DOM Aí, rapaziada, deixa eu contar como é ser o Dom, o cara que manda nesse pedaço do morro. Domingos, 25 anos, mas não se engane com a idade. Aqui no Rio, no morro, tu cresce na marra, na base do tranco. Não tem essa de “ainda é novo”. A vida te obriga a virar homem cedo, ou tu vira estatística antes dos 18. Eu já vi muito moleque cair, muito parceiro virar número em relatório de polícia. Eu? Eu subi. Não porque quis, mas porque não tinha outra escolha. Ou tu toma as rédeas, ou o morro te engole. Hoje, eu sou o dono, o chefe, o Dom. Mas essa coroa não é de ouro, não. É de sangue, suor, traição e um medo que nunca sai do peito. Ser o manda-chuva aqui é tipo andar na corda bamba com uma arma na mão e outra apontada pra tua cabeça. Tu tem que tá ligado o tempo todo, com o olho aberto, o

