Natália Narrando
Nunca fui de esconder nada da minha mãe. Sempre contei tudo. Ela é mais do que mãe, sempre foi amiga, porto seguro. Mas como é que eu ia chegar nela e soltar assim, de uma vez, “o exame deu positivo, eu tô grávida”? Grávida de quem? Grávida do quê? Nem namorado eu tenho… O que eu tenho é uma føda fixa. Fixa só pra mim, porque pra ele… eu nunca fui a única.
Doía pensar nisso. Doía porque eu sabia que meu corpo, meu coração, meu amor, até a minha alma era dele. Sempre foi do Pedro. Eu nunca quis outro, nunca procurei outro. Só que, pra ele, eu era só um consolo, um alívio quando o mundo pesava. Eu era a única que ele comia sem capa, como se isso fosse algum tipo de privilégio… quando, na real, só escancarava que ele confiava em mim pra carregar a consequência que ele não
