Refém do dono do morro

Muito doente

Mariana

Eu estava mais uma vez voltando do meu trabalho o qual eu agradeço a Deus todos os dias por ter me dado, eu e minha tia não temos muitas condições mas amor e companheirismo de uma com a outra é o que não falta, infelizmente a minha tia está com câncer avançado descobrimos um pouco tempo e já tarde, ela precisa fazer uma cirurgia que custa r$ 60.000 mil, eu e ela não chegamos nem a r$ 2.000 mil por mês quando juntamos nossos ganhos, Eu já estava desesperada sem saber o que fazer mas tenho fé em Deus que vamos conseguir achar uma solução, nos últimos dias estamos passando por bastante dificuldade pois a gente tem que escolher se vamos comer ou comprar os remédios dela que também são um absurdo de caros, e isso quando dá para comprar todos.

Hoje era final de mês e de costume eu estava indo na farmácia aproveitar o dinheiro e comprar logo alguns dos remédios da minha tia que já estavam em falta, sempre damos prioridade aqueles que ela fica mais tempo sem tomar. Cheguei na farmácia com todo o meu salário que não é essas coisas toda, eu recebo r$ 1.200, saí de lá com apenas r$ 500, é triste mas é a realidade, eu também não posso me dar o luxo de ficar com dinheiro na mão sendo que a saúde da minha tia é o mais importante.

Subi pra casa bem triste mesmo, eu estava pensando nessa dificuldade que a vida mais uma vez está nos colocando, mas bola pra frente, eu não iria desistir, eu estava tentando encontrar mais um trabalho para fazer um extra pois isso que iria nos ajudar bastante, minha tia ela não tá podendo trabalhar pesado por conta da doença mas como ela já trabalhou com esse negócio de costura ela faz algumas coisas de costura quando aparece, mas na verdade é que se esse trabalho no final do mês chegar a 500 é muito, mas somos grata por cada centavo que conseguimos. Cheguei em casa e já fui gritando a minha tia para avisar que eu já estava ali

- Mãezinha já cheguei._falo e não obtenho resposta

- Mãezinha Já cheguei, onde a senhora está?

Ela é minha tia mas como desde pequena a figura que eu tenho como mãe é ela então cresci com costume de chamar ela assim, a verdade é que ela é a minha mãe mesmo, foi ela quem me criou desde nova, sou muito grata a ela que mesmo com todas as suas dificuldades não me entregou para a adoção.

Eu tinha chamado ela mas uma vez não obtive resposta, já fiquei preocupada, fui procura-lá no quarto e quando eu a encontrei só faltei ter um treco, a minha mãezinha Lúcia estava no chão do quarto caída com o rosto pálido, eu já entrei em desespero.

- Por favor acorda, não faz isso comigo mãe, acorda pelo amor de Deus.

Começo sacudi ela mas não obtive nenhum sucesso, saí desesperada para o lado de fora pedindo ajuda.

- Socorro, socorro, socorro, alguém me ajuda, a minha tia está morrendo, Socorro alguém me ajuda aqui.

Tava feito uma desesperada quando um carro para do meu lado.

- O quê que tá pegando ai mina?_ um rapaz me perguntou me olhando de cima pra baixo.

Já vi esse cara algumas vezes por aqui no morro, ele é envolvido com tráfico, sempre que vejo algum deles eu faço de tudo para sair de perto mas hoje infelizmente ou felizmente é ele que tá aqui, então a única ajuda que eu estou encontrando então é ela que eu vou agarrar.

- Pelo amor de Deus me ajude, a minha tia está no chão desmaiada, ela tá morrendo.

- Put@ que pariu. _ele fala descendo do carro.

- Onde que ela tá menina, bora logo lá. _ ele fala e eu vou mostrando a ele onde que nós morávamos.

Ele vai comigo até o quarto, pega ela no colo, corre e coloca ela no carro, eu entro atrás e seguro sua cabeça colocando a mesma no meu colo, o rapaz sai avoado dali em direção ao postinho, não demora nada e o mesmo chega lá, ele para o carro, corre e pega minha tia novamente no colo e vai entrando com ela dentro do postinho, eu imediatamente vou atrás dele.

