Thais percebeu que Eduardo não estava indo para a casa dela, nem para a dele. À medida que ele manobrava a moto pelas ruas sinuosas e escuras da Rocinha, ela notou que o caminho era diferente. Não era o trajeto familiar para nenhum dos locais onde costumavam se encontrar. Um lampejo de dúvida poderia ter surgido, mas ao invés de apreensão, Thais sentiu algo diferente: confiança. De alguma forma, mesmo com todas as revelações recentes, ela confiava naquele homem, no Coringa que havia escondido dela parte de sua verdadeira identidade. Talvez fosse a intensidade com que ele a protegia, ou a paixão crua que existia entre eles, mas Thais não temia o destino incerto daquela noite. Eduardo, ou Coringa, como ela o conhecia mais intimamente, não disse nada. Ele parecia concentrado, como se estives

