O Ceo e a Chefe de Cozinha.

Capítulo 07

Alex

Seguimos o restante do nosso caminho em silêncio, quando chego estaciono e desço e vou ajudá-la a descer, vejo uma expressão de dor quando ela coloca o pé no chão.

__ Sentindo dor?

Pergunto já preocupado.

__ Sim, um pouco. Acho que foi porque a enfermeira mexeu.

__ Deixe-me te ajudar.

Coloco a minha mão na sua cintura para ajudá-la a não forçar tanto a perna ao andar. E assim a passos lentos conseguimos chegar ao barco.

__ Lhe apresento o Fair Jullya.

__ É muito lindo.

Ela fala e vejo que tem admiração nas suas palavras e no seu olhar.

__ Vamos entrar.

__ Boa tarde senhor Alex, vai sair com o barco?

__ Boa tarde Jim, não vamos só almoçar. O Jason já deve está chegando com o nosso almoço.

__ Tudo bem, se mudar de ideia só me ligar.

__ Obrigado.

Olho para Liz e ela está ali contemplando o barco.

__ Vamos entrar.

Sigo com ela pela passarela que liga o pier ao barco e assim que chegamos ela fica ainda mais admirada passeando pela cabine que usamos como sala.

__ Ali é a cozinha.

__ É tudo tão lindo aqui.

__ Além da sala e da cozinha, há duas cabines usadas como quarto e um banheiro.

__ Posso usar?

__ Claro, fique a vontade.

Ela sorri e segue para o banheiro e eu olho para fora e vejo que está caindo uma leve garoa, a minha ideia de almoçar no convés não vai dar. Então vou arrumar a cozinha mesmo, assim que o Jason chegar eu só coloco a comida e podemos nos servir. Ela sai do banheiro e olha a janela.

__ Chuva de novo.

__ Sim.

Ela vem até a cozinha e olha a mesa que preparei.

__ Está tudo certo, chef?

__ Sim.

__ Melhor você se sentar, assim não força tanto a perna o Jason já deve está quase chegando.

Ela vai até o sofá e assim que se senta solta um gemido de alívio, ela deve está com mais dor do que está me falando.

__ Você tem certeza que está bem?

__ Sim.

Preciso ficar de olho nela. Logo o Jason chega e me chama.

__ Pode entrar Jason.

__ Pode deixar que eu sirvo.

Ela fala, mas eu faço sinal para que ela fique onde está, sigo com o Jason e coloco tudo em cima da mesa e o vinho peço ao Jason para colocar no frigobar. Espero que ela goste da comida do Maison, a comida dela é deliciosa também.

__ Pronto Chef o almoço está servido.

__ Ganhei um apelido?

O Jason tosse atrás de mim, esqueci literalmente que ele continua aqui, dou as ordens a ele que sai nos deixando a sós.

__ Comida?

Falo e ela vai se sentar em um dos bancos, ajudo-a, pois, vejo que ela faz uma cara de dor.

__ Estou começando a me preocupar com a sua perna.

__ Esta tudo bem, deve ser porque ela mexeu e está mais dolorida.

__ Está bem, mas se continuar não deixe de me avisar ou avisar a minha mãe, está bem?

__ Sim.

Ela fala mostrando as covinhas no seu rosto, acho cada vez mais lindo.

__ Hum... está com uma cara ótima.

__ Sim, Maison cozinha muito bem.

__ Que delicia.

__ Você também cozinha muito bem.

__ Falta muito para chegar perto do Maison, preciso praticar bastante ainda.

__ Você chega lá. Mas, me conta de onde veio a vontade de ser chef?

__ Primeiro por necessidade. Se eu não fizesse não comia, tive que aprender a me virar sozinha muito cedo. Quando a minha mãe não estava trabalhando, estava com os amantes dela. Quando consegui o emprego com a Bia, eu fui ajudar na cozinha e eu estava sem estudar, ainda não tinha noção do que ia fazer da minha vida e a Bia começou a me ensinar e eu me apaixonei pela culinária e fui correr atrás de realizar, batalhei muito e consegui uma bolsa na mesma faculdade que ela havia feito. Me desdobrei para conciliar tudo, mas consegui.

__ Porque você saiu do restaurante?

__ Os donos se separaram e tiveram que dividir tudo, venderam o restaurante a outra pessoa que demitiu todo mundo. A Liz já havia conseguido essa vaga na França e eu que estava recém-formada ficou bem mais difícil.

__Sinto muito.

__ O almoço está ótimo, quero conhecer o Maison.

__ Ele vai adorar trocar receitas com você. Assim que terminar de redecorar o meu apartamento eu te levo para conhecê-lo.

__ Eu fiquei muito revoltada com o que ela te fez.

Ela fala e vejo raiva no seu olhar, nunca imaginei que veria raiva em olhos tão calmos.

__ Você não merecia o que ela te fez Alex, ficou pagando de boa moça me atacando. Juro que se eu encontrar com ela na rua eu esqueço que tenho boas maneiras e acabo com a cara lavada dela.

