CAPÍTULO 2: Vingança?

1520 Words
Elsie terminou de revisar o documento final e então concordou com a cabeça. "Isso corresponde aos termos do acordo pré-nupcial no caso de adultério. Ele não está te passando a perna, pelo menos não aqui. Filho da p**a", sussurrou a última palavra entre os dentes enquanto empurrava os papéis pela mesa da cozinha em direção a Liesl. "Sinto muito, amor." Liesl segurou a mão de Janka embaixo da mesa e fungou. "Eu nunca vi isso chegando. Ele transou com ela na recepção do casamento dela." "Ele disse que era a primeira vez?", perguntou Janka enquanto Elsie apontava todos os lugares em que Liesl precisava assinar. "Eu não perguntei. Enquanto eu esperava por você chegar aqui, eu fiquei sentada pensando em cada interação e estou confiante de que isso vem acontecendo há pelo menos um ano. Ambos sumiram no casamento da minha prima. Lembra que ele chegou atrasado no jantar de aniversário da mãe e ela desapareceu por vinte minutos, mas aí alguém disse que tinha visto o carro dele no quintal? Provavelmente eles estavam lá transando em algum lugar da casa da mãe." "Meu Deus", sussurrou Janka. "Eu achava que vocês tinham um casamento perfeito. Ele não conseguia tirar as mãos de você." "A Sandy e o Roddy terminaram e voltaram tantas vezes. Toda vez que eles terminavam, ela saía por aí dormindo com outras pessoas." Ela olhou para o teto, ciente de que as lágrimas ainda escorriam pelo seu rosto. "graças a Deus ele sempre usava preservativo comigo, senão eu provavelmente teria pego uma das doenças dela." "Você deveria fazer um teste mesmo assim", resmungou Elsie. "Quem faz isso com a própria irmã?" "A Sandy faz", disse Liesl com um sorriso amargo. "Ela está atrás das minhas coisas desde o dia em que nasceu e a mãe sempre me fez compartilhar." Ela suspirou. "Mas são necessários dois para dançar um tango, e ele é tão culpado quanto ela." "Verdade." Elsie apertou sua mão. "Você acha que ele ainda está esperando no carro pelos papéis?" "Sim." Ela assentiu e começou a se levantar. "Eu vou levá-los até ele." "Não", Elsie também levantou. "Como sua representante legal, é um prazer meu levá-los até ele. Essa cópia é sua. Essa cópia é dele. Eu vou levar a dele. Eu pessoalmente vou protocolar isso no tribunal amanhã de manhã. Quanto antes, melhor. Vamos resolver isso." "Isso dói muito", choramingou Liesl enquanto Elsie beijava sua testa antes de sair da cozinha em direção ao corredor. "É horrível." "É mesmo", concordou Janka. "Você não precisa ir trabalhar amanhã, se não quiser." "Na verdade", ela enxugou as lágrimas, "eu preciso fazer algo além de ficar sentada nesta casa enorme. Posso pegar alguns turnos extras?" "Com certeza." Janka a abraçou apertado e encostou a cabeça de Liesl em seu ombro. "Eu me sinto tão patética. Eu não conseguia manter meu cachorro na coleira, e ele se envolveu com a minha irmã." "Seu cachorro precisa ser sacrificado", murmurou Janka enquanto ficavam sentadas em silêncio. "Seu marido é um i****a", Elsie voltou para a cozinha. "Ele ficou irritado porque eu trouxe os papéis e não você. Ele disse que você vai ser tia, então precisa superar isso e ser civilizada." "Que se dane ele", sibilou Janka. "Nós realmente precisamos sacrificar o cachorro. Eu posso ligar para um dos meus primos na Alemanha", ela meio brincou. Liesl fez uma cara que fez suas duas amigas levantarem as sobrancelhas. "Será que é errado fazem duas horas desde que tudo isso começou e tudo o que eu quero é planejar uma vingança?" Janka puxou a cabeça para trás e olhou incrédula para ela. "Você? Vingança? Menina, você é a rainha do perdão. Você realmente vai planejar uma vingança?" "Enquanto ele estava lá em cima fazendo as malas e eu estava esperando por você, eu percebi que o meu laptop ainda estava aberto de quando eu estava assistindo filmes. Ele disse duas vezes que precisava fazer as malas do escritório e eu comecei a pensar." "E?", Elsie estava atenta. "Ele usou meu laptop mais de uma vez para fazer negócios. Ele o levava como backup caso a bateria dele morresse nos voos e tal. Eu nunca olho nada disso, mas não é criptografado com senha nem nada." "E daí?" Elsie estava totalmente interessada. "Eu sei que tem alguns contratos importantes em que ele vem trabalhando com o pai dele. Se ele conseguir fechar essas duas contas, ele vai ser promovido. O Conselho de Diretores quer que ele prove a si mesmo, mas ele acabou de completar trinta anos e eles acham que ele é muito