Capítulo 6. Eu sei que é verdade

766 Words
Enquanto Estevão continuava a falar, Christopher notou um brilho de desespero em seus olhos. Ele sabia que Estevão estava com medo, mas havia algo mais ali. Algo que não estava sendo dito. —Eu vou contar tudo,—disse Estevão, sua voz trêmula. —Mas você precisa saber que... eu não sou o único que está em jogo aqui. Christopher levantou uma sobrancelha, intrigado. O que você quer dizer com isso ? Estevão engoliu em seco antes de continuar. — Eu sei quem você é. Você é o Corvo. O homem que Marco mais confia quando tem um serviço difícil. Christopher não reagiu, mas por dentro, ele estava surpreso. Como Estevão sabia disso? Ele havia sido tão cuidadoso. —O que isso tem a ver com tudo isso?—perguntou Christopher, sua voz controlada. —Marco está planejando algo grande—, disse Estevão, sua voz cada vez mais desesperada. — Nunca passou por sua cabeça que você... sabe demais. Christopher sorriu, um sorriso frio e calculista. —E você acha que eu vou acreditar nisso? Estevão balançou a cabeça. —Eu juro que é verdade. Marco tem um plano para matar você. Ele está trabalhando com alguém de dentro da organização para tornar isso mais fácil. Christopher estreitou os olhos, sua mente trabalhando rapidamente. Ele sabia que não podia confiar em Estevão, mas havia algo em sua voz que parecia verdadeiro. — O que você quer em troca dessa informação?— perguntou Christopher, sua voz mais suave. Estevão hesitou antes de responder. —Eu quero sair dessa vivo. Quero uma chance de começar de novo. Christopher olhou para Estevão por um longo momento antes de responder. —Eu posso oferecer isso a você. Mas você precisa me provar que está dizendo a verdade, Estevão. Estevão assentiu rapidamente. — Eu vou fazer o que for necessário. Christopher sorriu novamente, um sorriso frio e calculista. Ele pega o telefone de Estevão que está no porta luvas do carro. — Ligue para Marco. Agora. Estevão discou o número de Marco no telefone com os dedos trêmulos. Marco atendeu normalmente, como se não tivesse mandado O corvo matar Estevão. —Marco— disse Estevão, tentando soar calmo Marco respondeu ao telefone, sua voz firme e autoritária. —O que é, Estevão? Você deveria estar se concentrando em resolver o problema com a remessa de Gênova, não me ligando para conversar. Estevão engoliu em seco, tentando manter a calma. —Eu estou trabalhando nisso, Marco. Mas eu ouvi uns rumores sobre você e o Corvo. Eu queria saber se há alguma verdade nisso. Marco riu, um som genuíno e sem malícia. —Rumor? Que p***a de rumor, Estevão? Estevão hesitou antes de responder. —Sobre você estar planejando algo contra o Corvo. Eu queria saber se é verdade. Marco parou de rir e sua voz se tornou séria. —Estevão, eu não sei o que você está falando. Eu não tenho nenhum plano contra o Corvo. Nós trabalhamos juntos, lembra? Eu jamais machucaria alguém que trabalha para mim. Estevão sentiu um momento de dúvida. Será que ele havia interpretado m*l a situação? Ele olhou para Christopher, que ainda apontava a arma para ele. —Eu... eu devo ter ouvido errado então— disse Estevão, tentando soar convincente. Marco suspirou. —Estevão, eu preciso que você se concentre no trabalho.Nós temos problemas reais para resolver. Estevão assentiu, mesmo sabendo que Marco não podia vê-lo. —Sim, Marco. Eu entendi. Marco desligou o telefone e Estevão fez o mesmo, olhando para Christopher. — E então ?—perguntou Christopher. Estevão balançou a cabeça. — Ele negou qualquer plano contra você. Disse que vocês trabalham juntos e ele jamais machucaria alguém que trabalha para ele. Christopher levantou uma sobrancelha, sua expressão pensativa, ele percebeu que era verdade. Afinal, se ele realmente não mandava matar seus aliados, não teria mandado Christopher atrás de Estevão. — Continue dirigindo. — ele diz apenas isso. Estevão continua, ainda sentindo a arma em seu pescoço. Após quase uma hora dirigindo, eles chegam em uma rua escura, vazia, com casas abandonadas. Christopher manda que ele pare o carro. Ele para o carro com uma freada brusca. — Você.. você prometeu que não me mataria. — A voz de Estevão sai alta, desesperada— Eu juro... ele realmente quer te matar...por favor, não faz isso. — Só para que você fique em paz. Eu acredito em você. São as últimas palavras que Estevão escuta. Christopher aperta o gatilho e atira na cabeça de Estevão. Sem piedade, sem hesitar, sem sentimento nenhum. Ele apenas faz, o que já fez incontáveis vezes.
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