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1123 Words
Millie's POV Queria tanto ter coragem de contar para a Olivia que ela era a garota por quem eu estava apaixonada... Mas eu sentia como se isso fosse uma desgraça dentro de mim. Olivia e eu temos uma amizade que prezo muito. Ela tem um jeito fofo de lidar com a vida e ilumina meus dias... E numa suposta rejeição, tenho medo de perder o pouco que tenho dela. Quando ela desceu do carro, a vi caminhar até a porta da casa e ela se virou mandando um beijo pra mim. Eu arranquei com o carro e fui até a casa de Johnny. Chegando lá, o pessoal já havia se dispersado da brincadeira de verdade ou desafio e haviam começado a beber. De vez em quando eu bebo, mas não muito. Não é minha praia. – Olivia tá cada dia mais gata. – Johnny comentou comigo. Ele bebia uma cerveja e eu um refrigerante de cereja. – Está. – Suspirei. – Eu sei que ela é a garota. – Ele afirmou. Arregalei os olhos e virei em direção a ele. – Do que tá falando? – Tomei um gole do refrigerante para disfarçar o susto. – A garota que roubou seu coração. Que você sempre fala pra todo mundo. – Não dava pra mentir pro Johnny. Ele me conhece tão bem quanto a Olivia. – Tá tão na cara assim? – Ele soltou uma risada e passou um dos braços ao meu redor. – Millie, eu sei que você prefere não falar do que estragar sua amizade com ela. Mas acredite, no momento que você se interessa por um amigo, as coisas nunca mais serão as mesmas. – Balancei a cabeça negativamente, discordando dele. – Já faz muito tempo e nada mudou. – Afirmei. – Mas uma hora seu coração vai cansar de apanhar e você vai fugir dela. E sabe o que é pior? Vai fugir sem ao menos tentar. – Ele balançou a cabeça negativamente. – E essa não é a Millie que eu conheço. – O que eu faço, então? – Suspirei. Ele me apertou mais com o braço que estava ao redor dos meus ombros. – Chama ela pra sair. Mostra pra ela o que é ter alguém que se importa de verdade. Qual é, o Josh, ex dela, é um babaca. Não é difícil superar um encontro com aquele cara. – Nós dois começamos a rir. – É, ele é um i*****l. Mas não sei como... Como fazer isso. Quer dizer, ela é especial demais e todo relacionamento que eu tive foi volátil. Você sabe disso. – Passei ambas as mãos em meus cabelos, suspirando fundo. – Eu odeio sentir isso por ela. Poderia sentir pela Sam, seria muito mais fácil e a garota me adora. – A Sam não chega aos pés da Olivia. E eu nem tô falando de beleza, porque a Sam é gostosa. Tô falando de... Ser especial. – Concordei. – É, a Olivia é realmente uma garota especial. – Johnny me soltou. – Tenta curtir a noite. Olha só. – Ele me estendeu a garrafa de cerveja. – Bebe um pouco. E pensa nas coisas que eu falei, ok? – Concordei com a cabeça, pegando a cerveja da mão dele. Estava pela metade. Dei um gole e fui em direção a saída da casa. Acho que não era um bom dia para festa, afinal. Senti meu celular vibrar no bolso, e assim que o peguei, vi a foto da Olivia na tela. Atendi prontamente. – Oi, Liv. – Quando terminar a festa aí, você pode dormir na minha casa? Eu não consigo dormir. Não consigo pensar em outra coisa que não seja o maldito Josh. – Ela falou, com a voz chorosa. – Claro que vou, gatinha. Eu vou avisar minha mãe... Acho que em uma meia hora estarei aí. Tô enjoada de ficar aqui, já. Desligamos o telefone e após algum tempo, eu fui pra casa dela. Mandei uma mensagem assim que cheguei e ela veio me receber enrolada no cobertor roxo dela. – Obrigada por vir. – Ela disse, enquanto subimos as escadas. – Josh me enviou uma mensagem. – Sério? De novo? – Ela concordou com a cabeça e pegou o celular, me entregando. Peguei o celular. Nos jogamos na cama dela e eu comecei a ler a mensagem. – "Me encontra amanhã às 20h no farol. Por favor, a gente precisa conversar. Cinco minutos e eu nunca mais te encho o saco." Ah, que cara chato! – Resmunguei, após ler a mensagem. – Eu vou com você. – Não. Eu vou. Não se preocupa. Mas, eu vou pra sua casa depois disso. – Olivia me olhou com seus grandes olhos castanhos. Eu concordei com a cabeça, mesmo querendo discordar. – Tudo bem, Liv... O que você achar melhor. – Ela sorriu ao me ouvir. Deitamos lado a lado na cama de casal que ela tem no quarto, cheia de edredons coloridos com rosa, azul e roxo e almofadas variadas. Nos enfiamos no meio dos edredons porque estava muito frio. Liv se encostou em mim e eu a abracei. Ela deitou a cabeça em meu peito, se aninhando a mim de um jeito gostoso. Ela não faz isso sempre, mas quando faz, não consigo dormir. Fico embriagada com o cheiro do cabelo dela e com o toque dela em mim. Fico imaginando o que faria se ela fosse minha de verdade, e como eu queria fazê-la feliz. Dei-lhe um beijo no topo da cabeça. Ela se aninhou um pouco mais contra mim e colocou uma perna em cima das minhas. Ela tava tão aconchegada. – Mill... – Ela praticamente ronronou meu nome. – A gente pode conversar sobre uma coisa? – Claro. Sobre o que quer conversar? – Eu acariciava o cabelo dela, vez ou outra dando beijos no topo de sua cabeça. – Aquele beijo que você... Deu no meu pescoço. – Ela soltou uma gargalhada. – Foi realmente bom... Eu não sei exatamente porque eu tô falando isso... Talvez eu... – Ela respirou fundo. – Talvez você esteja carente e queira de novo. – Foi minha vez de rir. – Talvez... – Ela continuou rindo, e eu também. – Se você quiser... Eu posso te dar, bem, o que você quiser. Você sabe disso. – Liv levantou o rosto o suficiente para observar o meu. – Você não me chamou aqui pra dormir, não é? – Você é minha melhor amiga. Eu me sinto segura pra... Você sabe. – Concordei com a cabeça. – Se você quiser... Tô aqui pro que der e vier, sabe disso. Eu espero que ela não consiga ouvir o quanto meu coração está disparado agora. Parece que eu vou ter um ataque cardíaco.
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