Fiquei surpresa, caramba eu não esperava ser salva por ele.
— Você tá machucada. — ele disse pegando meu braço com cuidado.
Não falei nada, ele me ajudou a levantar.
— Vamos pro hospital.
Continuei calada.
Ele me levou até o carro e seguimos pro hospital, eu ainda estava calada (não sei porque) mas fiquei assim até chegar no hospital e ele também.
Chegando ao hospital fiz um exame de corpo de delito e se deu como agressão, de lá me mandaram direto pra delegacia registrar um B.O, o professor ainda estava comigo, registrei o B.O e fui pro carro outra vez.
— Obrigada por me salvar.
Ele sorriu.
— Eu sou contra violência mas obrigado por ter batido naquela garota, não gosto de ser assediado daquela forma.
Eu ri.
— Primeiramente, bati porque ela já tava me irritando, segundamente, não bati para "defender" você.
— De qualquer forma obrigado.
Dei de ombros.
Fomos o resto do caminho em silêncio e quando prestei atenção estávamos parados na frente do mesmo prédio da festa.
— Você mora aqui?
— Sim.
— E porque mesmo eu estou aqui?
— Imagino que com uma noite dessas esteja com fome.
Sim e muito.
— É estou.
— Então vamos comer?
— Na sua casa?
— Bem, talvez seja estranho, mas não se preocupe só iremos comer.
Fiquei me perguntando o que mais se faria além de comer, mas deixei no ar.
— Ok.
Tá poderia ser perigoso, ele poderia ser um psicopata, mas poxa eu tava louca de fome.
Subi ainda surpresa e um pouco constrangida, afinal eu tava no apartamento do professor de espanhol.
Ele me chamou pra cozinha, abriu a geladeira, colocou umas coisas na mesa, suco, leite, achocolatado, nutella, queijo, frutas, presunto, requeijão, pão, torradas, bolachas e ainda preparou um café.
Algumas coisas né.
— Sirva-se.
Comi um pouco de tudo, eu tava com fome e amava comida assim de graça.
Ainda estava comendo um sanduíche e comecei a andar pela sala, vi que tinha algumas fotos dele e uma com uma mulher muito bonita, eles estavam de mãos dadas e sorrindo felizes, comecei a observar a foto quando ele voltou já que tinha me deixado sozinha, aparentemente havia tomado banho.
— Você é casado?
— Sim
Fiquei confusa.
— E porque você não usa aliança? E cadê a sua esposa?
Ele sorriu.
— Na casa dela.
Me deixou mais confusa ainda.
— Não mora com a sua mulher?
— Não.
— Por que?
— Estou em processo de divórcio.
Agora faz sentido.
— Sem querer ser curiosa mas já sendo, por que?
— Você gostaria de ficar com alguém por quem não sente mais nada?
— Não. — eu disse baixinho.
— Então... — ele pegou a foto e baixou de modo que ficasse com a foto deitada virada pra estante aparecendo só o suporte que a deixava em pé.
Percebi que já devia ser tarde, olhei pro relógio de parede que marcava 1:44.
— Caramba eu preciso ir embora.
— Eu levo você.
— Não, você já fez demais eu chamo um táxi professor.
— Acha que eu vou deixar você pôr a vida em risco indo de táxi? Claro que não.
— Tudo bem.
Fomos o caminho todo em silêncio, eu não tinha assunto e acho que ele também não.
Logo o carro parou em frente a minha casa.
— Bem obrigada outra vez.
— Não se preocupe fiz o que tinha de fazer.
— Você não tinha obrigação.
— Ah tinha sim.
Queria perguntar o porque mas achei melhor não.
— Olha professor, eu sei que se soubessem que aconteceu tudo isso teria um lado r**m e não pegaria bem.
— Não se preocupe, no que depender de mim ninguém saberá.
Assenti.
— Boa noite Arthur.
— Igualmente Thalia.