Capítulo 2

1392 Words
Alecxia Foi nessa casa onde eu passei os melhores anos da minha vida e sempre que venho aqui é como voltar ao passado, aqui estão as lembranças da minha infância, do meu pai, da minha mãe e do meu amor do passado. E esse estúdio em especial é onde está guardada as minhas melhores lembranças, é aqui que a maioria das vezes Salvatore e eu nos encontrávamos às escondidas. Entrar nessa sala é como estar no túnel do tempo, tudo está como antes, as fotos, todo o meu material de trabalho, está tudo aqui e junto com tudo isso está a dor de ter perdido todo um passado bonito. Hoje o que me resta daquele passado são apenas as lembranças. “ Porque esse aperto no meu peito? Porque ainda dói tanto? Salvatore o que você fez com a gente?” As lembranças vêm como punhal no meu peito, que dói quando entra, mas que dói ainda mais quando é tirado. E por mais que eu não queira chorar mais, por esse passado tão doído, ainda sim eu não consigo. Com uma das minhas mãos fechada bato no meu peito tentando aplacar a dor que eu sinto e com a outra seco as lágrimas que descem pelo meu rosto. “ Salvatore...Salvatore ...” O meu subconsciente grita o nome do causador de toda essa dor. Ouço uma pancada forte vindo da porta, me viro e lá está ele. Como se pudesse ouvir o apelo do meu subconsciente, o meu chamado silencioso por ele. __Salvatore... Nossos olhares se encontraram e eu pude ver nos olhos dele que ele também estava sentindo o mesmo que eu. Por aqueles poucos segundos eu pude vislumbrar o Salvatore de antes. Mas aqueles poucos segundos acabaram e logo ele se vestiu da máscara fria que ele carrega consigo. __O que... você está fazendo aqui? __Perguntei tentando me recompor. __ Como diz o ditado: O bom filho à casa torna. E você o que está fazendo nesse lugar? Não me diz que sentiu saudades __ Ele começou a andar pela sala . __ O que você sente quando entra aqui? Eu não soube o que responder, não sei se eu falo a verdade ou também coloco a minha máscara e finjo ser tão fria quanto ele, assim como tem sido todas as vezes que nos encontramos. Preferir então optar pelo silêncio e apenas fiquei o observando. __ Você não vai responder? __ Ele veio até onde eu estava e sorrindo falou. __Pois eu vou te dizer o que eu sinto quando entro aqui... Eu sinto que eu desperdicei anos da minha vida com uma mulher que não vale a pena e hoje frente a frente com essa mulher percebo que ela é a pessoa mais desprezível que eu já tive o desprazer de conhecer. Chega a ser cômico essa cena de choro, vindo de uma mulherzinha como você, traidora e fingida. Aquelas palavras estavam sendo duras demais e me trouxeram de volta a realidade. E se é isso que ele acha de mim pois bem, que continue achando. __ Eu não tenho que te dar satisfações de nada se tem alguém aqui que não deveria estar nesse lugar é você. Até onde eu sei essa ainda é a minha casa e você deve... melhor dizendo é obrigado a me respeitar dentro da minha casa. Traidora e fingida? Pense o que você quiser, eu não me importo com o que você pensa ou deixa de pensar de mim agora sai daqui. Ele me olhou com tanta frieza, que senti todo o meu corpo congelar e sem dizer uma só palavra a mais ele se foi, me deixando sozinha com aquela ferida sangrando novamente. Caí de joelhos no chão chorando, como se ele tivesse levado com ele todas as forças que me colocavam em pé. Quando senti um abraço quente a me envolver. __ Alecxia minha irmã, o que houve? Foi aquele miserável que fez isso com você? Eu vou acabar acabar com ele. __Tamara falou já se colocando de pé novamente. __Não...