Jordana narrando
Tô dirigindo ainda com a cabeça a mil, o corpo latejando como se tivesse tomado choque. Nem eu entendo direito o que rolou: saí do apartamento do Thor toda elétrica, tipo fogo por dentro, maxilar dolorido, ainda sentindo como se estivesse com a boca cheia com a mão no volante, girando o Rio todinho na tentativa de acalmar a marola. A boca seca, o pensamento grudado nele — e a sensação absurda de que eu fiz a minha parte e não rolou do jeito que eu queria. Balanço a cabeçanegandø, aperto o volante até a mão doer.
Coloco o telefone no suporte, olho pra tela e o número dele pisca: chamou, chamou, chamou. Nada de atender. Tô batendo murro no volante igual boba, porque a raiva mistura com o t***o e vira uma coisa que não cabe no peito. Mando mensagem:
— Caralhø! Qual é pai,