Fico paralisado com as suas palavras. Justo ela que parece tão frágil, que parece que vai se quebrar a qualquer toque mais forte, querendo me proteger. Acabo rindo, ela me olha indignada com a minha reação, mas logo começa a ri também.

Paramos de rir e olho para ela que está corada vejo o quanto ela fica linda assim.

__ obrigada. E você, apesar que sei que é jovem, já namorou sério com alguém?

__ Não.

Ela fala e percebo que há algo de errado.

__ Sinto muito se invadir o seu espaço.

__ Tudo bem. É que depois de tudo que vivi com o meu padrasto nunca tive vontade de me envolver com ninguém, só algumas pequenas no colégio mesmo.

Ela olha para mim pensando no que vai falar.

__ Você nunca desconfiou da sua ex?

Fico calado por um instante e vou até o frigobar e encho a minha taça e ofereço-lhe que aceita também.

__ Ela sempre foi ciumenta...

Começo pensando que preciso conversar sobre isso com alguém que não seja a minha família que vai ficar me dizendo que havia me avisado.

__Temperamental, mas era linda e tínhamos uma boa química e eu acho que acabei me acostumando com isso. Sempre achei que tudo o que ela fazia era uma demonstração de amor uma forma de me dizer que me amava, porque depois de cada cena ela sempre se arrependia e vinha toda delicada e amorosa, e eu sempre acreditando que era real essa demonstração de carinho.

__ Você a amava, por isso.

__ Eu gostava dela, mas amar não.

__ Porque você ia se casar com ela se não a amava?

__ Comodismo, não sei. Mas, amar eu sei que não amava.

__ As vezes me sinto antiquada, mas de tanto ver a minha mãe se desgastando em relacionamentos que eu não quero isso para mim. Quero mesmo é poder encontrar alguém que me ame e eu o ame também, que se for para casar que seja por amor verdadeiro.

__ Você é romântica então.

__ Sim, sou admito.

Ela sorri tímida e eu gosto disso.

__ os meus pais se amavam também. Quando o meu pai morreu achei que ia perder a minha mãe também tamanha a dor que ela sentiu. Até hoje eu ainda pego ela chorando por ele. Eu nunca pensei em me apaixonar assim, a Hellen apareceu e me dava o que eu queria achei que era o suficiente.

__ Suficiente é pouco para mim. Quero algo que me faça querer mais, que quanto mais eu tiver, mais eu quero mais eu deseje.

__ Bela definição para o amor.

Me levanto e pego a torta de chocolate e vejo os olhos dela brilharem.

__ Gosta?

__ Adoro. Gosto muito de chocolate, na verdade, de doces em geral.

__ Eu também gosto, o seu Brownie de manhã estava uma delícia.

__ Obrigada, enquanto você estiver hospedado lá vou fazer algumas receitas para você.

__ Não precisa se esforçar, precisa recuperar o seu braço primeiro.

__ Não vou me esforçar, a Judy me ajuda.

__ Minha mãe e a Nanda estão adorando ter uma chef particular em casa.

Ela ri e eu também. Nem estou me reconhecendo, há alguns dias eu vivia num mau-humor do cão e preso num quarto.

__ Obrigado por esta tarde, você me fez bem.

__ Fico feliz por isso, você me ajudou um dia e eu estou te ajudando hoje.

__ Sim.

Falo e sorrio novamente, ela consegue tirar sorrisos de mim facilmente, coisa que não acontecia quando estava com a Hellen, ela era tão temperamental que eu não podia sorrir por sorrir que ela ficava imaginando coisas preciso parar de pensar nela.

__ Sua mãe deve está preocupada, não avisamos nada a ela.

__ Verdade, melhor irmos então.

Assim que olho para fora vejo que a chuva aumentou e ela não pode molhar o braço.

__ Você não pode se molhar e está chovendo muito.

Ela levanta-se e vai até a janela e olha, m*l se pode ver o tempo lá fora, vou ate a porta e fecho.

__ Há algum perigo?

Ela fala e me olha e os seus olhos estão repletos de medo.

__ Não, acho que não. As amarras estão bem presas e o Jim deve está atento em algum lugar. Melhor sentarmos.

Abraço-a pelos ombros e a levo até o sofá, ela senta-se, mas continua com o olhar parado, seguro o seu queixo.

__ Liz?

Ela não me responde, os seus lábios ficam pálidos, merda ela não pode passar m*l logo agora.

__ Liz, fala comigo, por favor.

Fico desesperado, não sei porque, mas sinto que estou perdendo-a. Puxo-a para escondê-la no meu peito e ela vem sem resistência alguma e começa a tremer, a aperto mais forte e ela soluça e chora. Perguntas agora não resolveram nada então abraço-a mais forte e ela se agarra a mim colando o seu corpo no meu. Seguro a sua cabeça no meu peito e vou fazendo carinhos nos seus cabelos e ela vai se acalmando e parando de chorar, mas não para de tremer.

Pego-a no colo e levo ate um dos quartos e a coloco na cama, corro e até o armário e pego um cobertor e cubro-a, me deito ao seu lado e abraço firme. Aos poucos ela vai parando de tremer, mas os trovões ecoam lá fora e a cada som ela estremece e eu abraço-a mais forte.