Noah Narrando
Acordo com o celular tocando no maior estardalhaço. Tô tão quebrado da noite passada que só estico o braço, desligo sem nem olhar no visor e viro pro lado de novo… sono é rei.
Mas aí o rádio resolve me atazanar, começa a chiar e tocar, e eu levanto boladão, na marra. Dou logo um socão na mesinha do lado da cama que desmonta na hora.
— Pô, c*****o! Nem pra dormir mais dá nessa p***a! — bato com o pé no chão. — Esqueceram que quem manda aqui sou eu? p***a! — pego o rádio puto da vida.
Rádio on
— Na visão, solta a voz — falo já no veneno, mas assim que escuto a voz do chefão, arrepia até os fio de cabelo que eu não tenho.
— Preciso que tu dê um pulo aqui em casa, papo sério, tem que ser agora. Pode colar? — fala o chefe com aquela voz de quem não aceita não.
— Pode deixar, chefe. Ainda hoje dou esse salve aí. Fé! — respondo de boa.
— Grande garoto. Fé em nós! — ele finaliza.
Rádio off
Desligo e vou pro banho ainda meio puto. Queria tá no quinto sono, mas a resenha de ontem me deixou travado, foi boa demais. Rindo sozinho, lembro dos bagulhos, boto um short preto, jogo uma regata no ombro, passo desodorante e taco meu 212 amadeirado — o pai tá sempre cheirosão, novinha pira. Mas o coração já tem dona.
Armo a Glock, fuzil nas costas, radinho e celular no esquema. Quando vou descer, levo logo um susto.
— Que p***a é essa? Que tu tá fazendo aqui? — falo na hora, travado na cena dela parada de frente pra mim, só de calcinha. c*****o, não lembro de ter trazido mulher nenhuma pra casa... ainda mais pra casa dos meus coroa.
— Nossa, gostoso… já esqueceu da noite maravilhosa que a gente teve? — ela fala, e eu já fecho a cara.
Que p***a eu tomei pra meter esse vacilo? t*****r com uma mina e nem lembrar? Justo agora que minha loira tá pra colar na área essa semana? Papo reto, Noah, tu não sabe guardar o p*u dentro da bermuda.
Sento na mesa, e ela senta também, do mesmo jeito, peladona, peito pra fora, daquele jeito que deixa qualquer cria maluco. A real é que ela é um mulherão sinistro, mais velha que eu, mas com corpão de novinha. Quando eu era pivete já era doido nela.
— Come logo esse rango aí e mete o pé da minha casa. Tu sabe que eu nunca trouxe mulher nem pro meu barraco, quanto mais pra casa dos meus coroas. E, ô… se tu diz que eu te comi a noite toda, então era pra tá saciada, não se oferecendo de novo — falo seco, e ela fecha a cara, sobe posando de marrenta.
Levanto devagar, fico na encolha atrás do portal e vejo quando ela entra no quarto que era da Júlia. Desce depois, vestida, tentando pagar de sonsa.
Ela para na minha frente e estica o braço.
— Que foi agora? Não te devo nada, fia. Nem lembro se comi tu mesmo, então não tem recibo pra assinar — falo tomando meu café tranquilo.
Ela sai pisando duro, e eu termino de comer, lavo as parada suja e parto pra boca.
É isso, rapaziada… quatro anos que eu tô nessa caminhada. Nem todo mundo me conhece de cara, mas meu nome é Noah, vulgo NH. Filho do Joca e da Adrielle, herdeiro do Borel. Sempre fui amarradão na Laura, mas a mina era fechadinha, não dava brecha. No máximo um selinho, e olha lá. Eu me acabava na punheta pensando nela ou comendo outra com ela na mente.
Ela vem pro Rio de seis em seis meses, mas eu? Já fui várias vezes no sapatinho de jatinho só pra ver ela. Júlia e Theo sempre cobriam meu rolê. Cê acredita que até apê em Chicago eu comprei só pra ficar uns dias com ela? E era só beijo e oral, nunca rolava penetração.
Mas na última vez que ela veio… a mágica aconteceu. Tava rolando um climinha no apê do Leblon e ela se entregou pra mim. Mano, foi a melhor noite da minha vida. Sexo com amor é outro nível, papo reto.
Mas desde que eu entrei nela, fiquei viciadão. Aquela b****a rosinha, carnuda… é tipo droga, irmão. Quando ela liga em chamada de vídeo, se toca todinha só pra mim. Eu fico em surto, sonhando com ela sentando pra mim, e acordo todo dia duro igual pedra. Me segurei até onde deu...
