Capítulo 10

1392 Words
Nas mãos do CEO: Capítulo 10 Xavier Lancaster Olivia realmente tinha o meu sangue correndo em suas veias. A menina deixou Daniela sem graça, sem jeito e com uma enorme questão na cabeça para pensar. Eu poderia ter ajudado, mas fiz o contrário: coloquei ainda mais lenha na fogueira. Minha filha, mesmo que indiretamente, estava me ajudando a chegar mais perto do meu objetivo: ter Daniela Marçal como uma integrante da nossa família. O que a minha confusa estagiária não sabia era que eu já havia falado para o dono do local que minha futura esposa estava organizando a festa de Olivia, nossa filha. Foi por isso que ele abriu a agenda justamente para que eu pudesse vir com a minha família, ver e conhecer o espaço. Matte, o dono dessa luxuosa casa de festas, era muito apegado ao conceito de família, então, para amolecer seu coração, eu disse que queria fechar a festa da minha filha junto com minha futura esposa. É fato que Daniela vai ser a minha esposa, mesmo que ela nem sonhe que essa é a minha intenção. E esse passeio estava somente me dando mais certeza de que ela é, sim, a melhor escolha para futura mãe de Olivia. Não corrigi o gerente porque eu já a considerava a próxima Sra. Lancaster, mesmo que Daniela me olhasse quase com pavor, com medo de ser m*l interpretada. Sei que ela é muito correta e não vai querer conversar comigo sobre nada enquanto Paul ainda tiver o título de seu namorado. Eu tinha que arrumar um jeito de tirá-lo da vida dela, e isso seria o quanto antes. — Por que não corrigiu o gerente? — Daniela finalmente saiu do transe temporário em que estava. Ela tem o tempo dela para absorver as coisas; aprendi isso ao longo desses anos trabalhando juntos. — Porque, para conseguir a vaga hoje, eu precisei mentir um pouquinho… — Digo, provando o bolo de morango. — Hummm, delicioso! Quer? — Ofereço, e ela n**a. — Sou alérgica a morango… Olhei para ela com mais atenção. Como eu nunca soube disso? Eu tinha que saber mais sobre a minha futura esposa e mãe da minha filha. — Tenho que anotar mentalmente para nunca te dar nada com morango. Não posso perder uma pessoa tão boa e competente como você. Daniela Marçal ficou sem graça. — Está me deixando encabulada… — Balançou a cabeça. — Como se fôssemos ter mais momentos assim… — Ela disse, mais para si mesma do que para mim. — Por que não podemos ter mais momentos assim? — Pergunto, virando-me para ela. Daniela, que tinha um lindo bolo de baunilha em uma porcelana tão adorável quanto, pousou o talher de prata no prato e me olhou com ar de surpresa. — Senhor Lancaster… Reviro os olhos e a encaro sério. — Nunca me chame de “Senhor Lancaster” no escritório. Por que quer me chamar assim aqui? Sempre nos tratamos com mais i********e do que o peso de um sobrenome pode carregar, Daniela. O que mudou? Ela me olhou, estranhando minha súbita mudança. — Xavier, você está estranho… Acabei rindo. Era engraçado vê-la nervosa. — Por que você está tão nervosa? Daniela me olhou como se fosse óbvio. — Primeiro, me chama para vir aqui… — Ela media as palavras. — Sou apresentada como uma “senhora” que não sou… — Balançou a cabeça em discordância. — Xavier… — Olhei para aqueles olhos expressivos e um pouco raivosos. — Não sou casada, e tenho ciência de que não estão me chamando de “senhora” por respeito. Sinto que estão pensando que sou a sua mulher, ou futura esposa… — Ela dizia, confusa. — É tão r**m assim ser conhecida como a minha esposa e mãe da minha filha? Daniela me olhou como se eu tivesse xingado algo terrível. — Não é isso… — Ela estava perdida em suas próprias palavras e pensamentos. — Para ser isso, temos que ter algo… Eu ri de verdade agora. — Não faça isso… — Ela disse, desesperada. — Vocês estão agindo como papai e mamãe. — Olivia disse, com a boca suja de chocolate. Minha filha