P.O.V. Anna Green.
Estava na sala, lendo uma revista. Meus irmãos estavam sentados no sofá ao lado e minha mãe na poltrona.
— Então, vocês estão com alguns cristais, né? — perguntei, tentando tirar alguma informação com eles.
— Você sabe, nós estamos com três deles — respondeu Liam.
— Ah, sim! Eu não tinha certeza. E onde vocês os guardaram?
— Em um lugar bem seguro, não se preocupe não — disse Noam.
— Eu deveria saber onde os colocaram, se vocês precisassem que eu os levasse até vocês, eu não saberia ondes eles estariam.
— Por que está perguntando tanto sobre os cristais? — indagou Noam.
— Por nada, é que eu estou curiosa e deveria saber!
— Anna tem razão, ela deveria saber! Eles estão dentro do cofre, no escritório dos nossos pais — respondeu Liam.
— Obrigado Liam! Pelo menos você tem um bom senso.
— Não seja ridícula! — disse Noam.
Revirei os olhos e coloquei a revista na pequena mesa que estava ao lado. Levantei-me do sofá e subi as escadas, caminhando até o escritório dos meus pais. Ao chegar no mesmo, entrei e direcionei-me até o cofre, tentando abri-lo.
Não estava conseguindo me recordar da senha, pois já fazia muito tempo que ninguém mexia alí.
Tentei colocar algumas senhas, como a data de aniversário de cada um de nós, mas não obtive respostas. Logo depois, coloquei a data de casamento dos meus pais e finalmente o cofre se abriu. Peguei as pedras vagarosamente, sem que as mesmas fizessem barulhos e em seguida retirei-me de casa, seguindo para casa de Karl.
— Conseguiu? — perguntou Karl.
— Aqui está. Agora falta os outros que estão com o seus irmãos.
— Tudo bem, nós conseguiremos pegar, só precisamos de um plano.
Karl havia mandado uma mensagem para Elliot e Louise, para que ambos o encontrasse no bar.
Assim que os irmãos de Karl chegaram no bar, o mesmo me mandou uma mensagem pedindo para que eu fosse até a casa de Elliot pegar os cristais, enquanto ele os distraiam.
Ao chegar no condomínio de Elliot, entrei e subi até seu apartamento. Destranquei a porta com um clips e entrei, começando a vasculhar cada cômoda do lugar.
Ao vasculhar um pouco mais, havia conseguido encontrar os cristais, que os mesmos estavam guardados em um fundo de seu guarda-roupa. Os peguei e saí rapidamente do lugar.
No caminho até a casa de Lydia, havia mandado uma mensagem para Karl, para que o mesmo saísse do bar e nos encontrasse na casa de Lydia.
Ao chegar na mesma, desci do carro e caminhei até a porta da casa.
— Estão todos com você? — perguntou Lydia ao abrir a porta.
— Sim, estão aqui.
— Tudo bem, entre!
Assim que entramos, caminhamos até a sala, onde Lydia já havia preparado tudo para começar o feitiço.
— Pronto, já estou aqui — disse Karl entrando na casa.
— Ótimo! Podemos começar.
Lydia sentou no chão, dentro do círculo de velas, colocou as pedras em forma de uma estrela e começou o feitiço.
Assim que Lydia pingou o sangue de Karl em cima da pedra preta, que a mesma estava no meio da estrela formada pelos cristais e começou a citar as frases, Karl começou a sentir uma dor em seu peito.
— O que está acontecendo? — perguntei, aproximando-me de Karl.
— Eu não sei, estou sentindo uma dor muito forte em meu corpo.
— Lydia, o que está acontecendo? — perguntei preocupada.
Lydia ignorou a minha pergunta e continuou a cochichar as palavras, mas quanto mais Lydia dizia as frases, mais Karl sentia dor.
— Estou fazendo o que precisa ser feito Anna! — disse Lydia, com os seus olhos ainda fechados.
— Você! — respondeu Karl, caído no chão, com uma de suas mãos em seu peito. — Você me enganou, me manipulou! Me fez achar que estava do meu lado.
— O que está acontecendo? — exclamei.
— Ela está me matando — respondeu Karl quase sem fôlego. — Faz alguma coisa Anna.
Olhei ao redor sem reação, não sabia o que fazer. Olhei um pouco mais o local e vi uma lança na sala, ao lado de uma cômoda. Rapidamente a peguei e a enfiei no coração de Lydia, fazendo com que a mesma parasse o feitiço e caísse no chão já morta.
Karl voltou a respirar, suspirando profundamente, tentando voltar ao normal. Em seguida, corri até ele, ajoelhando-me ao seu lado.
— Você está bem? — perguntei.
— Eu estou — respondeu ainda com dificuldade. — Obrigada — agradeceu levantando-se. — Ela me traiu! Ela me enganou.
— Agora ela já se foi — falei.
— É melhor voltar para casa Anna, antes que os seus irmãos percebam.
— Você vai ficar bem? — perguntei.
— Eu vou. Agora eu vou limpar tudo aqui e depois te aviso.
— Tudo bem.
Assim que estava prestes a retirar-me da casa, Karl novamente me chamou.
— Anna, espera — exclamou Karl correndo até mim.
Assim que virei-me para olhá-lo, Karl me beijou.
— Obrigada por ajudar-me hoje — agradeceu com um leve sorriso.
— Eu te ajudaria quantas vezes precisar.
P.O.V. Irmãos Green.
— Então, o que querem? — perguntou Elliot sentado em uma mesa do bar.
— Queremos falar sobre a nossa irmã — respondeu Noam, sentando de frente para os Hoffmann.
— Sobre? — perguntou Louise.
— Ela estava estranha, estava perguntando sobre os cristais e sobre a morte de Karl — respondeu Liam.
— Acha que ela possa estar de complô com o Karl? — indagou Louise.
— Não sei — disse Liam.
— Então, o que faremos? — perguntou Elliot.
— Vamos ficar de olho nela — respondeu Noam.