Partida de basquete

3492 Words
➸ 3 anos depois — 27 de março Olhar seu reflexo no espelho apenas fazia ter a certeza de uma coisa, nunca chamaria a atenção de alguém. Na verdade nunca havia se importando com sua aparência ou com a opinião alheia à seu respeito, apenas fazia o que gostava. Mas agora tudo em si lhe incomodava. Parecia ser uma conspiração de sua mente refém do coração. Ajeitara a gola da camiseta polo e suspirava em desistência. Por que queria se arrumar para ser notado por alfa? Apesar de já ter passado pelo seu cio diversas vezes sem precisar de alguém lhe tocar, não compreendia do por quê desejar tanto ser notado por ele. Colocando o blazer azul marinho com listras avermelhadas formando uma estampa de xadrez, pegara sua mochila para sair de seu quarto e ir à cozinha tomar o café da manhã com seus pais. Mas antes teve de passar um perfume leve e sutil. Gostava de sentir aquele aroma tão adocicado que lhe acalmava. Ou seria para que ele olhasse para si por míseros segundos de novo? Ah claro o motivo de sua euforia era apenas aquele perfume tão gostoso. Por causa dele é que ouvira o garoto lhe dirigir a palavra pela primeira vez, elogiando apenas o seu perfume. Apenas uma frase, alguns segundos de conversação, apenas isso e seu coração batera ritmado como se fosse um trem bala indo de uma região a outra. A casa parecia vazia. Inclinando a cabeça o ômega seguiu para a cozinha encontrando na mesa apenas o seu café da manhã. Perto da xícara um bilhete de sua mãe avisando da saída repentina para o trabalho. Não tinha jeito, seu pai dono da própria empresa e sua mãe como secretária faria com que os dois fossem consideravelmente ausentes. Sendo assim teria de passar aquela manhã sozinho, mais uma vez. Sentou-se na cadeira e começou o seu desjejum. Era apenas café misturado ao leite e uma fatia de pão com provolone derretido com uma camada sutil de margarina. Não tinha muito do hábito de comer de manhã, e o fazia minimamente já que estava acostumado a acordar tarde durante seus dias de folga. Durante suas férias dormira tarde por assistir seus seriados favoritos, e acaba por levantar no horário do almoço. Com isso, sequer tinha habito de tomar café da manhã, mas sabia que sentiria fome antes do intervalo. Sendo assim, apenas comia pouco para deixar o seu sistema digestivo trabalhar. Olhava para o celular e via as mensagens de seus amigos. Ou deveria chamá-los de colegas? Os dois garotos, também ômegas, lhe avisavam de seus afazeres para aquela manhã. Já eram tantos, que seus ombros pesavam antes mesmo de por os pés na escola. Deixara o aparelho de lado e terminara seu desjejum, ajeitando a bolsa nas costas pegou as chaves e saíra de casa para seguir à escola. O caminho era curto, seus pais escolheram uma casa perto para evitar pagar tarifas dos transportes públicos, preferiam carro ou apenas seguir a pé. Sendo menor de idade, o ômega ficara com a ultima opção. Mas aquilo era por pouco tempo. Em breve faria dezessete anos e com suas notas teria o necessário para começar o curso teórico para aprender a dirigir. Essa era a sua ambição para aquela primavera. Apreciava o cenário que a estação proporcionava. As ruas estavam cheias de árvores que tinham suas flores brotando nos galhos, a luz do sol apenas animava o dia. Sorrindo largo o ômega caminhou pela avenida até chegar a seu final, onde estava os portões dourados da escola do ensino médio da qual estudava. Adentrou sendo cumprimentado apenas pelos funcionários. Os estudantes não pareciam muito interessados a conhecê-lo, mesmo sendo o presidente do grêmio estudantil. Aquele era seu terceiro ano consecutivo como presidente. Havia cumprido todas as horas complementares, além de ter em sua ficha escolar todos os méritos necessários para ingressar