Danyelle Narrando
Respirei fundo, ainda parada no portão, e segurei a mão da Tônia com força. Eu sabia que precisava falar, mas não tinha ideia de como começar. Meu coração disparou, parecia que eu estou traindo a confiança dela só de pensar no que ia sair da minha boca.
— Amiga… eu vou precisar que, nesse momento, tu tenha a mente bem aberta — falei baixo, quase sussurrando, como se alguém pudesse ouvir mesmo sabendo que estávamos só nós duas. — Porque o que eu vou conversar contigo agora… pode ser que tu me julgue, pode ser que me olhe diferente. Eu sei que, pelos olhos de muita gente, é errado, e eu não vou negar isso.
Tônia franziu a testa, me puxou para dentro, e a gente sentou no sofá. O olhar dela pesava em mim, mas ao mesmo tempo era acolhedor, como se dissesse “pode falar, eu
