Maya Soares
Fiquei a noite inteira preocupada com o Gustavo pensei em ligar para minha madrinha ou para Nicole para ter notícias só que eu sou orgulhosa demais.
Cheguei até a pensar que não precisaria me preocupar e que ele tava bem, mas não conseguia pelo meu consciente que insistia em dizer que ele era importante para mim.
Ontem quando fui para a praça com a minha irmã, descobrir o motivo dela ter chorado a madrugada inteira e agora é um dos motivos que eu também estou passando a noite em claro.
O Carlos veio aqui em casa e ameaçou a Esther com os vídeos dela, eu tô até agora sem acreditar na cara de p*u dele, ele é tão baixo que tem que usar meus irmãos para me atingir.
Tinha que resolver isso e não fazia idéia por onde começar, tava virando uma bola de problemas enorme e ia acabar acontecendo alguma coisa mais grave por falta de agilidade da minha parte.
Quando finalmente meu corpo cansou e o sono começou a descansar meus músculos rígidos e tensos, meu celular começou a tocar encima do criado mudo.
—Maya?
—Gustavo? Meu Deus você sumiu e eu fiquei muito preocupada contigo.
—Foi m*l, depois do confronto meu pai cismou que queria comemorar. Mas então quer dizer que tu ficou preocupada comigo?
—Ai, não tem nada haver com isso não, eu só não quero ver meus padrinhos triste.
—Tava preocupada sim, assume garota. Pra mim tu já tá bem decidida.
—E pra mim, tu além de bêbado tá com sono. Bem que meu pai diz que não pode dar asa pra cobra né?
—Eu queria mesmo era tá dormindo grudadinho com uma mulher que tá na minha mente vinte quatro horas do meu dia.
—Ih, conversa com ela, quem sabe assim tu não realiza teu sonho e além de estar na sua cabeça ela não entra na sua vida.
—Maya, Maya, não brinca com fogo porque eu não sei brincar.
—Qual foi? Eu só te dei um conselho.
—E se tu fosse essa mina, cê ia realizar meu sonho e entrar na minha vida?
—Acho melhor a gente conversa outra hora, boa noite. — falo e desligo antes dele responder.
A verdade é que eu não queria colocar ele nessa história, primeiro tinha que me livrar do Carlos e envolver duas bombas no mesmo lugar e arriscado demais.
No outro dia eu acordei sentindo meus olhos arderem e incomodado, como se tivesse um kilo de areia neles, contra gosto me arrumei para ir para a faculdade e fui com um segurança do meu pai.
O Carlos disse que estava em outro morro na casa da vó dele e eu dando graças a Deus que não precisaria ver ele por algum tempo.
Na faculdade, eu tinha faltado uma aula para ficar na biblioteca lendo livros de romance e vivendo em mundos de fantasia diferente da minha realidade.
Talvez eu me ferre um pouco por perder a aula, mas aqui estava confortável e vou deixar isso pra resolver, com certeza, depois.
—Maya, você perdeu uma aula importantíssima. — Thay chegou se sentando do meu lado e eu continuei com os olhos pregado no livro.
—Tudo bem, depois eu peço o professor para me explicar ou então pesquiso na internet.
—Amiga, eu não sei quando foi que você ficou tão desinteressada no curso assim, era o que você queria. — ela diz puxando meu rosto me fazendo encara-lá.
—Era o que eu queria a dois anos atrás, hoje eu só quero paz, juro que eu não aguento mais, não aguento. — desabafo e logo sinto meus olhos inundando.
Minha amiga não falou nada, somente me abraçou bem forte e permaneceu assim até eu que eu conseguisse me acalmar.
—Sabe o que eu não aguento mais? Ver você nesse situação e não poder fazer nada para te ajudar, só vou dizer isso pela última vez, certo? Conta para o seu pai, você vai ficar bem e se sentir mais leve por não continuar escondendo isso.
—Obrigada por escolher ficar nessa fase r**m minha, eu prometo que vou contar para o meu pai e fazer o certo.
—Não precisa agradecer, eu te amo e só quero o seu bem sabe? A Maya que eu conheci, e essa não é você.
—Tu tem razão.
—Ótimo, sendo assim hoje vamos para a praia tomar sol, bem girls from Rio. — ela fala toda animada que eu até fiquei sem graça de falar que não.
—Tudo bem, duas horas da tarde eu desço o morro para gente ir.
[...]
Como combinado duas horas da tarde eu encontrei a minha amiga no início da morro, fomos o caminho todo cantando e rindo.
Decidirmos ir em uma praia longe, pois segundo a Thay, os nossos problemas ficaram bem longe também.
—Ali tem uma vaga. — digo aonde um carro tinha acabado de sair.
