02

1043 Words
O silêncio prevaleceu.. e eu não tinha coragem pra sequer abrir os olhos, porém, me forcei a fazer isso quando senti que ele tirou as mãos da minha cintura. Abri os olhos e o vi encostado com as duas mãos no muro e de cabeça baixa. Tati: - Amor, diz alguma coisa, por favor.. Esse seu silêncio tá me matando - Disse o abraçando bem forte por trás. Rodrigo: - Foi m*l Tati, mas eu não tenho nem o que dizer. - disse com a voz embargada. Ele tava chorando? Me virei até a frente dele e pude perceber uma lágrima solitária descendo pelo seu rosto. Levei a mão até os olhos dele e limpei o abraçando pelo pescoço em seguida. Tati: - Desculpa amor, me perdoa, eu não queria ir embora, muito menos te deixar.. mas eu não tenho escolha - falei com a cabeça enterrada no pescoço dele e soluçando demais. Rodrigo: - Eu sei meu amor, eu sei. Mas é que a ficha ainda não caiu.. Crl veei.. como que eu vou conseguir ficar longe de você minha linda? - Bufou e deu um longo suspiro. Me desagarrei dele e olhei dentro daqueles lindos olhos castanhos. A pergunta que ele me fez, era a mesma que eu fazia a cada 5 minutos mentalmente. Como vou conseguir ficar longe dele?Tati: - Eu te Amo muuuuito Rô, porém eu não sei se volto um dia pra morar, passear e se é que algum dia eu vou voltar.. E sinceramente, eu não sei se suportaríamos manter um relacionamento a distância. - disse tentando ser o mais serena que pude. Que que é? Eu sou apaixonada sim, mas não boba. O Rodrigo é um cara atraente, e pode ter a mulher que quiser.. o que logo acontecerá quando bater a carência, por mais apaixonado que ele for por mim, o envolvimento com outras pessoas é inevitável, e de boa? prefiro chorar litros por saudade, distância, ciúme mas nunca por traição, que pra mim é algo imperdoável. Rodrigo: - É, eu entendo Tati.. Se o destino quis assim, que terminemos esse nosso relacionamento da maneira mais amigável e tranquila possível, pois já basta sofrermos o que vamos quando você for embora. - nos abraçamos com força, como se naquele abraço toda a dor que estávamos sentindo fosse ser abduzida. - Mas e aí? pra quando ée a mudança? - disse tentando parecer tranquilo, mas fez logo uma careta quando pronunciou a palavra mudança. Tati: - Duas semanas. - fui curta e grossa.. esse negócio de enrolação pra falar as coisas não é comigo, definitivamente. Rodrigo: - É, a situação é pior do que eu imaginava. - suspirou - mas vem cá, quero aproveitar cada segundo dessas duas semanas com você - me abraçou apertado e me beijou. Um beijo calmo e apaixonado como sempre foi. Passei o braço em volta do pescoço dele e me deixei levar nessa sensação maravilhosa que era beijar ele.Duas semanas. Exatamente duas semanas se passaram depois da notícia da minha nova mudança. Era Janeiro e estávamos de férias, aproveitei cada minuto que pude ao lado da Letícia, do Rodrigo e de todos os outros amigos e colegas que eu tinha. Mas os dias se passaram rápido demais e lá estava eu, deitada na minha cama, quinta-feira a noite. Não podia nem sair pra encontrar os meus amigos e nem o Rodrigo, pois, pegaríamos um dos primeiros vôos pela manhã com destino ao Rio de Janeiro, cidade maravilhosa, ou nas minhas atuais circunstâncias, nem tão maravilhosa assim. O sono não vinha, e minha mente vagava entre, Rio de Janeiro, Rodrigo, colégio novo, Letícia, casa nova, Rodrigo, bairro novo, Letícia, estar sozinha numa cidade desconhecida, Rodrigo, Letícia, mudanças, affee.. e com esse e vários outros pensamentos fui vencida pelo cansaço e logo adormeci. Acordei pela manhã com minha mãe batendo na porta do meu quarto. Sandra: - Taaaati, acorda filha, rápido senão vamos perder o vôo - disse dando batidinhas na porta. Tati: - Já acordei mãe. - só avisei. Levantei me rastejando da minha cama e segui rumo ao banheiro, fiz minhas higienes e logo quando sai do banheiro já estava de banho tomado, roupa mudada e cabelo molhados. Parei e fiquei observando meu quarto por uns minutos. Vivi tantas coisas aqui, meu refúgio, fora essa casa, tantas várias histórias. Mas fui desperta das minhas lembranças pela voz da minha mãe, que ja estava dentro do meu quarto. Sandra: - Tá pronta filha? A mobília vai ser levada hoje mesmo, só vamos levar as malas essenciais e indispensáveis mesmo ta bom Dona Tatiana? - as vezes ela pensa que eu tenho 5 anos de idade. Tati: - Eu sei mãe, você já disse trilhões de vezes. - falei revirando os olhos. Sandra: - É, mas mesmo falando várias vezes parece que você não escuta as vezes. - disse num tom me acusando. Quem vê isso pensa que eu sou exagerada. Ta bom, eu sou.. mas não tanto quanto minha mãe diz. Tati: - Escuto sim, mas tem várias coisas essenciais dentro dessas malas que eu me recuso a deixar aqui para o caminhão de mudanças levar. - Disse agarrando minha mamãezinha linda e dando um beijo na bochecha dela. - to descendo pra comer algo. - sai do meu quarto correndo antes que ela implicasse mais com minhas malas. Cheguei na cozinha e meu pai estava tomando café, meio sério e pensativo. Tati: - Bom dia Pai. - cheguei dando um beijo na bochecha dele e sentando ao seu lado. Márcio: - Bom dia minha princesinha. - meu pai respondeu. As vezes eu acho que não é só minha mãe que tem aquele pensamento que eu ainda tenho 5 anos.. ¬¬' Márcio:- Filha, o papai queria conversar com você sobre essa nova mudança. - ele disse calmo. Tati: - Pai, eu já entendi que é o melhor pra gente, já me despedi de todos os meus amigos, terminei o meu namoro e to tentando ser o mais compreensiva possível, mas não pensa que está sendo fácil pra mim porque não está. Por isso eu preferia não ficar tocando nesse assunto pra não chorar mais. - disse pra dar um basta em mais uma daquelas conversas que tínhamos sempre que isso acontecia.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD