O cheiro forte de palha molhada e ração misturado ao barulho das galinhas ciscando era parte da rotina do sítio.
Hariel estava agachado, com um balde de água ao lado e uma telinha de arame enrolada no braço, ajudando o pai a reforçar a cerca do galinheiro.
Guilherme mexia com habilidade, como quem sabia exatamente o que tava fazendo. E o Ícaro, mais calado, observava de lado com as mãos cruzadas e o boné virado pra trás.
— Prende esse lado aí pra mim, Hari — o pai pediu, puxando com o alicate a ponta do arame enferrujado.
Hariel segurou firme, os dedos arranhados, mas sem reclamar.
— Galinha aqui é ninja, né? Parece que até hoje lembra que um dia o senhor mexeu com crime — brincou.
Guilherme soltou uma risada abafada, sem tirar os olhos da cerca.
— Melhor elas do que o povo da cid
