5° capítulo

1711 Words
Alexa... O que eu vou fazer nesse fim de semana? Preciso arrumar algo de interessante. Vou falar com o pessoal,talvez eles saibam de alguma festa ou racha pra gente entrar. A semana na faculdade foi bem animada apesar de quase não ter visto a mina do corredor, certeza que ela tava me evitando e nem sei o porque, se bem que ter quase a agredido no primeiro dia pode ser um forte argumento,mas pelo menos a amiga dela está na minha. Mina mó firmeza,tão louca quanto eu,mais não supera a mestra aqui, é claro. Acho que vou convidá-la pra assistir o racha,se eu conseguir descolar um. Pegando as minhas chaves, tava preste a sair quando mamãe me chamou. -- Alex? Onde você está indo?__odeio quando ela fica na marcação desse jeito,se bem que a total culpa é minha. -- Caso a senhora tenha se esquecido mãe,eu já sou maior de idade e não preciso ficar sempre relatando as minhas saídas__ falei já abrindo a porta. -- Depois do que aconteceu,e enquanto você estiver morando debaixo do meu teto__fechou a porta e eu me virei pra ela__ Me deve sim, satisfação de tudo o que anda fazendo. -- Não vamos começar com isso agora né?__voltei pra dentro e me joguei sobre o sofá,vendo que o sermão poderia ser longo__ A senhora já deixou muito claro o que acha dos meus atos "inconsequentes",e acho que não precisa repetir. -- Não,não vamos falar sobre tudo isso de novo,até porque eu só quero saber onde você está indo,para ter uma idéia do que pode vir acontecer..se devo me preocupar e preparar um laudo de soltura ou algo assim,ou se devo confiar__veio até mim,ficando igual uma estátua na minha frente__ E então? -- Já que não tem outro jeito né? -- Não se quiser sair. -- Vou dar um rolê,e rever alguns amigos do colégio__ digo com o olhar atento dela sobre mim__ Talvez ir em alguma festa com eles..não sei ao certo ainda__ não menti, é exatamente isso o que vou fazer. -- Espero que seja verdade__disse me dando espaço,então me levantei indo de encontro com minha moto__ Não quero ter que te buscar outra vez em um hospital por causa de suas mentiras. -- E não vai__falei fechando a porta atrás de mim,a deixando pra trás e talvez um pouco com o pé atrás. Como eu explico toda essa desconfiança da minha velha? Bom,a nossa convivência era incrível,não que hoje seja r**m,mas antes era mil vezes melhor. Tudo mudou quando eu fiz a pior burrada da minha vida,da qual eu me arrependo até hoje. Flashback on... Eu tinha acabado de completar meus 17 anos, tava de boa em casa quando recebi um chamado dos parças pra uma festa e talvez um racha depois. A festa eu aceitei logo de cara,mas em relação a corrida, eu achei melhor não,até porque já fazia um tempo que eu não corria,e apesar de ser muito boa,não o fazia com grande frequência. -- Mãe,vou sair__falei pra ela que estava no sofá,vidrada em algum filme,não me lembro o nome. Papai estava em seu escritório,então não precisaria me preocupar tanto com isso__ Tô pegando o carro. -- Onde pensa que está indo assim sem mais nem menos?__disse vindo até mim. -- Vou encontrar uns amigos..a gente combinou de ir junto em uma festa pós terceirão__falei e ela entendeu,ao menos era o que eu pensava,hoje eu já não sei. Depois de resolver esse pequeno impasse com mamãe,eu consegui seguir com o meu caminho,e em poucos minutos,após uma parada, cheguei ao local da festa já sendo recebida por um colega muito gente boa. -- Pensei que não fosse mais vir__falou Diogo fazendo o nosso toque__ E muito menos que fosse vir acompanhada__riu da minha cara__ Logo você? -- Tive que dá um perdido na minha coroa__falei abrindo um sorriso__ E se você não parar com zoação,vai deixar de ter filhos em pouco tempo. -- Não sabia que a nerd da turma era tão agressiva__comentou Ângela surgindo do nada. A mina parecia um fantasma,e que fantasma viu? Gata pra c*****o. -- Não vou nem comentar o que acho__falei já saindo de perto deles,com Brenda grudada no meu braço. Nunca me prendi a ninguém,mas não queria vir pra esse lugar desacompanhada. Pela primeira vez eu não queria sair pegando geral. Então a chamei pra vir comigo,e claro que ela não negou o convite. A gente já havia ficado algumas vezes,mas nada sério,por isso não vi problemas em chama-la. A festa tava indo bem,até o pessoal decidi ir dar uma volta alegando que aquilo tudo já tinha dado o que se esperava. -- Bora dar um rolê com a turma Alex?__Diogo surgiu do inferno quebrando o meu momento de paz. -- Bora__não tinha mais nada pra fazer mesmo,então aceitei__ Vem?__chamei Brenda,a pegando pela mão. Cada qual entrou em seu carro e saiu em fila. Andamos por boa parte da cidade até pararmos próximos a uma ponte,onde fizemos um círculo e começamos vários assuntos seguidos de bebidas. Não bebi tanto quanto o de costume,mas foi o suficiente pra me deixar mais pra lá do que pra cá,e Brenda não ficou muito diferente,e o resto da galera não vou nem comentar como estavam. -- Quem aqui topa um racha pra fechar a noite em grande estilo?