As luzes vibrantes de Las Vegas eram um espetáculo c***l para qualquer um.
As luzes brilhavam demais — como se quisesse lembrar a todos que fossem para lá, que por trás de tanto ouro, brilho e glamour, sempre há sangue, dor e perda.
Las Vegas, localizada no deserto em Nevada, é uma das cidades turísticas mais famosa pela vida noturna vibrante, a Cidade do pecado, que é assim chamado. A cidade que não dorme, pois tem cassinos e vários outros lugares que funcionam por 24 horas, e ela tem várias outras formas e opções para entretenimento.
Enquanto Lara apreciava as lindas paisagens que tinham pelo caminho , tentando tirar toda tensão do seu corpo... O carro parou no fim do seu destino.
Antes de tudo, Lara começou a fazer a verificação dos seus pertences, se não estava com nada em falta, telemóvel, crachá e as escutas de ouvido.
Lara Monteiro desceu do carro com o coração acelerado, mas nunca se deu ao luxo de desistir de nada.
Dentro de um vestido preto colado ao corpo que chegava até os joelhos, sandálias da mesma cor, bolsa de mão preta e os cabelos presos em um coque impecável em seu cabelo bem cuidado e lindo.
A aparência de uma mulher no controle de tudo, linfa, independente e sensual — mesmo que, por dentro, tudo nela estivesse prestes a desistir, ela sempre permaneceu concentrada naquele que é o seu objetivo em estar ali.
Ela respirou fundo por três vezes, antes de atravessar as portas de vidro do Cassino The Mirage.
Um lugar lindíssimo que beirava a luxo, riqueza e dinheiro. Todo decorado com vermelho sangue e preto, uma combinação perfeita para o lugar como aquele.
Aquilo tem uma amostra grátis de que esse lugar só entra quem pode, não quem quer
O som das fichas, o risos ensaiados, das taças, o cheiro de cigarro e perfume caro, o lugar beirava a luxo, riqueza e sofisticação...
Era como entrar em um outro universo paralelo — um onde os fracos não sobreviviam e os fortes eram como leões, devorando qualquer presa fácil.
Três meses.
Era o tempo que restava antes que a falência da empresa de seu pai fosse oficial para todos.
Três meses para pagar uma dívida que ela jamais contraiu, e nem sabia de onde vinha.
Três meses… para jogar o jogo mais perigoso da sua vida.
O torneio começaria naquela noite — e o prêmio milionário era sua única chance de ganhar o dinheiro e pagar as dívidas que o seu pai fez.
Lara ajeitou o crachá falso que pendia em seu pescoço: L. Martins.
Um nome que não existia, criado por sua amiga Sofia, sua melhor amiga e cúmplice, que naquele momento observava tudo pelas câmeras de segurança do cassino, cada passo cada gesto eram registados por ela.
— Confirmação feita. — A voz de Sofia soou pelo minúsculo fone de ouvido escondido atrás do brinco. — Você está dentro, rainha. E, só pra constar… esse vestido vai fazer o salão parar.
Lara sorriu de leve, mas o olhar continuava firme.
— Que parem. Desde que paguem pra ver.
Ela caminhou até a mesa principal onde só ficavam os homens. Os olhares masculinos a acompanharam sem piscar, alguns de interesse, outros de puro desprezo. Mas nem ligou para nenhum dos olhares.
Mas um olhar, em especial, a fez perder o ar por um segundo. Esse mexeu com ela de uma forma que a fez estremecer.
Na mesa do centro, com o blazer escuro aberto e as mangas da camisa arregaçadas, um homem girava uma ficha entre os dedos despreocupado mas, com o olhar fixo nela.
Dante Moretti.
O jogador que todos temiam, e o único que nunca havia perdido nenhum torneio até daquele momento. Pois isso irá mudar em breve.
Ele levantou o olhar — e, por um instante, o tempo pareceu parar.
Os olhos dele eram de um castanho tão profundo que pareciam puxá-la para dentro .
Havia algo perigoso ali… algo que despertava nela o tipo de curiosidade que sempre custaria muito caro.
— É nova nesse lugar ? — ele perguntou, voz grave e baixa, quando ela se aproximou.
— Algo assim. — Ela respondeu, sentando-se. — Só espero que a minha sorte esteja de bom humor hoje.
Dante sorriu de canto.
— A sorte? — Ele girou a ficha e a deixou cair sobre o feltro verde. — Sorte é o nome que os amadores dão à estratégia.
O dealer começou a distribuir as cartas para todos.
Lara não piscou.
Ele também não.
Primeira mão.
Primeiro blefe.
E, antes que a rodada terminasse, ela o fez perder — de propósito.
As fichas deslizaram para o centro da mesa. Dante arqueou a sobrancelha, intrigado.
— Está me testando?
Lara inclinou-se, os lábios bem pintados cor vermelho a um palmo do rosto dele.
— Só estou começando o jogo, meu caro.
A tensão no ar era quase palpável. O ambiente inteiro parecia assistir àquele duelo silencioso entre os dois, embora ninguém entendesse o que realmente acontecia entre eles: uma disputa de controle, poder… e algo mais, e que ninguém ousa falar alto.
A voz de Sofia voltou pelo fone:
— Lara, cuidado. Esse homem tem mais sangue nas mãos do que todas essas fichas que estão na mesa.
Mas Lara já sabia. E mesmo assim, não recuou, apenas continuou como se ela já soubesse de tudo.
— Às vezes, Sofia… — murmurou, olhando Dante nos olhos sem desviar. — A gente precisa dançar com o perigo pra se lembrar que ainda está viva, e com tudo no controle.
Ele sorriu, lento e misterioso.
— Então bem-vinda ao inferno, Rainha de Copas, onde só sobrevivem os fortes e os fracos serão decorados pelos leões...
O som das cartas batendo na mesa marcou o início da partida já a muito esperada por todos.
E do que seria o início de algo muito maior.
Um jogo de poder, paixão e segredos — onde o maior risco não era perder dinheiro.
Era perder o seu coração.