—Vai ficar longe pra caramba, mas vai ter que ser aqui. — ela fala estacionando e logo estava as duas correndo para a areia igual duas crianças.
Alugamos um guarda sol e enquanto a Thay tinha ido comprar alguma coisa para beber, eu forrei duas tangas no chão e tirei meu short me preparando para torrar o bumbum.
—Aqui madame, uma caipirinha de morango do jeitinho que você gosta e como eu estou de piloto, vou beber só uma cervejinha.
—Você nunca bebe só uma e c*****o isso aqui tá muito bom.
—Deixa eu experimentar. — pede e eu estendo o copo para ela. — nossa, eu vou comprar mais uma.
—Eu ainda quero chegar em casa viva em? — grito e ela sai sem nem ligar para o que eu digo. Fui passar óleo corporal até aonde conseguia e quando minha amiga chegou coloquei ela para passar nas minhas costas e b***a.
—E esse trenzão aqui, que delícia em. — ela diz batendo na minha b***a e eu encaro a mesma rindo.
—Espero que saiba que isso suou muito gay viu. — continuo e ela da de ombro.
—Me deixa, eu tô muito feliz por uma amiga minha que está deixando um ciclo que fez muito m*l para ela, pra trás.
—Eu também tô muito feliz pela sua amiga viu.
—Então, aproveitando que você tá pegando sol, vou entrar no mar um pouquinho, já volto.
—Tá bom, cuidado para não se afogar, ah é verdade, p*****a sabe nadar.
—Se f***r Maya, vai. — ela vai em direção ao mar e eu volto a ficar com meu rabão pro alto.
O tempo passou e a Thay tinha sumido com um cara que ela tinha conhecido a menos de uma hora e eu aqui morrendo de sede.
Era sempre assim, ela sumia com alguém e depois voltava com a cara mais lavada, já tinha acostumado com isso, só ficava no mesmo lugar esperando a bonita.
Ela voltou pouco tempo depois, então eu fui tirar a água do mar do corpo e quando voltei ela já tinha guardado as coisas no carro.
—Vem, vamos comer uma porção de camarão com banana frita. — ela diz e eu me lembro que não tinha almoçado.
—Com bastante batata frita e limão.
—Credo, você e sua mania de colocar limão em tudo. — ela fala e eu gargalho.
—Não posso fazer nada se ele fica bom com praticamente tudo. — digo me sentando de frente para linda que fazia careta. A nossa mesa ainda tinha uma vista perfeita do mar, eu poderia passar horas e horas aqui.
—Boa tarde, o que as senhoritas vão querer?
—Boa tarde. — falamos juntas e logo eu prossigo. — uma porção de camarão com banana frita, uma de batata frita, bacon e cheddar e pra beber um suco natural para equilibrar, tem de qual sabor? — falo e o homem sorrir.
—Temos de maracujá e laranja. — ele diz anotando e de cara eu já tinha escolhido o sabor.
—O meu eu quero de maracujá.
—Eu também quero de maracujá, porém sem açúcar por favor. — minha amiga pede e o homem sai com o nosso pedido.
Durante o tempo de espera, Thay ficou rindo das pessoas que passava na rua e eu repreendendo ela, alegando que a qualquer momento íamos apanhar de graça. Tu ligou? Nem ela.
E quando a comida chegou as duas perderam totalmente a elegância, as pessoas que passavam, com certeza pensou que era um live action do Shrek.
Mal conseguia respirar depois que terminamos.
—Amiga, acho que exageramos em? — ela diz enquanto caminhavamos para o carro.
—Sim, mas quando tu me viu rejeitar comida? — pergunto e ela sorrir negando.
Na volta a animação tinha ficado toda na praia, o meu peito doía e o medo me fazia perder totalmente a coragem, mas eu dizia a todo tempo que já não dava mais pra aguentar.
Melissa ligou para mim durante o caminho, pedindo para mim ir na casa dela e foi o que eu fiz quando cheguei no morro.
Eu subia a ladeira sem pressa nenhuma, a casa da Mel era á algumas ruas da minha, então já era caminho do meu cafofo.
Já na casa dela meu tio Diego que me atendeu.
—Oi princesa. — ele fala e eu o abraço toda animada. — Mel está no quarto dela, vai lá. — o mesmo me dá espaço e eu entro.
—E o meu tio, cadê ele?
—Ele está de plantão hoje e só chega de madrugada.
—Manda um abraço pra ele tá?
—Pode deixar que eu mando sim. — fala e eu sorrio subindo para o quarto da Mel. A mesma escutava música alta e cantava mais alto que o som.