Já vai fazer quase seis meses e eu ainda não acredito que meti esse vacilo com a Verônica. Alguém deve ter me dopado ou jogado bebida batizada, só pode. Nem lembro dessa p***a colada na resenha. Paro a moto em frente à boca, desço com sangue nos olhos e vou entrando no barraco.
Aí escuto uns gemidos, tipo altos mesmo. Passo logo a mão na cara, bolado.
— Pô, essas desgraças não tem casa não? Vem comer as p**a aqui na boca mesmo? — murmuro, já subindo quente. — Só falta ser na minha sala essa porra...
Abro a porta com tudo e dou de cara com a pior visão do dia: Erick e Victor estourando a Verônica em cima da mesa. Erick atolado na b****a, Victor rasgando o cu dela. A desgraçada toda escancarada, gritando igual c****a no cio.
Cena de filme pornô dos brabos. Só serviu pra me provar que eu não comi ela a noite toda. Essa safada tá armando alguma.
Tenho fama de deixar as mina de cadeira de roda, puxei o talento do meu pai nessa parada.
— Veio se juntar a nós, gostoso? Pode vir, que eu aguento! Bota esse p*u grande e grosso na minha boca — ela fala, já abrindo a boca toda.
Balanço a cabeça negando, com nojo da situação.
— Sai da minha sala agora, os três! Aqui não é zona, c*****o! Vão pro matadouro, p***a! — grito sem paciência.
Eles se ajeitam. Ela levanta puxando o vestido e os dois arrombados sobem as calças, com cara de cu, balançando a cabeça como se tivessem sido expulsos do paraíso.
— Podemos terminar o que começamos em outro lugar… — ela solta com aquele sorrisinho de v***a.
Os dois idiotas já abrem o sorrisão também, igual porta de circo.
— Que isso, irmão? Não comeu b****a hoje, não? — Erick tira onda.
Sento bolado na minha mesa, respirando fundo.
— Isso é a Laura mexendo com a cabeça do bandido da gringa. Pô, mano, custa nada meter numa bucetinha. Laura nem ia ficar sabendo. E pra ela é mais fácil, né? A gente é homem, sofre mais — Victor solta essa pérola.
Nem acredito no que escuto. O infeliz mete migué nos pais dizendo que tá em missão, mas tá era na p*****a.
— Comeu e comeu bem, né, meu gostoso? — Verônica insiste, tentando confirmar um bagulho que eu nem lembro se aconteceu.
Os moleque gargalham, rindo da minha cara. Eu pego o bloco de papel e jogo na direção dos dois, que saem correndo da sala igual rato de bar.
Abro o notebook, olho as fotos que ela mandou uns três meses atrás. Que mulher gostosa do caralho... p**a que pariu.
Manhã de segunda, tudo na paz. Mas a saudade bate forte — meus coroas voltam hoje, vieram na correria porque foram convocados pelo comando. Deve ser reunião das pesadas. Será que tem a ver com o papo que o chefe quer trocar comigo?
Resolvo os corres na boca, passo no restaurante da tia Sônia. Sento e ela já vem no pique.
— Boa tarde, menino. Vai querer o de sempre? — ela pergunta.
— Isso mesmo, tia. E traz uma gelada aí também, que o calor tá cabuloso, preciso refrescar a mente — respondo de boa.
Ela sai, e quem sai também é a Vick, toda se abrindo igual vitrine de loja. A p*****a ficou velha, mas não mudou nada. Foi pro asfalto, arrumou um velho rico, engravidou, e ainda deu confusão quando o véio descobriu que ela não tinha largado a vida loka. Tomou logo um pé na b***a.
— E aí, chefinho? Vai querer só o do dia ou vai querer um extra? — ela fala toda oferecida.
Balanço a cabeça negando. A tia Sônia coloca o prato e a gelada na mesa. Como no meu canto, sem dar papo. Termino a refeição, tomo a cerveja, e quando vejo a Verônica se aproximando lá da esquina, já dou o salve no automático.
Pego minhas coisas, jogo no bolso, subo na moto e parto direto pro sítio onde o chefe mora. Chego, o segurança já reconhece e abre o portão. Estaciono, entro... e levo um baque.
Meu pai e minha mãe já estão ali. Meus coroas. Levanto na hora, minha mãe vem correndo me abraçar. Tavam três meses fora. Faço o toque com meu coroa, cumprimento o chefe e a esposa dele, e sento ao lado da minha mãe, sentindo o clima pesar.
