Charlie Thompson
Eu estava mais atrasado do que o normal. Lissa, definitivamente, me mataria, sem sombra de dúvidas, mas não foi minha culpa, tive que terminar uns trabalhos na faculdade que acabaram me tomando muito tempo. O primeiro período não nada é nada fácil. Assim que chegar explicarei a ela e ficará tudo bem, ela vai entender. Melissa é muito pontual e odeia atrasos, mas não fiz por m*l, então sei que ela irá relevar, ainda mais quando descobrir onde vamos jantar.
Chego ao prédio da minha irmã mais nova com duas horas de atraso e subo para o quinto andar que é onde ela mora. Quando o elevador para eu saio as pressas em direção à sua porta, antes de bater ouço gritos abafados e acho que são de Lissa. Abro a porta do apartamento com uma força brusca e me deparo com Jonas, seu atual namorado, agarrando-a e tapando sua boca. Ele está apenas de cueca Box e Lissa está sem blusa.
_Que p***a é essa? Larga a minha irmã Jonas. Falo e antes de esperar que ele a solte voou em cima dele e o tiro de perto dela. Agarro em seus braços e o arrasto para o outro lado o apartamento.
_Você estava tentando abusar dela, seu cretino. Falo mais em tom de afirmação do que de interrogação, afinal a cena que acabei de presenciar não deixou muitas dúvidas a respeito do que estava acontecendo.
Não espero por um pronunciamento seu, o acerto com um soco na cara. Ele cai no chão se esperneando e se afasta para longe de mim.
_ Sua irmã é uma vagabunda, já fez coisas com outros caras e não queria ceder para mim, apenas quis apressar as coisas.
Ao passo que escuto suas palavras nojentas a minha raiva pelo sujeito só ganha vida. Vou em sua direção de novo e acerto seu rosto mais uma vez. Acerto uma, duas, três, quatro... eu simplesmente não conseguia controlar o ódio e nojo que estava sentindo daquele cara. Só paro quando ouço Lissa no fundo aos guitos me pedindo para parar.
_Chega Charlie, já chega, se continuar batendo nele vai mata-lo.
Olho para a cara desfigurada de Jonas. Dou ouvidos ao choro e ao desespero da minha irmã e largo o desgraçado.
_Nunca mais chegue perto da Melissa, se voltar a procura-la eu garanto que não verá o sol nascer no outro dia. Jonas olha no fundo dos meus olhos com pleno pavor e se afasta ao máximo de mim, levanta-se do chão, pega suas roupas e saí do apartamento sem olhar para trás.
Retomo toda minha atenção para Lissa que está encostada na bancada da cozinha ainda aos prantos.
_ Ei maninha, como você está? Aquele cretino te machucou? Conseguiu fazer alguma coisa? Saio disparando perguntas em cima dela e não obtenho nenhuma resposta, apenas seu choro ganha espaço. A tomo em meus braços e ouço ela chorar, dessa vez seu choro não é mais de desespero como a alguns minutos, agora é apenas um choro que demonstra tristeza e pura decepção.
Depois de alguns minutos abraçados sem dizer nada, Lissa levanta seu rosto para me olhar, ao passo que diz:
_ Não, eu estou bem, ele não fez nada, você chegou antes. Obrigado Charlie.
_Estou aqui tudo bem, ele não vai te tocar ou te machucar nunca, estarei aqui sempre. Abraço-a com mais força e beijo sua testa como forma de consolo, como uma maneira de fazer com que ela não se sinta sozinha, mas acima de tudo, eu beijo para demonstrar todo o meu amor pela pessoa que hoje é a minha única família.
Desse dia em diante, depois do dia em que senti minha irmã tremer e chorar em meus braços, eu nunca mais fui o mesmo. Esse foi o capítulo que mudou todo o rumo da minha história. Mudou quem eu sou e o que eu me tornei a partir daqui.