-E ele só tem um vídeo game onde aprende essas coisas.
ele revirou os olhos.
-Você deixa ele jogar esses jogos de traficantes?
perguntei incrédula.
-Eu tiro dele mas parece que ele arranja mais de algum canto.
ele suspirou.
-Eu terei uma conversa com o Noah depois.
entramos no carro e meu pai deu partida. Só não extrapola.
ele me lançou um olhar que só ele faz quando quer que eu não pegue pesado.
-Não vou extrapolar, só farei ele aprender que esses jogos são péssimas influências.
falei indiferente.
-Você é igualzinha a sua mãe.
ele riu balançando a cabeça negativamente.
-Eu acho que já ouvi você falar isso hoje.
abri um sorriso brincalhão
. -Não tenho culpa se é verdade.
ele abriu um sorriso brincalhão também. Revirei os olhos brincalhona enquanto ele ria de mim. Como eu senti saudades desse velho. Não trocamos mais nenhuma palavra até chegarmos em casa. Ele estacionou em frente ao portão de casa e eu fiquei olhando para ela tomando coragem para descer. Enfim desci do carro olhando tudo ao redor, nada havia mudado nesses cinco anos em que estive fora, ajudei meu pai a tirar minhas malas do carro e o mesmo fazia caretas.
-O que você carrega nessa mala? Chumbo?
ele fez drama.
-Essa daí está com os meus armamentos pesados
dei de ombro o vendo ficar de queixo caído.
-Por que trouxe essas coisas pra cá?
ele perguntou incrédulo.
-Eu tenho inimigos em qualquer lugar do mundo pai, preciso me garantir.
revirei os olhos.
-Filha por que você não larga isso e vem morar conosco?
ele me olhou com um olhar meigo.
-Pai você sabe que essa é minha vida agora, sabe que eu sou desse jeito e não tem como eu sair porque já tenho inimigos perigosos por toda parte querendo minha cabeça em uma bandeja como prêmio
. Eu quis escolher viver assim e não vou mudar por você, nem por ninguém.
caminhei para dentro de casa encontrando meu pestinha predileto.
-Mana.
ele correu em minha direção e me abraçou forte
. -Noah, que saudades.
retribui seu abraço forte.
-Olha como você cresceu.
segurei seus ombros o olhando de cima a baixo.
-Todo bonitão com este estilo de bad boy.
. -Ah você sabe como é né, o garoto aqui não é mais o caçula da família.
ele balançou a jaqueta se gabando.
-Mas você não tem jeito mesmo.
ri enquanto balançava a cabeça negativamente.
-Ele nunca teve e nunca terá.
meu pai bagunçou o cabelo dele.
-Pô pai o cabelo não.
Noah fez uma cara feia arrumando seu cabelo de volta.
-Essa ainda é a minha família mesmo?
perguntei rindo ainda mais.
-Claro que é, só que um pouquinho diferente.
Noah me lançou um sorriso brincalhão.
-Diferente? Tá mais pra modificada em laboratório.
fui para a sala acompanhada do Davi, enquanto meu pai ia para a cozinha
. -Vou falar a real, fomos abduzidos por E.T'S e eles tiraram nossos cérebros e colocaram os deles no lugar.
Noah se sentou em frente a televisão voltando a jogar um jogo de luta.
-Sabe o que o FBI faz com um Alien?
ele balançou a cabeça negativamente.
-Nós capturamos eles e fazemos experimentos cruéis e depois executamos eles e damos os restos mortais para os cachorros comerem.
vi ele engolir em seco
. -Então né, coitado do alienígena que passou por isso, ainda bem que não sou um alienígena mesmo
ele sorria sem graça. Comecei a rir de sua cara não me aguentando, as vezes meu irmão era retardado
. -Quem quer comer?
meu pai entrou na sala cortando nosso assunto
. -Eu.
Noah largou o controle e correu para a cozinha. Ri disso e me levantei do sofá.
-Não me diz que foi você que pilotou o fogão?
comecei a caminhar para a cozinha com meu pai ao meu lado.
-Se eu não piloto quem vai pilotar?
ele deu de ombros se gabando.
-Hmmm, acho que alguém está se gabando de mais aqui em.
me sentei na cadeira ao lado do Noah enquanto meu pai se sentava a nossa frente.
-Se eu não me gabo quem é que vai?
ele ergueu os ombros e começou a rir comigo fazendo o mesmo.
-Você é uma comédia pai.
comecei a me servir. E foi assim a tarde toda, risos e mais risos. Matamos saudades do velhos tempos e conversamos sobre o que aconteceu na minha ausência. Depois do jantar me tranquei no quarto e comecei a arrumar minhas roupas no meu antigo guarda-roupa. Meu quarto estava intacto, do jeito que deixei quando fui embora.
Depois que arrumei tudo tomei um banho e coloquei uma regata soltinha e um shorts folgado estava me arrumando para dormir mas notei uma coisa em minha escrivaninha, me aproximei e peguei a única foto que tinha da minha mãe. Ela era muito linda, seus cabelos negros que caiam sobre o ombro dava um ar sexy pra ela, seu sorriso maravilhoso era de deixar qualquer um louco, seus olhos então nem se fala, era um tom de mel misturado com um azul bem clarinho. Não era a toa que meu pai a amava, mas me pergunto por que ele a traiu? Ela tinha tudo que um homem deseja ter e mesmo assim meu pai a traiu.
Uma lágrima solitária caiu e eu rapidamente a sequei, não queria parecer fraca mesmo estando sozinha. Minha mãe não iria querer isso. Houve um tempo em que Ellen Copper foi fraca, aquele tempo foi o que mais me destruiu mas me ensinou a ser forte. Hoje eu sou uma Ellen diferente da Ellen que já fui e não me arrependo, me tornei uma mulher forte e destemida com uma fama grande. Com a morte da minha mãe eu aprendi que amar custa caro, é como se você vendesse sua vida ao d***o e a primeira falha era capaz de você morrer.
Não que eu já tenha amado alguém mas a prova está aí, minha mãe, que hoje não está mais entre nós. Ela amou tanto meu pai que no final pagou com sua própria vida os erros do meu pai, e mesmo que ele não tenha culpa dela ter caído da escada, ele terá que carregar esse fardo que por culpa da traição dele ela se foi. Coloquei a foto da minha mãe no lugar e fui até a janela do meu quarto onde transmitia a luz do luar e a rua, suspirei pesadamente olhando ao redor e notei uma sombra parada do outro lado da rua como se estivesse olhando para cá. Cocei os olhos para ter certeza e a sombra não estava mais lá, eu deveria estar com sono só pode. Balancei a cabeça negativamente e fechei as cortinas indo deitar em seguida. Hoje o dia foi longo e eu estava exausta, amanhã eu teria mais disposição para fazer algo. O dia ia ser longo amanhã.