__Diogo sugeriu atraindo a atenção de todos. -- Tô de boa do jeito que tô__falei agarrada a cintura de Brenda, como se ela fosse mesmo minha propriedade. -- Tá com medo Alex?__provocou,mas eu não sedi. -- Não tenho medo de nada..só não tô afim. -- Acho que ela amarelou cara__ Ronan disse rindo alto de mais pro momento,ele é primo do Diogo e ficante de Ângela__ Tá com medo de perder e não quer admitir. Ok,eu não queria,mais esses otários estão me difamando e isso não é algo que eu deixo barato. -- Se vocês querem tanto,bora correr__falei já entrando no carro e Brenda fez o mesmo. -- Não sabia que você corria__falou colocando o cinto. -- Tem muita coisa sobre mim,que nem os meus pais sabem__falei ligando o motor__ Ei!! A gente vai pegar a principal com a 17,ir e voltar!! Quem chegar aqui primeiro vence!!__gritei pra que pudessem me ouvir com clareza. Em resposta,todos buzinaram,e pra dar início ao trajeto,Ângela deu a largada,já que a mesma não estaria em nenhum dos carros. Já passava das onze da noite,e a gente tava ali quebrando a lei no meio de um racha. O qual estava bem disputado,e perigoso,pois as ruas estavam mais movimentadas do que o costume. Chegando ao retorno da avenida,eu estava em primeiro,mas fui fechada no cruzamento, invadindo a mão contrária indo de encontro com um caminhão. Como a velocidade estava alta, não consegui frear a tempo e muito menos o motorista do caminhão, até tentei desviar o carro mais não deu,e depois disso eu só me lembro do farol. Acordei no hospital algemada a cama e com minha mãe ao meu lado. -- O que aconteceu?__foi a primeira coisa que eu perguntei. -- Você sofreu um acidente e deu sorte em sair com vida do mesmo__mamãe disse me olhando com ar de tristeza e seriedade ao mesmo tempo. -- Como ela está?__me referi a Brenda,queria saber se ela estava bem. -- Infelizmente ela não resistiu aos ferimentos e morreu a caminho do hospital__falou segurando a minha mão e me deixando inerte ao que acontecia por alguns minutos__ Quando você tentou desviar do caminhão,teve a lateral do carro onde ela estava atingida e capotou várias vezes. -- Eu posso sair daqui pra ir vê-la?__com o momento em si, foi tudo o que consegui falar. -- Não adianta mais Alex,ela já foi sepultada__falou ainda me olhando__ Eu te pedi várias vezes para não se meter em coisas erradas,pra não mentir pra mim, não quebrar a minha confiança,e mesmo assim, foi exatamente o que você fez...Você está aqui a quase um mês,quebrou a perna,e teve alguns cortes por causa do choque contra o parabrisas,o qual você foi arremessada quando o carro capotou,e acabou batendo a cabeça...Por que você fez isso,Alex? -- Mãe,eu...__não tinha o que dizer,então travei__ Eu sinto muito,não era pra isso acontecer,eu... -- Você vai mudar esse seu comportamento, terminar o colegial,entrar em uma faculdade,focar nos seus estudos e esquecer essas pessoas que se dizem suas amigas,mais te abandonaram a própria sorte,pronta pra morrer naquela rua!__praticamente gritou me interrompendo__ E se quiser minha confiança outra vez... faça por merecer,e a terá__disse saindo e me deixando a sós com os meus pensamentos. Flashback off... Só não acabei em uma detenção juvenil naquele dia, porque minha mãe mexeu uns palsinhos e me livrou de toda aquela barra. Os pais de Brenda nunca mais olharam na minha cara. E até hoje me culpam pela morte da filha,e não posso culpa-los,de certa forma a culpa foi realmente minha,mais vida que segue. Desde esse dia a confiança de mamãe em mim se reduziu a quase zero. Então eu faço o que posso. -- E aí gata?__cumprimentei Jô assim que a vi se aproximando__ Que bom que veio. -- Oi__me deu um beijo no rosto__ Onde a gente tá e o que viemos fazer aqui mesmo? Estávamos em uma casarão abandonado na saída da cidade,onde o pessoal gosta de marcar os encontros de fins de semanas,ou pra festas,ou pra marcar um racha,as vezes até mesmo pra usar drogas de todo o tipo,o que não é mais a minha praia. Só venho mesmo pra encontrar com o pessoal e de vez em quando entrar em algum pega. -- Em um local abandonado onde uns amigos costumam se reunir__a puxei pela cintura,e ela ficou um pouco relutante mais logo em seguida desistiu ao ver que não conseguiria se soltar__ Não precisa ter medo de mim,eu não mordo__sorri__ A não ser que você peça. -- Não sei se posso fazer isso__falou olhando pro lado. -- E eu aqui pensando que você era do tipo que não liga pra nada__falei e ela me olhou sem entender__ Sabe... atrevida, independente, descontraída,entre outros. -- Tá dizendo que sou uma covarde? -- Na verdade eu tô tentando dizer que você está se segurando,está com medo de algo__sorri com a minha resposta__ Em outras palavras é isso mesmo,estou te chamado de covarde__m*l terminei de dizer e ela me beijou...
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