Capítulo 1

1138 Words
Por que sempre acordo atrasada nos piores momentos? Parece que o universo conspira contra mim nessas horas! Acordei atrasada e tive que levar meu irmão para a escola antes de sair e, para completar, meu ônibus quebrou no meio da estrada, logo no meu primeiro dia! Assim que passei pelas grandes portas do campus, olhei em meu relógio e suspirei aliviada, agradecendo a Deus por ter chegado antes do fim da primeira aula. 08:30h, 30min de atraso, espero que o professor não se importe com isso. O lugar era enorme, vários prédios, muitas pessoas com diferentes estilos, idades e gostos, tudo era muito verde e tinham várias árvores aqui e ali, além dos enormes prédios cada um mais equipado que o outro. Ali dentro também tinha um restaurante e algumas lanchonetezinhas que os alunos gostavam de frequentar, além disso haviam os anfiteatros e vários laboratórios. Apesar do desastre que foi minha manhã, eu estava muito feliz, meu primeiro dia no curso de medicina veterinária, finalmente eu havia conseguido e, para melhorar, numa das melhores faculdades do rio! Era como um sonho de infância sendo realizado, algo que eu sempre quis e, depois de tanta luta, estava se tornando real. Ser uma moça pobre,criada por um pai solteiro que deu tudo o que podia para mim e me ajudou a chegar até aqui era uma vitória para mim e para ele. Meu pai se chama Jonas, ele é um homem de 47 anos e trabalha como mecânico, tem sua oficinazinha em nosso bairro seu cantinho de trabalho que lutou muito para conseguir, moramos no Vidigal, eu, ele e meu irmão, Carlos, que tem 14 anos. Passei no banheiro antes de ir para a sala, ajeitei minhas tranças, havia colocado jumbo no cabelo exatamente para isso, elas iam até pouco abaixo da minha b***a e combinavam perfeitamente com minha pele n***a. Não estava usando muita maquiagem, somente retoquei meu gloss e respirei fundo, fechando os olhos e suspirando lentamente tentando controlar meus nervos. ― Vai dar tudo certo, Amanda, relaxa! ― falei, abrindo os olhos e me olhando no espelho uma última vez, saindo do banheiro e seguindo para a sala. Assim que cheguei a porta, vi pela a******a de vidro que não haviam muitos alunos e, considerando que minha turma era até bem grande, me consolei com o fato de que ao menos eu havia vindo, já que a maioria sequer compareceu à primeira aula. Abri a porta bem devagar e, entrando com o máximo de discrição que consegui, tomei um lugar bem pertinho da porta, olhando ao redor com o coração disparado. A maioria na sala eram meninas, algumas pareciam muito simpáticas e até acenaram para mim quando eu cheguei, outras pareciam mais, como dizer… metidas talvez? Não sei, não queria julgar meus colegas pela aparência, queria fazer amigos e aproveitar tudo o que essa nova fase ia me proporcionar, como diz meu pai: “A vida é para ser vivida e, desde que você não esteja prejudicando outra pessoa, você está no caminho certo” Era mesmo real! E eu espero que nada atrapalhe meu sonho! THOMAZ Não havia dia pior que a segunda-feira, ter que levantar e recomeçar a semana era um saco, principalmente depois de um domingo de farra em Copacabana. Mas eu não posso deixar de lado a faculdade, ou meu pai vai cortar todas as minhas regalias e a última coisa que eu quero é precisar voltar para a casa dele, no meu pé, já basta minha irmã. Saí da cama e estiquei os ombros, bocejando, passando as mãos nos meus cabelos escuros e olhando o relógio já eram mais de oito horas e eu já estava atrasado. Depois de quase dois anos, eu já não me importava tanto com os horários das aulas, tudo o que eu precisava fazer era me atentar aos conteúdos e, por sorte, eu conseguia fazer isso muito bem sozinho. Segui para o banheiro e tomei um banho bem rápido, meu quarto estava frio e fresco por conta do ar-condicionado, mas eu sabia que, quando saísse de casa, ia encontrar o calor infernal do Rio de Janeiro me esperando. Me vesti, coloquei uma bermuda e uma camisa cinza, peguei minha bolsa e calcei meus tênis, seguindo para a sala e saindo pela porta do meu AP, seguindo para o elevador. Aquele prédio era um dos melhores da localidade, era seguro bem planejado e os vizinhos m*l faziam barulho, no geral, parecia que eu vivia sozinho no prédio, não se ouvia nada. Acenei para o porteiro quando cheguei a recepção, mas não esperei uma resposta, caminhei para o estacionamento e parei ao lado do meu carro, puxando a chave da minha bolsa e destravando o veículo. Então, antes que eu desse a partida ouvi meu celular tocar. ― Cadê tu, cara? ― ouvi a voz de Matheus do outro lado bastante irritado. ― A gente tem aquele trabalho pra apresentar hoje! ― To chegando! Já tô no carro ― falei, com o telefone pendurado entre o ouvido e o ombro enquanto dava a partida. ― Eu tinha esquecido dessa d***a de trabalho! Alguém já apresentou? ― Já, você tem 30 minutos pra chegar aqui ― Matheus respondeu, desligando o telefone na minha cara logo depois. Droga de faculdade! Sempre tem que dar alguma coisa errada! Pisei no acelerador e tentei chegar lá o mais rápido possível, cortando alguns sinais e ultrapassando alguns carros, dirigindo feito doido para tentar chegar a tempo. Não sei quantos minutos durou aquela corrida, só sei que, quando eu estacionei e saí do carro correndo em direção ao meu prédio de aulas, não estava vendo nada na minha frente de tanta pressa. ― m***a de aula! ― murmurei, enquanto desviava de alguns alunos que estavam andando numa maresia irritante pelo corredor. Mas, mesmo com toda minha destreza, não consegui evitar trombar em alguém e, como estava correndo, o tombo foi mais forte do que eu imaginei. ― Ai! Que d***a, menino, eu sou transparente por acaso? ― ouvi a voz feminina falando, ela parecia extremamente irritada. Quando finalmente olhei para ela, vi uma moça de pele n***a, lábios grossos bonitos e brilhantes, tranças longas, algumas caiam sobre o rosto dela, bagunçadas por conta do tombo, e olhos de um castanho tão escuro que pareciam ser pretos. Ela estava no chão, algumas coisas que ela levava estavam espalhadas ao redor dela e, enquanto ela tentava juntar tudo, a porta da sala a direita se abriu e eu vi Matheus acenando feito um louco, me chamando para entrar. Não tinha tempo para ajudar, então com um sorriso amarelo meio sem graça eu voltei a correr para a sala. ― Desculpa ai! ― gritei antes de entrar, no momento exato da apresentação do meu trabalho. |¥| Me sigam no i********: e deixem seus comentários! INSTAGRAM: @autora_evy TIKTOK: @autoraevy
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