jovem." Janka inclinou-se para a frente com as mãos cerradas. Liesl continuou: "Eu não sei ao certo, mas talvez haja uma maneira de sabotar a carreira dele com algumas informações que ele tem no meu laptop pessoal. Ele não vai ser demitido porque nepotismo é real na família McGrath. Eles são milionários poderosos, mas os dois últimos contratos em que ele concorreu foram bloqueados por outra empresa. O Merl odeia esse cara. E se eu pudesse encontrar uma maneira de passar as informações para esse tal de Sr. Machado?" "Machado?", Janka arregalou os olhos. "Não é Isaias Machado? Bilionário?" "Talvez?", encolheu os ombros, "eu não tenho certeza. Só sei que há uns seis meses teve um contrato enorme para um empreendimento e esse Machado apareceu de repente no último minuto e, segundo o Merl, roubou o contrato dele. Ele fez isso de novo umas duas semanas antes de irmos para Turks. Ele ficou muito bravo. Ele disse que tudo o que ele está fazendo agora é para se vingar desse cara. Ele e o pai dele estavam garantindo que os dois acordos em que estavam trabalhando fossem mantidos em segredo absoluto para que nenhuma informação chegasse até o Machado."   Elsie engoliu em seco, "Ok, hum, eu sei que estamos só falando besteira aqui porque você está sofrendo e, por consequência, nós também estamos sofrendo, mas se você encontrasse uma maneira de fazer isso sem se meter em problemas legais, eu talvez saiba como te aproximar do Machado para passar informações para ele."   Liesl limpou os cantos dos olhos vermelhos e inchados, "como?"   "O restaurante da minha irmã Mara é um dos lugares favoritos dele para jantar. Ela é especializada em culinária mediterrânea e ele é português. Ele vai lá com frequência. Pelo menos uma vez por semana."   Ela engoliu o nó na garganta, "droga, sério?"   "Sim", Elsie sorriu maliciosamente, "Mara pode ter decepcionado meus pais ao abandonar a faculdade de direito para se tornar uma chef, mas ela criou uma grande legião de fãs entre os ricos e a elite."   Ela assentiu e então suspirou, "talvez eu nem tenha nada para oferecer a ele."   Janka entrou correndo na outra sala e voltou com o laptop dela, "só para o caso dele trocar as senhas ou tentar ajustar as coisas", ela tirou um pen drive da bolsa, "coloque tudo e qualquer coisa que você encontrar aqui. Podemos analisar mais tarde, mas pelo menos você terá o que ele estava trabalhando."   "Eu sou péssima nesse tipo de coisa. Meu laptop é só para assistir filmes e provavelmente é por isso que ele usou meu computador. Ele sabia que eu não iria ficar fuçando por aí. Iria me levar horas", sua voz foi se enfraquecendo enquanto Elsie virava o computador na direção dela e começava a digitar freneticamente nas teclas. "O que você está fazendo? Isso é ilegal ou pode te causar problemas, você pode ser desqualificada."   "Se existe alguém na minha vida por quem eu valha a pena ser desqualificada, é você. Além disso, o comentário dele sobre você ser uma tia realmente me irritou. Ele espera que você, ele e sua irmã sejam uma espécie de família feliz. Que se dane ele. Que se dane ela", Elsie murmurou entre dentes cerrados ao enfiar o pen drive no dispositivo, "e que se dane sua mãe por não ter te ligado de volta quando você precisou dela. Eu entendo que sua irmã está grávida, mas ela está tendo o filho do cunhado. Vergonha dela. Vergonha de todos eles. Vamos fazer o mundo arder."   "Ele disse que deve que se casar com ela porque o testamento do avô dele estabelece que qualquer criança nascida fora do casamento não pode receber a herança deixada em confiança para eles." Ela sussurrou, "não quero arruinar a vida de uma criança."   "Você não vai." Elsie estava em um frenesi agora, clicando e arrastando centenas de arquivos que Liesl nem sabia que estavam em seu computador para o pen drive. "Existem muitos pais no mundo que trabalham no McDonald's virando hambúrgueres. A criança eventualmente receberá sua herança, mas não precisamos facilitar para os pais dele."   "Isso é loucura."   "Sim, é." Elsie olhou para ela com um brilho malicioso nos olhos enquanto segurava o pen drive, "esconda isso em algum lugar onde ele nunca vai encontrar quando voltar sábado com o caminhão de mudança. Podemos resolver o resto depois. Você está dentro?"   Ao olhar para o monte de papéis que ele havia lhe apresentado sem aviso prévio, ela deu um único aceno. Ela não ia desistir sem lutar.
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