era a melhor! — Deus… — Daniela comeu o bolo meio sem saber o que falar. — Podíamos conhecê-la a ser da família, não é, filha? Olivia riu alto. Minha filha já tinha comprado a ideia sem eu nem dizer nada. — É, papai, a tia Dani seria a minha mãe Dani… Daniela quase se engasgou com o bolo de baunilha. — Isso é covardia! São dois contra um… — Ela disse, bebendo um pouco de água, enquanto eu dava uns tapinhas nas suas costas com carinho. — Você não tem ideia do quanto eu e Olivia podemos ser convincentes… — Sussurrei em seu ouvido, e senti que Dani estava confusa, mas a semente já tinha sido plantada em sua cabeça. Ficamos ali, vendo os doces, bolos, salgados e até as comidas que seriam servidas no grande dia de Olivia. — Estava tudo maravilhoso… — Daniela não me dava mais atenção. A atenção dela era toda da Olivia e de seus pedidos peculiares. Minha filha queria “sorvete de morango do amor”. Nessa hora, eu e Daniela tivemos que rir. Nossa filha tinha uma ideia que eu não sabia de onde vinha. — Pode ter tudo o que desejar, pequena, será o seu dia… Olivia ouviu as palavras e sorriu como alguém que vai dar a cartada final. — Você e o papai podiam vir à minha festa de rei e rainha. Afinal, eu sou a princesa Olivia! — Ela disse, batendo palmas com a própria ideia. — O papai de rei, com coroa e tudo, e você, tia Dani, será a rainha dele… Daniela, que tinha pegado os bolos que deram para levarmos para casa (já que Olivia pediu), parou o que estava fazendo e me olhou como se não soubesse o que fazer. — Olivia… — Ela disse, tentando não demonstrar o quanto estava mexida. — Podíamos sair daqui e escolher as roupas! — Digo, animado. Daniela Marçal quase desmaiou na minha frente, mas aceitou porque Olivia é bem insistente. Minha filha sabia como tirar tudo da sua tia, que logo seria sua mãe. Vamos a duas lojas no shopping, escolhemos nossas roupas de rei, rainha e princesa, tudo para fazer a minha pequena feliz. Na loja, mais uma vez me peguei admirando a beleza da interação das duas, o cuidado e amor que Daniela demonstrava sem nem perceber pela minha filha. Depois de deixar nossas roupas prontas para a retirada na data da festa, caminhamos pelo shopping vendo lojas, comparando roupas para Olivia. Tive quase ameaçar minha secretária de demissão, quando ela não aceitou meu presente. Vi Daniela Marçal namorando uma joia em uma vitrine. Ela jurou que não estava vendo nada, sendo que era uma grande mentira. Entrei na loja, comprei a peça pela qual seus olhos brilharam, e Olivia disse que Dani podia usá-la no dia do aniversário dela. Mais uma vez, minha filha estava me salvando. — Para onde estamos indo? — Dani finalmente reparou que não estávamos indo para a casa dela, e sim para a minha. — Lembra que prometeu contar uma história de princesa para Olivia? Daniela me olhou séria. Olivia dormiu no caminho de volta para casa, então ela não veria quando Daniela fosse para casa. Assim, eu tinha a desculpa perfeita para levá-la até a minha casa. — Ela está dormindo… A olho com atenção. — Ela vai acordar, vai sentir a sua falta e achar que você não gosta dela. Porque Olivia pode parecer uma criança muito forte, mas ela é sensível e leva muito a sério as nossas promessas. — Dani engoliu em seco. — Se você prometeu que vai ler uma história para ela, Olivia vai esperar isso de você. Daniela Marçal, que tinha a cabeça da minha filha em seu colo, fez carinho em seus cabelos. — Ok, então… Eu sabia que ela não queria ir. O celular dela tocou incessantemente nas últimas duas horas. Provavelmente era o namorado dela, querendo saber onde ela estava. Por isso, estou jogando tão sujo com a minha estagiária. Usei a carência da minha filha para amolecer o seu coração. Era a arma que eu tinha; não havia muito a que recorrer.
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