em uma faculdade publica e bem prestigiada, onde seus pais estudaram e se conheceram. O que precisava decidir ainda era o seu curso. Infelizmente ainda era inicio de ano, tendo um longo tempo para pensar no que deveria fazer. Adentrando no prédio norte seguiu pelos corredores até encontrar o seu armário. Pegou seus livros para as primeiras aulas e seguiu seu caminho para a sala do grêmio. Faltavam ainda quarenta minutos para o inicio das aulas, teria tempo suficiente para filtrar seu serviço como presidente para que mais tarde não ficasse sobrecarregado. Caminhava pelos corredores novamente seguindo para a escadaria. Encontrava alguns estudantes sentados em grupos enquanto olhavam os celulares e conversavam sobre alguma coisa. Passando por um desses grupos, olhara em curiosidade para o celular nas mãos de uma garota. Não acreditava que aquilo acontecia mais uma vez. Balançando a cabeça entrou em sua pequena sala encontrando os dois amigos que também olhavam seus respectivos aparelhos. Arqueando a sobrancelha o ômega deixou a mochila sobre a mesa fazendo com que o baixo som chamasse a atenção dos garotos. O mais velho entre eles ajeitou o boné sobre a cabeça estendendo o aparelho para si. — Parece que eles brigaram de novo. — A voz do pequeno ômega fez o presidente do grêmio estremecer, olhava as redes sociais do amigo encontrando diversos posts à respeito da suposta briga. — A diretora irá chamar eles... — Esses idiotas deveriam pelo menos tirar o uniforme — Bufava o outro garoto de cabelos platinados, jogando o celular na mesa. Ajeitando seus cabelos levemente ondulados, o tesoureiro ficava ereto na cadeira e olhou para o presidente. — Ne Yuji, o que vai acontecer se a diretora chamar dessa vez? — O que deveria fazer? — o ômega de cabelos negros devolveu o aparelho para o vice-presidente, então olhou para Naoki soltando um suspiro — Acho que serei pulso firme. — Eles não me parecem acatar ordens nem da diretora — Murmurava o outro guardando o aparelho em sua bolsa. Debruçando-se na mesa, o garoto pegava as pastas e entregava aos demais. — Eles poderiam te importunar por achar que tem poder sobre eles. — Tecnicamente eu tenho, mas... Eles complicam tudo e esses anos tem sido h******l para os professores darem as aulas por causa dessa.... Hierarquização. — Yuji olhava a pasta e lia as avaliações dos professores sobre o ano passado. — Por mais que eu trabalhe duro, eu sinto que não faço a diferença. — Claro que faz, os seus projetos trouxeram certa ordem. — Naoki apontava para os gráficos e sorria para o líder que parecia desanimar naquela manhã. — Recebemos muitos elogios quando fizemos o baile de formatura para o terceiro ano antes das férias. Sem falar que o numero de alunos interessados em participar foi maior do que o esperado. — A feira cultural também teve bons resultados. — Claro que teve bons resultados. Os dois alfas que se acham a ultima bolacha do pacote resolveram criar uma aposta de qual gangue daria a melhor ideia para a decoração. — O ômega deixara a pasta sobre a mesa e olhou para os dois amigos. — É como se precisássemos deles para fazer o que propomos. — Mas... Precisamos. — Naoki abriu um sorriso malicioso para o ômega. — Por que não se declara? Vai que ter um pequeno caso com ele nos ajude a ter mais influência. As feições do ômega passaram a ser um misto de emoções, da qual a predominante era a vergonha. Sua pele avermelhou-se e a risada de seus colegas era evidente que aquilo seria plenamente ridículo. Fazendo uma careta e pigarreando, o ômega voltou a olhar as pastas e analisar os relatórios feitos pelos presidentes das turmas. Em breve teriam a semana desportiva, onde as turmas competiriam em diversos esportes. Tinham que planejar os prêmios para os três primeiros vencedores, criar