♠️Capítulo 11

990 Words
Lara O silêncio do quarto de hotel era quase palpável. Lara revisava mentalmente cada movimento da rodada anterior, tentando entender quem realmente estava por trás da sabotagem. — Algo não fecha — murmurou, olhando para o tablet com os registros do torneio. — E você acha que eu posso te ajudar? — Dante perguntou, encostado na porta, os braços cruzados. Ela ergueu os olhos, cansada mas determinada. — Preciso saber se posso confiar em você ou não. Ele deu um passo à frente, os olhos brilhando na penumbra. — Confiança não se dá. Confiança se conquista… e, até agora, você ainda não conquistou a minha. Lara arqueou uma sobrancelha. — Então estamos empatados. Ele sorriu levemente, mas os olhos não brincavam. — Por enquanto. -------- Horas antes, no salão do cassino, Lara percebeu algo estranho, uma sequência de apostas de outro jogador parecia estranhamente previsível. Cada movimento era calculado, como se alguém estivesse manipulando o jogo de fora da mesa. — Dante — ela sussurrou, aproximando-se. — Alguém está controlando o torneio. Ele inclinou-se, analisando a situação. — É mais do que isso. Alguém quer que você perca. O coração de Lara acelerou. — E você? — Eu faço o que puder para que não aconteça. — Ele a tocou levemente no braço. — Mas nem eu tenho todas as cartas. -------- Mais tarde, Lara e Dante se encontraram em uma sala de segurança do cassino. Sofia já estava lá, mostrando imagens das câmeras e registros eletrônicos. — Olha isso — disse Sofia, apontando para uma tela. — Alguém está transmitindo sinais para as mesas, manipulando as apostas eletrônicas. Lara sentiu o estômago revirar. — Então tudo é controlado? — perguntou, quase sem voz. — Sim — disse Dante, aproximando-se dela, os olhos sérios. — E é por isso que você precisa confiar em mim… pelo menos parcialmente. Ele segurou a mão dela, firme, mas com gentileza. — Nós vamos jogar com as cartas marcadas. Mas se trabalharmos juntos, podemos virar o jogo. O toque fez Lara estremecer. — Você sempre encontra um jeito de me colocar na situação mais perigosa não é— murmurou. — E sempre no lugar certo pra me proteger — respondeu ele, com um sorriso torto. ----------- Enquanto se preparavam para voltar à mesa, Lara percebeu que não podia mais separar o jogo do homem ao seu lado. Cada olhar, cada toque, cada palavra carregava a tensão de um desejo que crescia rapidamente, mas que também podia ser fatal. — Então é isso — disse Dante, a voz baixa. — Cartas marcadas, perigo real e… nós dois. — E ainda temos que vencer — respondeu Lara, mordendo o lábio, tentando controlar o coração acelerado. Ele se inclinou, tão próximo que ela podia sentir o calor dele. — Então vamos vencer. Juntos. O ar parecia carregado de eletricidade. O torneio, a paixão e o perigo estavam agora completamente entrelaçados, e nenhuma carta poderia prever o que viria a seguir. ********** Ao caminharem pelo corredor de serviço do cassino estava silencioso demais, que até soava estranho. Lara e Dante avançavam lado a lado, atentos a qualquer movimento suspeito. Cada passo que davam parecia ecoar como um aviso, alguém estava os observando, esperando o momento certo para atacar. — Isso não é apenas um jogo de cartas — murmurou Dante, a voz baixa. — É uma armadilha. — E você não me contou antes? — ela rebateu, com a respiração acelerada. — Porque não queria que você entrasse em pânico antes de precisar. Ela estreitou os olhos, mas o medo se misturou à adrenalina. — Então agora estamos no que exatamente? — perguntou, olhando ao redor. — Sobrevivência em tempo real. — Ele sorriu, mas sem humor. — E confiança parcial. ------ Ao chegarem à mesa, Lara percebeu algo estranho, as fichas de todos os jogadores haviam sido alteradas. Cada aposta era manipulada eletronicamente, forçando decisões rápidas e arriscadas. — Isso é impossível — murmurou Lara, examinando a mesa. — É exatamente isso que eles querem que você pense — respondeu Dante. — Uma distração. De repente, um ruído metálico ecoou atrás deles. Lara virou-se e viu dois homens vestidos de seguranças avançando. — Dante… — ela sussurrou, instintivamente recuando. Ele reagiu rápido. Um passo à frente, bloqueando o primeiro ataque, desviando o segundo com habilidade quase sobre-humana. — Fica atrás de mim! — ordenou, puxando Lara para proteção. O coração dela disparava, mas o medo se misturava à atração intensa pelo homem ao lado. Ele a mantinha protegida, mas o toque de suas mãos, mesmo em meio à luta, enviava sinais que ela não podia ignorar. Em um movimento rápido, Dante desarmou os atacantes e os empurrou para o chão. — Está tudo bem — disse, respirando com dificuldade, os olhos fixos nos dela. — Para você, talvez — ela respondeu, tentando recuperar o fôlego. Ele segurou seu rosto com firmeza, aproximando-se perigosamente. — Você está bem, Lara? — A voz era rouca, intensa. — Porque não posso suportar a ideia de perder você aqui. Ela sentiu o calor do corpo dele, a presença que dominava cada fibra do seu ser. — Não me faça perder o foco — murmurou, mas a voz traía o coração acelerado. Ele sorriu, inclinando-se e roçando os lábios nos dela de maneira rápida e urgente, um lembrete de que entre paixão e perigo, eles não podiam mais se separar. ----- Quando o corredor se esvaziou e os atacantes foram contidos, Dante manteve a mão dela na dele. — Isso só vai piorar as coisas— disse. — Mas juntos, podemos virar o jogo. Lara olhou para ele, ofegante, ainda sentindo o toque do beijo. — Então vamos virar o jogo… juntos. O cassino agora não era apenas uma arena de cartas. Era uma armadilha viva, e cada passo exigia coragem, estratégia e uma aliança perigosa. E Lara sabia que, com Dante ao lado, o desejo e o perigo estariam sempre conectados.
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