois em um. Prático e com bênção divina.
Lana assentiu.
— Perfeito. Só tem uma coisa que eu sei que vai ser exigência da minha mãe...
— Comida?
— Comida. — Ela sorriu. — Ela vai querer fazer todo o cardápio. Salgadinhos, tortas, bolo. Tudo.
Patrick a encarou, com um sorriso derretido.
— Por mim tudo bem. Tudo que Dona Teresa faz é uma delícia. E se ela estiver feliz, eu também estou. Eu só quero uma coisa.
— O quê?
— Que você seja minha esposa. Logo.
— Eu tenho uma reunião externa agora, minha noiva linda — disse Patrick, ajustando os punhos da camisa e checando o relógio. — Vou aproveitar e já almoço fora. Você pode almoçar com as meninas, se quiser.
Lana assentiu com um sorriso.
— Tudo bem. Só não demore muito para voltar... vai que o Louis decide organizar o casamento por você.
Patrick riu.
— Melhor garantir logo, então. Vamos levar os documentos para ele, que assim eu fico mais tranquilo.
Eles caminharam juntos até a sala do Louis. Ao entrar, Patrick entregou a pasta com os documentos.
— Está tudo aqui. RG, CPF, certidão, comprovante de residência... só falta dar entrada.
Louis pegou os papéis com um sorriso malicioso.
— Realmente, Patrick, você foi o primeiro a perder a aposta.
Lana suspirou, levando a mão à testa.
— Meu Deus, mais uma vez essa história de aposta...
Louis levantou as mãos em defesa.
— Calma, cunhadinha, calma. Ele não perdeu, não. Ele ganhou. E muito. Quem perdeu fui eu e o Harry!
— Ué, por quê? — Lana arqueou a sobrancelha, cruzando os braços.
— Porque a gente achava que o Patrick estava de quatro por você — Louis continuou —, mas nunca imaginamos que a gente ia cair de cara no asfalto.
Patrick riu enquanto pegava a carteira no bolso.
— Já vai começar com drama logo cedo...
— Eu pela sua prima ruiva — disse Louis com um ar fingidamente dramático — e o Harry pela sua irmã. E vou te falar, essas duas estão dando trabalho... a gente achou que seria fácil, mas parece que a gente vai ter que conquistar no braço e no coração.
— Vocês merecem — Lana respondeu, divertida. — Um casamento triplo? Só se elas toparem. E olha lá...
— Ah, com você eu posso ser o Louis da zoeira — respondeu ele, piscando — mas na sala de reunião, eu sou o Doutor Luiz, tá?
— Isso mesmo. Múltiplas personalidades em um só — provocou ela, rindo.
Patrick olhou o relógio.
— Preciso ir. Amor, volto depois do almoço, tá?
Ele se despediu com um beijo discreto na testa dela e saiu com a pressa de quem carrega amor demais no peito.
De volta à sala, Lana pegou o celular e mandou uma mensagem para Nice e Lena:
“Podem subir? Preciso de vocês!”
Minutos depois, as duas entraram sorrindo.
— O que houve, noiva apressada? — perguntou Lena, puxando uma cadeira.
— Preciso da ajuda de vocês. Não vou dar conta de organizar tudo sozinha. A gente vai fazer a cerimônia lá no salão do condomínio do Patrick. É grande, bonito, cabe todo mundo que importa.
— E a cerimônia? — quis saber Nice.
— O pastor da igreja dos pais dele vai celebrar. O amigo dele, que é juiz de paz, vai oficializar o casamento civil. Ele já resolveu tudo. Só falta comprar meu vestido, escolher as flores, pensar no bolo e aí é com vocês!
As duas se entre olharam, empolgadas.
— Deixa o resto com a gente! — disseram em coro.
— Ah, e mais uma coisa — Lana disse, rindo. — O Patrick quer casar logo. Ele quer casar em 30 dias. Desde que viu os filhos da Brittany, ele agora quer ser pai desesperadamente.
— Geralmente é a mulher que corre atrás de casamento — comentou Nice, rindo. — Mas nesse caso, o noivo está mais animado que qualquer noiva de novela.
— E você? Está feliz?
Lana sorriu, levando a mão ao ventre sem perceber.
— Eu acho que nunca estive tão feliz...