Prólogo

456 Words
- Você pretende se casar algum dia? Mamãe e papai tocaram nesse assunto ontem - disse minha irmã Indira enquanto alisa meu cabelo, estávamos deitados em nossa varanda que continha o teto aberto, o dia estava tão bonito. - Você sabe indira, não penso nessas coisas, papai e mamãe só pensam no "bem" que pode trazer pra família - digo me levantando e esticando os braços. - Se depender deles você irá casar esse ano, espero que sua esposa te faça feliz - diz ela passando por mim. Onde eu moro sempre foi assim, hoje não existe mais casar e não conhecer o noivo ou a noiva, mas a família ainda escolhe quem é e a pressão que colocam é a mesma que casar sem querer, eu posso sim conhecer minha noiva e decidir se quero ou não, mas se eu me negar a minha família passa a viver como se eu não existisse, então é ou não é obrigação? Meu nome é Raj e tenho vinte e um anos, moro em Ahmedabad na Índia, em um dos estados mais ricos da índia, Gujarat. E isso não quer dizer nada, moramos em um dos estados mais ricos mas minha família ainda luta pra sobreviver, nossas condições melhorou muito desde que nos mudamos para cá, mas o estilo de vida aqui é muito mais caro, posso até dizer que meus pais e meus tios decidiram vir para cá só por causa do casamento, e não só o meu, tenho uma irmã e duas primas, uma delas assim que fez dezoito anos foi entregue a uma família rica, eu não confio em meus tios, quem entrega a filha por dinheiro? Tenho pena de minha outra prima, agora estão lá, disfrutando da riqueza mas sem saber se a filha passa bem, que Bramá a proteja. Decido sair de casa e ir conhecer as ruas de Ahmedabad, é a primeira vez que eu mudo de cidade e isso foi uma mudança enorme, mesmo já fazendo quase um ano, ando devagar com a postura reta e com os braços para trás, vejo barracas nas ruas vendendo de tudo, roupas de seda, comida, sementes e até mesmo animais de estimação, paro em frente a uma barraca onde vários meninos estavam fazendo pipa, uma mais linda que a outra, enquanto eu toco algumas eu escuto alguém gritar. - Menino volte pra casa, sua mãe vai me matar, volte logo, não tem mais idade pra soltar pipa, vamos kamal - vejo uma mulher baixinha puxar um rapaz alto que olhava as pipas ficando pra trás. Olho para a pipa que ele estava olhando e vejo que é uma linda pipa da cor marrom, brilhava como se a pipa estivesse molhada, alguém pega a pipa e nesse momento eu saio do meu devaneio.
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