O saguão do aeroporto era um cenário de movimento incessante, com pessoas indo e vindo, malas sendo arrastadas e anúncios ecoando pelos alto-falantes. Clara estava ali, sentada em um dos bancos de metal ao lado de Getúlio, mas era como se todo o caos ao redor estivesse acontecendo em outra dimensão. Para ela, o tempo parecia distorcido, os sons abafados, os movimentos das pessoas em câmera lenta.
Por fora, Clara mantinha um sorriso tenso nos lábios, como se estivesse tentando convencer a todos — e a si mesma — de que estava bem. Por dentro, no entanto, ela era consumida por uma mistura devastadora de tristeza e raiva. As palavras de Getúlio ecoavam em sua mente como uma melodia c***l, as histórias sobre Rafael e Belle revirando suas inseguranças mais profundas. Ela sentia como se estivess