— Já que todo mundo que foi chamado tá presente, vou começar sem enrolação — fala o chefe. — Joca, Adriele… cês sabem que tenho um respeito danado por vocês. Como tavam fora, eu me reuni com o comando todo. E por votação unânime… fico triste e feliz ao mesmo tempo em dizer que NH foi o escolhido pra missão na Bahia. A única coisa que eu sei é que um dos...
— Os chefes fizeram questão que fosse ele. A gente estudou todos os nomes, analisou perfil, postura, histórico… e chegaram num consenso: o NH vai saber executar a missão do jeito que o Comando quer — ele solta, firme. — Desculpa ter que jogar isso assim, na tora, mas não tive escolha. A última palavra é minha, sim. Mas a votação foi deles. Tu vai colar nessa missão e vai voltar pra assumir teu morro de vez. A parte r**m é que tu parte amanhã. Eles não querem demora, a ordem veio de cima — fala olhando direto pra mim.
Passo a mão no rosto, puto. Sem acreditar que os cara tão metendo essa comigo. s*******m da p***a. Vão me jogar num lugar que nem conheço, na Bahia, sem saber nem o que tá rolando. Qual foi o bagulho tão sinistro que precisa de alguém do Rio pra resolver lá? Eu vou, porque ordem de cima a gente cumpre, mas isso tá cheirando enrascada… daquelas grandes.
— Aí não, chefe! Aí tu quebra minhas pernas, cara! — meu pai levanta na hora. — NH é meu herdeiro, meu sucessor, p***a! Como é que ele vai sair em missão e deixar o morro? Não acredito que tu votou a favor disso, irmão... — ele fala bolado, faz o símbolo do comando com os dedos e sai da sala voado, cheio de revolta.
Minha coroa olha do chefe pra mim, com o coração na mão.
— Por que que tem que ser assim, p***a? Não tem outro líder? Outra cria capaz de fazer essa missão no lugar do meu filho? O NH já tem o morro dele, já tem a quebrada dele pra tomar conta. Tem outros aí que podiam ir nessa, pô — ela fala firme, com o peito apertado.
A esposa do chefe abaixa a cabeça, balança devagar, sem dizer nada. Minha vontade era de levantar e encher a cara do chefe de porrada, mas não posso. Não aqui, não agora. Minha mãe se levanta, encara ele mais uma vez, manda um beijo pra primeira-dama e sai na moral, mas por dentro eu sei que ela tá na bala igual eu.
— Chefe… já que não tem como mudar, que o bagulho tá decidido mesmo... o senhor tem noção de quanto tempo eu vou ter que ficar por lá? — solto, pesado, tentando manter a calma.
Ele dá umas batidinhas na mesa com os dedos, me encara por uns segundos e balança a cabeça em silêncio, dizendo que não.
— A única coisa que eu sei, NH… é que tu precisa ir com a mente fria. Vai com calma. Sem desespero. No tempo certo, tu vai saber quando é hora de voltar — ele fala na responsa.
Levanto, faço o toque com ele, cumprimento a primeira-dama e saio da sala com o corpo tremendo. Não sei se é raiva, angústia ou ansiedade. Só sei que tô fudido. E o que mais me trava é saber que talvez nem tenha tempo de ver minha loira, de dar um beijo, um "até logo".
Minha mente tá uma zona. Crivado de pensamento. Se eles não me deixarem voltar, como é que eu vou explicar isso pra Laura? Que tipo de lógica vai justificar essa p***a?
Subo na moto no veneno, acelero forte. Decido nem subir o morro. Vou direto pro Leblon. Paro a moto, tiro o capacete e caminho até a areia. Fico ali, encarando a imensidão do mar, como se ali tivesse alguma resposta. Mas no fundo… eu sei que não tem.
Continua.....
RECADINHO DA AUTORA 💋
Se você ama ler um romance proibido, cheio de desejo, tensão e reviravoltas, esse livrø é o seu lugar.
Aqui você vai viver a história de Noah e Laura, dois jovens separados pela distância, pela lealdade e por segredos perigosos. Entre traições, decisões arriscadas e promessas que desafiam o tempo, eles vão mostrar que o amor verdadeiro sempre encontra um caminho, mesmo quando tudo parece impossível.
Prepare-se para sentir na pele paixão, coragem e emoção em cada página.
De uma autora que escreve com o coração para você, leitora, ousada e corajosa.
Te espero nas próximas páginas!
AVISO LEGAL
Esta obra é fruto da imaginação da autora. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, lugares ou situações reais é mera coincidência.
🚫 Proibido para menores de 18 anos.
Contém cenas de viølência, sexø e linguagem imprópria.
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Com carinho (e um toque de safadeza), JM MARTINS.