uma tabela de pontos para os juízes usarem. Ah eram muitas coisas apenas para aquela semana. Tanto Haru quanto Naoki já haviam se dirigido para as respectivas salas de aula. Apenas Yuji ficara na sala do grêmio terminando de organizar as pastas em sua mesa. Encontrando-se sozinho, puxou sua mochila retirando o pequeno caderno de capa azul deixando sobre a mesa. Pegando uma caneta, folheou as páginas rabiscadas e ilustradas até encontrar uma em branco. Colocando a data atual, começara a escrever em seu diário pessoal suas primeiras emoções daquele dia, sem deixar de anotar sua ansiedade em encontrá-lo... Sorria largo ao lembrar-se do dia de seu primeiro ano na escola, há dois anos. Tudo o que acontecera de diferente fora no seu horário de almoço. Apenas estava sentado na mesa sozinho e observava discretamente os dois lideres se encararem. Faziam algumas semanas que as aulas começaram e apenas via aquela divisão entre os alunos à mercê dos garotos. Na verdade, não entendia o motivo deles se odiarem tanto. Ambos poderiam ser amigos já que tinham gostos similares... ou pelo menos imaginava que teriam. Tudo o que via era o alfa do Phenex tentar, de modo falho, deixar o alfa do Zagan com raiva. Mas isso era algo curioso, aquele rapaz nunca ficara com raiva. Pensando naquilo nesse momento, em seus três anos que estudava ali, nunca vira aquele alfa brigar com alguém. Mantinha sua fisionomia sempre calma, porém nunca sorria para as pessoas. Era literalmente uma pessoa passiva, sem esboçar muitas emoções. Ah claro que reparava naquele garoto. Nas vezes em que fora chamado na diretoria por causa das brigas, lhe rendia em grandes momentos de resmungo enquanto o fuzilava. Sendo assim, sabia que a pele tatuada era o único sinal de uma possível rebeldia. Sua fisionomia e ações lhe mostravam um ser calmo, que não sente interesse por nada. Observava-o apenas por sentir de sua raiva em ter atenção chamada pela direção. A não ser pelo dia em que o elogiara. O dia em que o vento estava forte, deixando com que seus cabelos negros fossem levados para o lado. E então os seus olhos lhe fitaram e um esboço de um sorriso foi o que vira. — Que perfume adorável. Foi tudo o que havia dito para si. O suficiente para que seu coração fosse bobo em se apegar por apenas aquilo. Não notara tanto daquele rapaz, como notou naquele dia. O corpo todo tatuado em desenhos grandes com grossos traços até seu pescoço onde se destacava uma caveira com rosas. Os olhos amendoados e brilhantes, o pequeno sorriso que poderia ser considerado bonito. Até mesmo teria parado de andar no corredor vazio para fitar aquele sujeito caminhar para a sala de aula com as mãos no bolso da calça. Claro que sentia seu rosto ficar avermelhado naquele mesmo instante. E obviamente começara a notar mais do alfa como jamais havia feito. Estudavam na mesma classe em todos esses anos, apesar de que aquele garoto ser mais velho que si por ter reprovado antes de sua entrada na escola. Já acontecera de passar a aula toda prestando atenção em seus rabiscos, fazendo círculos sem conexo. Até perder para sua curiosidade e olhar por cima de seus ombros, vendo o garoto dormir sobre a mesa. Mesmo com os olhos fechados, e daquela distância, percebia que ele era bonito. Sua beleza era estonteante, sentia que poderia admirá-lo à distância por muito tempo. E de fato o faria. O problema era saber que ele seria uma pessoa difícil de lidar. Além der ser um líder de uma das gangues que tinha mais influência na sua escola, ele era um alfa muito bem cobiçado pelos alunos que o apoiavam. Nunca teria uma chance. Tudo o que lhe restava era... “(...) tudo o que posso fazer, é ficar te admirando ao longe desejando apenas que sorria, aquele sorriso tão belo que eu aprendi a amar.” Terminando de