—Tão linda bê, eu sempre pego viagem. É que a gente transa e nunca briga, já tava querendo essa amizade colorida, vou falar pra todo mundo eu tô comendo a minha amiga. — ela rebolava na frente do espelho e eu rindo dela.
—Nossa, nossa em? Isso tudo é pra mim? — grito da porta e ela me olha assustada.
—Ô p*****a, me mata do coração mermo, vagabunda. — ela diz jogando um urso de pelúcia em mim, mas eu desvio e acaba acertando no meu tio que passava justo na hora. — pai? me desculpa foi sem querer. — ela pede eu dei crise de riso.
—Já te falei sobre ficar jogando as coisas né Melissa? Qualquer hora dessas tu mata alguém. — ele briga com ela indo para o quarto e me matando de rir.
—Vou falar nada contigo mandada, agora entra e senta pois tenho que te contar um negócio. — ela fala e eu me jogo na cama da mesma. — tu foi pra praia e nem me chamou né?
—Eu fui com a Thay, mas depois tiro um dia para ir só nós duas viu, ciumenta!
—Ciumes? Se liga fia. E vamos logo para o que importa, não vou bater boca contigo, é o seguinte, vai inaugurar um barzinho beira mar na barra e como eu fui convidada para ir, quero levar tu comigo.
—Ah hoje não, deixa pra outro dia.
—Se fosse aquela sua amiga patricinha, tu ia correndo né?
—E depois fala que não tem ciúmes. — reviro os olhos e ela faz expressão de deboche.
—Não tenho, mas a gente quase não sai juntas mais e quando eu te chamo, tu sempre diz que não.
—Tá bom eu vou contigo, só vou passar lá em casa para tomar banho e avisar meus pais. — digo me dando por vencida.
—Por isso que eu te amo mandada, quando tu tiver pronta manda mensagem pra mim que eu te encontro no caminho. — ela fala e eu solto um "tá" antes de sair da casa e ir para minha.
Na sala da minha casa meu pai, jogava vídeo game com o Théo, Caio e Davi. Minha mãe e Esther devem estar voltando da escola.
—Oi abortados e oi pai. — falo me jogando entre Théo e Davi, ouvindo eles reclamarem do apelido.
—Tu tava aonde que desde ontem que não te vejo.
—Vagabundando né pai? Mó p*****a essa daí.
—Vai da o cu, vai Théo.
—Maya, respeita teu irmão. — meu pai briga comigo sem tirar os olhos da tv e o Théo me encara debochado. — e tu menor, respeita tua irmã também em. — continua e logo os meninos começaram a zuar ele.
Deixei eles lá e subir para o meu quarto, indo direto tomar banho e lavar meu cabelo que estava ressecado pelo sal do mar. Depois eu sair enrolada na toalha e fui procurar uma roupa pra vestir.
Optei por um cropperd azul e um short jeans lavagem clara. No meu rosto eu preparei a pele bem levinha, preenchi a sombrancelha e passei um brilho labial.
Passei creme de pele, perfume, coloquei minha gargantilha de prata e uma argola lisa. Escolhi uma bolsa da Prada preta, guardando meu celular e carteira.
Por último eu coloquei um salto alto preto trançado e mandei mensagem para a Mel. Desci para avisar o meu pai que iria sair e antes que pudesse dizer o meu começou a implicar.
—Ala pai ó, já vai piranhar.
—Me erra garoto, tá precisando muito sentar na p**a e relaxar. — falo e ele logo solta um "sai fora" — então "pai" eu estou saindo com a Melissa e vou dormir na casa dela.
—Beleza filha, só não esquece que amanhã tu tem aula viu? — ele diz sem tirar os olhos da tv e eu dou um beijo no rosto dele.
—Tá bom. — resmungo indo até a porta.
—Tá gostosona em Maya. — Caio gritou e eu me virei para ele.
—Mas não é pro teu bico, sussega teu r**o ai. — grito de volta e me viro indo para a porta.
—Bem feito o****o, se tu continuar fazendo graça com minha irmã vou te quebrar na porrada. — Théo fala e eu gargalho fechando a porta. Meu pai também falou só que eu já estava longe de mais para decifrar.
Encontrei a Mel para na esquina da minha casa e já fui pro lado dela reclamando.
—Não acredito que eu me arrumei toda princesinha e tu vem com roupa da Maria Gueixa.
—'Cê não vai começar uma guerra por conta disso, vai? Vamos logo que o Nicolas já tá a esperando a gente enfrente aquele condomínio, depois da saída do Alemão.
Fomos descendo o morro com alguns amigos do meu pai mexendo comigo e Melissa, aí depois eu que sou errada né?
Não digo nada, só mantenho minha postura porque aqui não basta ser só gostosa.