__ segurei seu braço. __ por favor Tamara não faça nada, hoje é o casamento de Nadine e nós não podemos estragar a felicidade dela, além do mais esse é um assunto que só eu posso resolver. Isso vai passar eu só preciso de um pouco mais de tempo. Me abraça. Ela se pôs de joelhos e me abraçando novamente falou: __ Oh minha irmã se você soubesse o quanto me dói te ver assim. Ficamos ali abraçadas por algum tempo até eu me acalmar. É sempre assim falo o que minha boca quer, mas meu coração paga as consequências. Sempre que nos encontramos Salvatore e eu brigamos e nos machucamos, falo coisas que não queria falar só para não ficar por baixo. Mas de alguma forma eu sempre acabo por baixo. __ Obrigada Tamara por estar aqui comigo já estou bem mais calma... tá vendo. __ Mostro para meu rosto . __Agora vou ter que refazer toda minha maquiagem. __Então vamos porque eu acho que hoje a Nadine está mais ansiosa do que você. __ Ela fala me levantando do chão e puxando para fora daquela sala. __Espera... quase me esqueci disso. __ Ela pega um pacote de presente na mesa. __O que é esse presente? __ Pergunto curiosa. __ Não sei, Leonel que pediu para eu entregar a Nadine, mas primeiro vamos cuidar da sua maquiagem, porque se Nadine ver um rastro de tristeza nesse seu rosto ela não vai descansar até que ela descubra o que aconteceu, então vamos esconder isso bem escondido. Salvatore Eu não sei onde estava com a cabeça quando decidi voltar aquele lugar. Por uns poucos segundos quase que Alecxia consegue me convencer do seu arrependimento, essa mulher é mais ardilosa do que qualquer outra pessoa e se eu não tivesse cuidado cairia facilmente nas suas mentiras novamente. “ Não... eu não posso baixar a guarda depois de tudo que essa mulher fez, ela não merece perdão e ela ainda vai pagar.” Depois que saí daquela sala esbarrei em Tamara que me olhou com um olhar de poucos amores. “Essa é outra que parece carregar o rei na barriga. O que essas malditas Makarov tem que consegue tirar os Martinelli do sério?” Passo pelo jardim da casa e quase não acredito no que vejo. O velho Martinelli sorria e brincava com a mesma criança que Alecxia e seu cão de guarda estavam mas cedo e nem de longe parecia com o mafioso temido que era. “Essa deve ser a filha dela. Ao olhar pra menina senti uma estranha sensação, era mais como um sentimento de... de que? Salvatore você deve estar doido.” __ Salvatore venha vamos todos tomar nosso lugar no altar. __ Enrico fala tirando a minha atenção daquela cena. Nos encaminhamos para o altar onde ficamos de um dos lados. Notei que Leonel estava nervoso então falei para distraí-lo um pouco: __ Corre enquanto é tempo Leonel. __ Desse altar só saio depois de casado. __ Ele respondeu sorrindo. Vejo as Makarov se posicionarem do outro lado do altar e mandaram nós fazermos silêncio. __ As coisas estão mudadas mesmo. Desde quando nós obedecemos ordens das Makarov? __Falo irritado. __ Dá para você fica quieto ou tá difícil Salvatore?__Alecxia fala baixinho ao se aproximar de nós. __ Crianças vocês lembram que prometeram se comportarem no meu casamento, voltem para os seus lugares. __ Leonel falou nos lembrando de que concordamos em dar uma trégua. O restante do casamento foi tudo tranquilo até o momento em que a noiva chamou todas as solteiras para ela jogar o buquê. Nadine jogou o buquê e Alecxia o pegou. __ É pelo jeito a próxima a se casar será Alecxia. __ Enrico falou. __ É... e pelo jeito já tem até o noivo. __Leonel acrescentou ao ver Andrei se aproximar dela. __ Isso só acontecerá por cima do meu cadáver.__ Falei já dando as costas a eles e indo em direção a ela. Ao me aproximar de Alecxia ouço Andrei falar a ela: __ O noivo você já tem, é só marcar a data. “ Quem ele pensa que é? De onde ele tirou essa ideia?” __ Ela casar com você? __ Falei e os dois me olharam. __ Isso será impossível, pois ela já é casada... e comigo.
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