Thor narrando
Na moral... eu não sei que pørra é essa que tá rolando comigo. A festa tá como? Pegando fogo, geral no grau, som batendo, mulher bonita pra todo lado... e eu aqui, travado. Com o copo na mão, olhando pro nada. Quer dizer, não é pro nada não — é pra ela.
Danyele.
A mulher que eu sempre quis. A mulher que eu nunca devia ter beijado. A única boca que eu beijei nessa pørra de vida toda e que, desde aquele dia, ficou na mente, no gosto, na alma. E agora... tá aqui. Sentada no colo do marido. Rindo. Fingindo que não vê o fogo que ela mesmo botou no meu peito.
— Aí, grandão — o Pinscher me cutuca rindo, já meio bebaço — tu vai dispensar todas as gatas hoje mesmo? Cê tá tirando, pô?
— Tu vai largar de mão até a Jordana, aquela gostosa que sempr te quis, mais cedo quase te beijou agora, menor? Vai dar mole?
Dou um gole no copo, olho pra Jordana de longe, mas é como se ela nem existisse. Eu nem sinto t***o. Só ódio. Da situação. De mim.
— Fica com ela tu, pô — respondo seco, encarando o copo vazio. — Não é pra mim, não.
— Tá de caô, Thor? Que que tá pegando? — a Patrícia chega encostando no meu ombro, rindo — Tu parece até apaixonado. Tá pensando em mim, né?
Olho de lado pra ela. Não falo nada. Mas ela sabe, que tem uma p***a errada. A favela inteira sabe que o Thor não dispensa b****a, ainda mais assim do asfalto novinho, cheirosinha um com uso e outras nem usadas.
Meu coração tá me traindo. Minha mente também. Eu odeio isso. Eu não aceito talaricagem, não sou desses. Nunca fui. Mas minha mente é suja, bandida, do tipo que pensa o que não devia. Só que porra... é a Dany.
E ela não devia ser do Fernando.
Devia ser minha.
Fiquei sozinho na cadeira, brisando com a cara fechada, vendo geral se divertir enquanto minha mente tava travada nela. Danyelle já tinha metido o pé com o Rocha, e eu fiquei só com meu pensamento me traindo, tipo uma fita rodando sem parar. Aquele bagulho me deixava bolado. Eu, que sempre fui contra talarïcagem, agora tava pensando logo na mulher de um cria. Que pørra é essa, Thor?
O Pinscher até tentou segurar a resenha, mas nem ele aguentou minha cara de cu por muito tempo. Vi ele se bandeando pra cima de uma das amigas da Patrícia, largando de mão mesmo. Melhor pra ele, que pelo menos foi curtir a noite.
Eu dei mais um trago no beck, joguei a cabeça pra trás e soltei a fumaça olhando o céu. No meio da brisa, sinto um tapa de leve no meu braço. Quando viro, era a Patrícia.
— Que foi, sumido? — ela tirou meu cotovelo do joelho e se jogou no meu colo sem pedir licença.
Fiquei parado, sem reação no começo, mas acabei passando o braço pela cintura dela, automático. Ela pegou o baseado da minha mão, puxou fundo e soltou a fumaça devagar, olhando nos meus olhos com aquele olhar de quem sabe o que quer.
Sem dar tempo pra nada, ela se inclinou e tascou um beijo na minha boca. Um beijo quente, daqueles cheios de segundas intenções. Eu deixei rolar. Coração ainda preso na Dany, mas a boca da Patrícia me puxando pro presente.
Foda é que, mesmo beijando outra, minha mente tava nela. Dany. Sempre ela.
O beijo dela foi ficando mais pesado, mais quente… e eu ainda tentando segurar minha mente que insistia em voltar pra Danyelle. Mas a Patrícia tava ali, colada em mim, me comendo com os olhos, fungando perto da minha boca.
Ela se afastou só um pouquinho, ofegante, com o olhar cheio de malícia e a voz rouca:
— Tu acha que eu esqueci do presente, Thor? — ela lambeu os lábios. — Esse ano eu quero é tu… se tu não me der, eu pego outro, mas eu quero de tu. Hoje. Agora.
Fiquei encarando ela por uns segundos, meu coração batendo estranho no peito.
— Tem certeza que tu quer isso, Patrícia?
Ela chegou mais perto, a boca quase colada na minha.
— Nunca quis nada mais do que isso na minha vida, Thor.
Dei um meio sorriso, meio torto, meio cínico.
Ela me puxou pela mão sem esperar resposta, me arrastando pro fundo da casa, passando pela galera que nem tava vendo mais nada. O corredor era escuro, só com umas luzinhas piscando, até que ela abriu uma porta e me puxou pra dentro.
Era um dos quartos que ela usava pras resenhas com as amigas dela. Tinha colchão no chão, almofada, luz baixa e um cheiro forte de perfume doce misturado com fumaça de narguilé.
Ela entrou primeiro, se virou de frente pra mim e, sem cerimônia, puxou o zíper do vestido nas costas. A pørra toda caiu até o chão e ela ficou nua. Sem calcinha, sem sutiã, sem vergonha nenhuma. Só ela, com aquele corpo que sempre me fez pensar besteira, mesmo quando eu fingia que não via.
— Parabéns pra mim — ela sussurrou, mordendo o lábio.
Eu travei por dois segundos. Mas depois…
Fiquei sem reação, sem saber se rezava ou agradecia. A mulher tava pelada… lisa… sem pørra nenhuma.
— Se tu quiser… é tudo teu. Pode me usar essa noite. Esse é meu presente de aniversário. Do cara que eu escolhi pra sentar hoje.
— Caralhø… — foi só o que eu consegui soltar, encarando aquele corpo doido, malhado, sem vergonha nenhuma. — Tu tá de sacanägem, né, Patrícia?
Ela veio andando até mim como se desfilasse na Sapucaí.
— Tô maluca mesmo — falou empurrando meu peito. — Maluca pra meter a boca nesse teu p*u gostoso.
Caí sentado no sofá, com as duas mãos pro alto.
— Tu pirou, Patrícia?
— Pirei, Thor. Pirei de vontade de te dar hoje… — ela ajoelhou na minha frente e puxou minha bermuda pra baixo.
Meu paü saltou, semi-duro, e ela segurou firme com a mão quente.
— Pørra... — respirei fundo, sentindo o toque dela. — Tu tá brincando com fogo.
— E é isso que eu quero... fogo. Essa noite eu quero ver tua alma no meu corpo.
Ela passou a língua na cabecinha, devagar, com gosto, e meu corpo já respondeu, duro, pronto pra guerra.
— Pronto, já tá duro — ela disse, olhando pra cima com aquele olhar de safadä que bagunça a mente de qualquer um.
— Não faz isso, Patrícia... — tentei falar, mas antes de terminar, ela meteu a boca com vontade, como se fosse dona.
Segurei o encosto do sofá com força. Aquele bøquete não é só tesãø, é vingança, é loucura, é tudo junto.
— Putä que pariu, mulher... — gemi rouco, jogando a cabeça pra trás.
Continua....