Patrícia narrando .
Fiquei vermelha, mano, um misto de raiva e vergonha. Não porque eu tava errada na minha cabeça, mas porque ele falou na minha cara de um jeito que parecia que tava me despindo de toda a marra que eu carregava. Eu sempre fui boca dura, sempre bati de frente, mas naquele momento parecia que ele tava me lendo inteira.
— Tu acha que eu sou quem, Patrícia? — ele veio seco. — Moleque de esquina? Eu já vivi coisa demais pra ficar jogando nessa de fofoquinha e birrinha.
Eu engoli seco, tentando não tremer a voz.
— Não é birra, é questão de respeito.
Ele deu um passo na minha direção, e eu senti o peso da presença dele.
— Respeito? Então começa respeitando quem tá contigo na conversa. Para de agir como se o mundo tivesse que girar em volta do que tu sente. Acorda pra vida,
