Hariel nunca achou que fosse virar personagem de novela mexicana, mas era bem assim que se sentia. Deitado na cama, fone no ouvido, ficou encarando o teto enquanto a playlist girava sozinha, como se alguma música fosse resolver a bagunça que estava na cabeça dele. Não ia.
A história com a Nina devia ser fácil. Era para ser. Ela era bonita, divertida, leve. Não cobrava nada, não complicava nada. E o beijo? Foi legal. O selinho na praia, os elogios da família, a mão da Nina apertando a dele como se já fossem casal antigo. Se ele fosse minimamente normal, devia estar só aproveitando.
Só que não era assim.
A imagem que vinha, toda vez que fechava os olhos, não era a Nina sorrindo. Era a Liz de cara fechada, jogando areia, girando os olhos, fingindo que não ligava. Era ela bufando na mesa do
