Patrícia
Com as mãos na borda da piscina e o rosto iluminado pelo sol, observei minhas amigas se ajeitando nas espreguiçadeiras. A brisa balançava as pontas dos cabelos soltos, e o crochê das saídas ainda cobria seus corpos com graça, mas já denunciava o que viria.
Olhei para os três homens atrás de mim, enfileirados como soldados prestes a entrar em campo de batalha — mas sem coragem de dar um passo.
— E aí? Vocês não vão tomar banho, não? — perguntei, olhando diretamente para Patrick, depois para Louis e Harry.
— Melhor não — respondeu Patrick, ajustando a gola da camisa com disfarce.
— É — Louis completou. — Se eu entrar nessa piscina agora... não saio mais.
Harry soltou uma risada nervosa.
— Se a gente ficar muito tempo, a gente não vai aguentar. Melhor só dar uma passadinha mesmo.
Revirei os olhos, divertida. Eles estavam fingindo autocontrole, mas o olhar deles queimava as meninas.
Foi então que eu dei o sinal.
— Meninas, agora é a hora! Bora pra piscina, né?
Lana riu, tirando lentamente a saída branca. Lena puxou a própria blusa de crochê pelos braços e sacudiu os cabelos. Nisse, a ruiva escultural, fez questão de tirar a dela virando de costas, revelando o laço preto do biquíni que abraçava suas curvas perfeitas.
E foi nesse momento que aconteceu.
— Hmmm...
— Ai, Senhor...
— Caramba...
Três gemidos masculinos se soltaram no ar ao mesmo tempo. Sincronizados. Surpreendidos. E nada discretos.
As meninas não ouviram. Elas riam e corriam, uma empurrando a outra, até pularem na piscina com um grande splash!.
Mas eu ouvi.
E virei devagar.
Cruzei os braços.
Ergui uma sobrancelha.
— Vocês três não vão querer se aproveitar das minhas amigas, né?
Harry levantou as mãos.
— O que foi que a gente fez agora?
— Pensam que eu não escutei a sinfonia de gemidos? Hein? Hmmm, ai senhor, caramba... — repeti, imitando cada um deles.
Louis tentou disfarçar com um gole de suco. Patrick pigarreou.
— Elas são lindas — ele disse, simplesmente.
— Lindas? Elas são de outro nível. Mas não são pro bico de vocês, ouviram bem? — continuei, apontando o dedo para os três como uma general.
Harry resmungou, brincando:
— Tá bom, mãezona. Pegamos a bronca.
Sem dizer mais nada, corri e mergulhei de costas na piscina, rindo.
Mas enquanto afundava, ainda podia sentir os olhos deles queimando nas nossas costas.
E, honestamente?
Talvez fosse exatamente isso que a gente queria.
As meninas nadavam despreocupadas na piscina, como se o mundo estivesse suspenso no tempo. A água refletia o sol em brilhos dançantes sobre suas peles bronzeadas. A cada mergulho, a cada risada, elas pareciam flutuar entre juventude e poder inconsciente.
Lana ajeitava os cabelos encharcados para trás, o biquíni azul-marinho grudado ao corpo como segunda pele.
Lena fazia piruetas dentro d’água e ria alto, exibindo sardinhas nos ombros delicados e um biquíni verde-água que valorizava cada curva.
Nisse nadava de costas, os cabelos ruivos como fogo molhado, os olhos verdes cintilando entre as gotas.
Na beira da piscina, os três homens estavam sentados em espreguiçadeiras, cada um com uma bebida gelada na mão, tentando fingir que estavam só... relaxando.
Mentira.
Eles estavam em combustão.
— Definitivamente... essas mulheres são ardeusas — murmurou Harry, ainda com os olhos fixos em Lena, como se tentasse gravar cada segundo na retina.
Patrick estava com os cotovelos apoiados nos joelhos, a garrafa de água trincando entre os dedos.
— Olha o tamanho dos s***s da Lana... — disse com a voz rouca, sem conseguir desviar o olhar. — Parece escultura.
Harry sorriu, sem tirar os olhos da irmã da sua paixão.
— Os da Lena são tão grandes quanto. E ficam ainda mais... provocantes com esse biquíni verde.
Louis soltou um assobio leve, inclinando-se um pouco mais.
— Agora olha o tamanho das nádegas da Lana. Isso aí... é um atentado.
Harry balançou a cabeça, rindo baixo.
— A Lena também tem. Eu acho que são do mesmo tamanho. De verdade.
Louis ergueu a garrafa de suco como se brindasse.
— A Lena é só um pouquinho menor, mas... caramba, ela é linda demais. E aquelas sardas? Aquilo ali é poesia em forma de pele.
Patrick lançou um olhar de canto.
— Cuidado, poeta.
— Não, sério — Louis continuou, ignorando. — Eu vou investir. De verdade. Se ela me der uma chance... eu juro que mudo. Eu deixo de ser playboy. Viro um cara sério. Vou na igreja domingo, levo a vó no bingo, tudo que ela quiser.
Harry deu uma gargalhada.
— Eu também. Já tô rendido. A Lena mexeu comigo de um jeito que nenhuma outra conseguiu. Se ela disser que quer exclusividade... eu deixo até de seguir modelo no i********:.
— Vocês são dois exagerados — murmurou Patrick, mesmo sabendo que estava no mesmo barco.
— E você? — Harry devolveu. — Tá aí calado, mas com os olhos pregados na Lana desde que chegamos.
Patrick soltou um suspiro longo. A água da piscina estourava em gotinhas quando Nisse mergulhava, e o reflexo molhado do corpo da Lana voltando à superfície parecia um feitiço hipnótico.
— Quem é que tá ganhando nessa história? — ele perguntou.
Os três se entreolharam por um instante. E depois responderam quase juntos:
— Ninguém. Os três estão perdendo.