POV. Aurora O cheiro dele me dava náusea. Forte demais. Presente demais. Como se o ar precisasse me lembrar a cada passo de quem estava ao meu lado. E o pior? Meu corpo reagia. O cio ainda queimava onde ele tocou, mesmo que eu negasse. Mesmo que Nyra rosnasse dentro de mim, querendo mais. Andava ao meu lado com aquele jeito de dono do mundo, os músculos relaxados, mas os olhos atentos. A cada passo, meu punho cerrava mais. Ele já tinha me deixado para morrer uma vez. Que não ousasse repetir. Se deixasse de novo, ia sair carregando os próprios dentes na mão. — Se for esperto, mantém distância — soltei, com a voz baixa, seca como faca na pedra. Ele riu. Aquele riso curto, que nunca chegava aos olhos. — Vai me morder, ômega? — Só se você tiver algo entre as pernas que valha o esforço.