- Alguém atende aqui car@lho, a senhora tá desmaiando aqui, adianta porr@._ ele fala xingando, eu a me assusto mas agradeço mentalmente pois os seus xingamentos tiveram resultado pois logo uma equipe médica se aproximou, colocaram ela na maca e levaram para dentro, como de costume eles não deixavam passar ali da porta, tinha que esperar, eu me encostei na parede e escorreguei indo até o chão onde desabei no choro.

- Não fica assim não, sua mãe vai ficar bem pô._ ele fala e toca a mão no meu ombro, eu não conseguia dizer nada só chorava, eu estava morrendo de medo de perder a minha mãezinha, eu só tinha ela nessa vida, o que seria de mim se ela partisse?

Aquele rapaz que até então pra mim era um desconhecido foi o que ficou ali comigo até receber notícia da minha mãezinha, eu não sei explicar mas eles me davam muito medo mas agradeço a Deus por ter colocado esse rapaz no meu caminho, pois se não fosse por ele acho que a minha mãe agora provavelmente já estaria morta. Até que ele assim desse jeito não me parece ser uma pessoa r**m, tirando a cara de m*l é claro, já observei que eles são pessoas bastante sérias, é bem difícil ver um deles com um sorriso no rosto, eu nunca vi mas também não ando na rua observando os traficantes alheio. Depois de algumas horas de angústia o médico finalmente aparece, me levanto na hora indo até ele.

- E então doutor como que ela tá? Minha mãezinha tá bem?

- Ela já tá melhor menina, se você quiser pode ir agora vê-la.

- Com certeza eu quero.

Mas antes de acompanhar o médico eu virei pro rapaz que foi o meu anjo da guarda essa noite.

- Eu não sei como te agradecer, obrigada mesmo de coração, se não fosse por você minha mãezinha poderia está morta.

- Que isso pow precisa agradecer não, pode ficar suave que nois é bandido mas também tem bom coração. _ Dou um sorriso fraco para ele.

Será que isso foi uma indireta para mim ? Será que ele sabe que eu tenho esse certo medo por eles?

- Bom mais uma vez obrigada por tudo.

- Fica suave, agora vai lá ver tua coroa.

Ele fala e dá as costa, eu me viro novamente pro médico e sigo ele para a sala que a minha mãe está, quando chego lá vou correndo abraçar a mesma que ainda estava dormindo.

- mãezinha que medo que eu tive de te perder._ Falo e dou um beijo no rosto dela.

- Doutor tem certeza que ela tá bem ? Porquê ainda ela tá dormindo?

- Ela tá bem sim, isso é por conta da medicação que demos a ela que é bem forte, mas em poucas horas ela acorda.

- Ok.

- Bom dona Mariana irei te falar mais uma vez, infelizmente a doença da sua mãe já está bem avançada, ela precisa urgentemente fazer uma cirurgia, acredito que no caso dela o tratamento não irá mais adiantar, e essa cirurgia tem que ser o mais rápido possível para que ela possa ter chance, infelizmente vai ter uma hora que vocês vão chegar aqui e não iremos conseguir ajudá-la, então te aconselho a levá-la para fazer a cirurgia logo ou então já ir se preparando pro pior. _ Quando escuto aquilo as lágrimas já começam a descer .

- Farei de todo para minha mãezinha fazer essa cirurgia o mais rápido possível.

- te desejo sorte, bom terei que ir ver outros pacientes, vou deixá-la a sós com a sua mãe.

- obrigada doutor._ Falo e ele sai da sala

Eu não posso deixar minha mãezinha morrer, mas como eu vou arrumar esse dinheiro assim de uma hora pra outra? sendo que mesmo que eu conseguisse guardar todo mês os 1.200 que eu recebo isso levaria anos pra chegar no valor da cirurgia, volto novamente a chorar, meu Deus me ajuda, me mostra um solução, não me tira a minha mãezinha por favor, ela é a única coisa boa que eu tenho nessa vida.