Três meses haviam se passado, e a situação de Rafael e Clara não havia melhorado em nada. Se algo havia mudado, era que ambos estavam afundando cada vez mais em suas realidades amargas e sufocantes. Rafael, antes um homem de negócios imponente e decisivo, agora se tornava impossível de conviver. O humor ácido e c***l que emergira após o acidente parecia se intensificar a cada dia. Ele se isolava de tudo e de todos, parando de atender até mesmo seus amigos mais próximos, como Renato e Douglas, que sempre haviam estado ao seu lado. A escuridão em seus olhos parecia ter se refletido em seu coração. Cada nova consulta médica só piorava a situação. A cegueira de Rafael, embora sem explicação física, era diagnosticada como psicossomática repetidamente. Cada vez que ouvia a mesma coisa de médico

