O som da madeira estalando sob o fogo era o único som vivo naquela sala. Vitor Stormfang estava sentado na poltrona de couro de urso, os dedos tamborilando sobre o braço estofado. A sala era ampla, elegante, decorada com peças antigas da realeza licana. Mas ali dentro, reinava o silêncio — o tipo de silêncio que só existe onde o poder já venceu. Diante dele, um relatório recém-aberto. Sangue fresco marcava a borda do papel, como se o próprio mensageiro tivesse tremido ao entregar. E com razão. As palavras escritas ali carregavam o nome que ele mais odiava: Dante Stormfang. O sobrinho maldito. O herdeiro. Vitor sorriu. Mas o sorriso não alcançou os olhos. — "Resistente, disciplinado... destaque na prova da selva..." — leu em voz baixa, a entonação escorrendo veneno. Rasgou o papel no