escrever em seu diário, se assustou ao ouvir o sinal tocar dando inicio as aulas. Era sempre assim quando escrevia em seu diário. Aquele caderno tão precioso para si que lhe permitia entrar em um mundo totalmente intimo e fantasioso, perdendo a noção de tempo. Com a pressa pegou o diário e a mochila para correr em direção do terceiro andar, onde sua sala ficava. Esbarrando em alguns alunos, não notou que seu precioso diário havia caído no chão do corredor, diante do líder da Phenex. O alfa havia parado ao ver aquele ômega correr. Admitia que adorava implicar com aquele garoto, mesmo sem obter as respostas que tanto desejava. Na verdade Yuji era o ômega mais desafiador do colégio. Não o via com nenhum alfa e sempre sozinho durante o almoço. Por mais que tentasse deixá-lo envergonhado. Tudo o que ganhava daquele garoto era uma revirada de olhos e um suspiro em deboche, enquanto dava nota para a brincadeira, em comparação com as já feitas consigo. Ele era um verdadeiro desafio para se entreter naquele colégio tão tedioso. Não se demorou para que o alfa abrisse um sorriso largo ao ver o caderno no chão. agachou-se para pegar olhando as folhas em total curiosidade com o capricho apesar das folhas amareladas. Passando a língua no doce que tinha em sua boca, mudava o pirulito de um lado passando os olhos pelas primeiras folhas até arquear a sobrancelha e abrir um sorriso largo. — O que temos aqui? — Folheava as páginas se levantando. olhou para os dois companheiros atrás de si e sorriu largo. — Acho que temos um novo brinquedinho. ❖ As aulas pareciam ser uma tortura para o presidente do grêmio estudantil. Tamborilava os dedos sobre a mesa, enquanto olhava para fora à espera do professor de educação física. Desde o seu primeiro ano passara a ansiar pela matéria de educação física. Afinal, lhe proporcionava o melhor cenário quando podia vê-lo jogar basquete com o uniforme desportivo. Havia uma grandiosa necessidade de observar quele alfa. Seria patético a sua obsessão tão repentina, e ainda assim não conseguia evitar. Ele havia conquistado a sua atenção. Ajeitara-se na cadeira quando o professor apareceu na sala. Arrumou o blazer e os óculos olhando atentamente para o mestre que iniciava a chamada. Apertava os dedos em um nervosismo eminente, mordia o lábio inferior olhando fixamente para o livro de chamada desejando que o tempo passasse mais rápido. Segurou sua vontade de sair correndo para o ginásio. Esperou que todos saíssem para poder seguir os colegas de classe ao ginásio, onde os alunos teriam outra aula de basquete. Seria aquele o destino? Esperava que sim. Sentara na arquibancada e apoiara as mãos em seus joelhos, olhando nervosamente para o vestiário. Notara a aproximação de outra turma no ginásio. O representante do outro terceiro ano conversava com o professor, que apenas assentia e anotava algo em sua prancheta. Algum professor teria faltando. Apenas revirou os olhos ao ver o outro líder da gangue Phenex aparecer com as mãos no bolso seguir em sua direção. “Mas que d***a” xingava mentalmente em ver aquele garoto sentar ao seu lado. Mantivera o controle olhando fixamente para o vestuário. — Eaí Yuji — Ryu sorria travesso para o ômega, via o mesmo lhe ignorar mesmo ao chamá-lo. Formando um bico nos lábios apoiou os braços no joelho e se inclinou para frente. — Ah que f**o o presidente do grêmio estudantil ignorar um aluno que veio tirar uma dúvida. O ômega mordeu os lábios e torceu o nariz imaginando o sorriso vitorioso que o garoto teria. E de fato tinha, em perceber as feições de derrota do mais novo. Virando-se lentamente para o alfa, respirou fundo sentindo de seu cheiro forte. Se fosse um ômega no cio, teria certeza que pularia no pescoço do outro, louco por uma transa. — Em que posso te ajudar