Clara acordou no chão frio e duro da cela. Mais uma noite de horror havia passado, e cada parte do seu corpo doía. Seus músculos estavam tensos e sua mente, à beira do colapso. O espaço apertado, o cheiro de mofo, e os gritos noturnos das outras detentas a faziam perder a noção do tempo. Ela estava lá há semanas, mas parecia uma eternidade. As noites eram as piores. As outras presas, percebendo sua fragilidade, estavam cada vez mais agressivas. O clima de tensão se tornava insuportável, e ela sabia que não poderia aguentar por muito mais tempo. Uma das detentas mais violentas, Sandra, passava boa parte do tempo a provocando: “A princesinha não vai durar muito aqui”, ela zombava, sempre pronta para uma nova humilhação. O ódio que Clara via nos olhos daquelas mulheres crescia a cada dia, c

