Lara
O silêncio do quarto de hotel era quase palpável.
Lara revisava mentalmente cada movimento da rodada anterior, tentando entender quem realmente estava por trás da sabotagem.
— Algo não fecha — murmurou, olhando para o tablet com os registros do torneio.
— E você acha que eu posso te ajudar? — Dante perguntou, encostado na porta, os braços cruzados.
Ela ergueu os olhos, cansada mas determinada.
— Preciso saber se posso confiar em você ou não.
Ele deu um passo à frente, os olhos brilhando na penumbra.
— Confiança não se dá. Confiança se conquista… e, até agora, você ainda não conquistou a minha.
Lara arqueou uma sobrancelha.
— Então estamos empatados.
Ele sorriu levemente, mas os olhos não brincavam.
— Por enquanto.
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Horas antes, no salão do cassino, Lara percebeu algo estranho, uma sequência de apostas de outro jogador parecia estranhamente previsível.
Cada movimento era calculado, como se alguém estivesse manipulando o jogo de fora da mesa.
— Dante — ela sussurrou, aproximando-se. — Alguém está controlando o torneio.
Ele inclinou-se, analisando a situação.
— É mais do que isso. Alguém quer que você perca.
O coração de Lara acelerou.
— E você?
— Eu faço o que puder para que não aconteça. — Ele a tocou levemente no braço.
— Mas nem eu tenho todas as cartas.
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Mais tarde, Lara e Dante se encontraram em uma sala de segurança do cassino.
Sofia já estava lá, mostrando imagens das câmeras e registros eletrônicos.
— Olha isso — disse Sofia, apontando para uma tela. — Alguém está transmitindo sinais para as mesas, manipulando as apostas eletrônicas.
Lara sentiu o estômago revirar.
— Então tudo é controlado? — perguntou, quase sem voz.
— Sim — disse Dante, aproximando-se dela, os olhos sérios.
— E é por isso que você precisa confiar em mim… pelo menos parcialmente.
Ele segurou a mão dela, firme, mas com gentileza.
— Nós vamos jogar com as cartas marcadas. Mas se trabalharmos juntos, podemos virar o jogo.
O toque fez Lara estremecer.
— Você sempre encontra um jeito de me colocar na situação mais perigosa não é— murmurou.
— E sempre no lugar certo pra me proteger — respondeu ele, com um sorriso torto.
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Enquanto se preparavam para voltar à mesa, Lara percebeu que não podia mais separar o jogo do homem ao seu lado.
Cada olhar, cada toque, cada palavra carregava a tensão de um desejo que crescia rapidamente, mas que também podia ser fatal.
— Então é isso — disse Dante, a voz baixa. — Cartas marcadas, perigo real e… nós dois.
— E ainda temos que vencer — respondeu Lara, mordendo o lábio, tentando controlar o coração acelerado.
Ele se inclinou, tão próximo que ela podia sentir o calor dele.
— Então vamos vencer. Juntos.
O ar parecia carregado de eletricidade.
O torneio, a paixão e o perigo estavam agora completamente entrelaçados, e nenhuma carta poderia prever o que viria a seguir.
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Ao caminharem pelo corredor de serviço do cassino estava silencioso demais, que até soava estranho.
Lara e Dante avançavam lado a lado, atentos a qualquer movimento suspeito.
Cada passo que davam parecia ecoar como um aviso, alguém estava os observando, esperando o momento certo para atacar.
— Isso não é apenas um jogo de cartas — murmurou Dante, a voz baixa.
— É uma armadilha.
— E você não me contou antes? — ela rebateu, com a respiração acelerada.
— Porque não queria que você entrasse em pânico antes de precisar.
Ela estreitou os olhos, mas o medo se misturou à adrenalina.
— Então agora estamos no que exatamente? — perguntou, olhando ao redor.
— Sobrevivência em tempo real. — Ele sorriu, mas sem humor. — E confiança parcial.
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Ao chegarem à mesa, Lara percebeu algo estranho, as fichas de todos os jogadores haviam sido alteradas.
Cada aposta era manipulada eletronicamente, forçando decisões rápidas e arriscadas.
— Isso é impossível — murmurou Lara, examinando a mesa.
— É exatamente isso que eles querem que você pense — respondeu Dante. — Uma distração.
De repente, um ruído metálico ecoou atrás deles.
Lara virou-se e viu dois homens vestidos de seguranças avançando.
— Dante… — ela sussurrou, instintivamente recuando.
Ele reagiu rápido. Um passo à frente, bloqueando o primeiro ataque, desviando o segundo com habilidade quase sobre-humana.
— Fica atrás de mim! — ordenou, puxando Lara para proteção.
O coração dela disparava, mas o medo se misturava à atração intensa pelo homem ao lado.
Ele a mantinha protegida, mas o toque de suas mãos, mesmo em meio à luta, enviava sinais que ela não podia ignorar.
Em um movimento rápido, Dante desarmou os atacantes e os empurrou para o chão.
— Está tudo bem — disse, respirando com dificuldade, os olhos fixos nos dela.
— Para você, talvez — ela respondeu, tentando recuperar o fôlego.
Ele segurou seu rosto com firmeza, aproximando-se perigosamente.
— Você está bem, Lara? — A voz era rouca, intensa.
— Porque não posso suportar a ideia de perder você aqui.
Ela sentiu o calor do corpo dele, a presença que dominava cada fibra do seu ser.
— Não me faça perder o foco — murmurou, mas a voz traía o coração acelerado.
Ele sorriu, inclinando-se e roçando os lábios nos dela de maneira rápida e urgente, um lembrete de que entre paixão e perigo, eles não podiam mais se separar.
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Quando o corredor se esvaziou e os atacantes foram contidos, Dante manteve a mão dela na dele.
— Isso só vai piorar as coisas— disse. — Mas juntos, podemos virar o jogo.
Lara olhou para ele, ofegante, ainda sentindo o toque do beijo.
— Então vamos virar o jogo… juntos.
O cassino agora não era apenas uma arena de cartas.
Era uma armadilha viva, e cada passo exigia coragem, estratégia e uma aliança perigosa.
E Lara sabia que, com Dante ao lado, o desejo e o perigo estariam sempre conectados.