A madrugada parecia esticar o tempo. A cada passo, o corpo de Aurora pedia para parar, mas a mente insistia em continuar. O calor voltava em ondas, queimando por baixo da pele, e o coração acelerava por causa de algo que ela não queria admitir. O cio estava voltando. Respirou fundo e quase se arrependeu. O ar parecia quente demais, como se cada inspiração espalhasse o fogo ainda mais. Apertou o capuz sobre a cabeça, caminhando rápido pelos corredores da fortaleza. O chão gelado não ajudava a esfriar o corpo. As tochas já estavam se apagando, e o som dos próprios passos era alto demais. A cada curva, ela olhava por cima do ombro, como se alguém pudesse senti-la, como se o cheiro fosse uma confissão viva. Quando virou o último corredor, ouviu vozes. — Solta, Thorne! — O grito de Helena