Ryu? O alfa sorria largo umedecendo os lábios com a língua. Passara a fitar os olhos escuros do ômega que pareciam maiores por causa da lente presa na armação n***a. — Só para eu saber, os alunos não são muito receptivos quanto à roubos de parceiros, certo? — Seja direto. Arqueando a sobrancelha, o alfa sorrira com a pontuação do menor, adorava isso nele. Se ajeitou olhando para os lados e baixava o tom de sua voz. — Pode parecer esnobismo, mas acho que nós alfas causamos muitos problemas entre os ômegas não? — Yuji olhava apoiando o rosto na mão. Suspirou sem sentir-se surpreso com o egocentrismo que o estudante mostrava para si — Principalmente, eu e Kei. — E...? — Ah pensei que isso fosse contra as regras da escola. — O sorriso brincalhão e o brilho peculiar de seus olhos fez Yuji espreitar os olhos. — Sabe as brigas que causam pra ficar com a gente, os responsáveis sempre são punidos. — Dependendo da gravidade da situação — O ômega olhava pensativo relembrando alguns parágrafos do manual do estudante. Havia lido no primeiro dia após sua inscrição à presidente do grêmio. — Mas sim levam punição se os alunos brigam por conta de parceiros sexuais. É contra as regras brigas e demais confusões... Mas achei que saberia melhor do que ninguém não é mesmo? — Falando assim, me sinto um garoto rebelde que arranja briga com qualquer pé rapado. — Arruma briga até com o asfalto. — Sempre pensei que fosse do Zagan... Mas não te vejo com a trupe deles.... O ômega olhou para o alfa cerrando o cenho. — Espero ter tirado a sua duvida por completo. Sendo assim peço para se junte aos seus colegas de classe para participar da aula. — E poderia perguntar por que nosso presidente não participa também? — Poderia saber, mas sabe como é — O sorriso sádico do presidente deixara o alfa surpreso — Não estou afim de te contar. A atenção do ômega fora roubada quando sentiu o cheiro forte no ar. Desviara o olhar para o vestuário ao ver que na porta estava aquele alfa tatuado indo para a quadra de basquete enquanto ajeitava os cabelos negros. Era como havia pensado, a regata realçou os bíceps levemente vantajosos o deixando incrivelmente atraente. Conseguia perceber pela regata que a cintura dele poderia ser grossa. Abriu um sorriso discreto e teve toda a atenção para a aula que se iniciaria em minutos. Ryu sorriu largo ao observar o ômega ao seu lado. Levantara-se e fora até a quadra ficando de frente ao outro alfa, o líder da gangue Zagan. Os dois se encaravam intensamente, Ryu se sentia desconfortável com os olhos calmos que aquele garoto lhe direcionavam. — Não se importaria que a minha turma jogue contra a sua em um amistoso, não é Kei? O alfa olhou para trás de Ryu, vendo que os garotos já retiravam os blazers e arregaçavam as mangas prontos para jogarem. Não tendo outra escolha apenas piscou lentamente dando de ombros. — Que seja. Yuji sentia a tensão no ar mais uma vez. Já era esperado que Ryu fosse provocar o outro líder. Era como se ele se aproveitasse de cada chance que lhe era dada para poder provar quem era o melhor. Comprimia os lábios quando os dois lideres se posicionaram ao centro da quadra, esperando pelo apito do professor que segurava a bola. O jogo começara com Kei tendo a posse da bola, a quicando para o centro da quadra até arremessar para o outro jogador do time. Yuji apertava os dedos, fazendo com que suas unhas curtas deixassem uma marca fina na palma da mão. Sorria quando via o alfa ter a posse da bola e avançava na quadra. Até se permitia fazer uma discreta comemoração quando o primeiro ponto fora feito. Percebia que aquela paixão estava lhe sufocando por ver tanta beleza em um jogo tão chulo como aquele. A forma como os fios balançavam deixando mais à mostra o rosto de pele alva do alfa. As veias que ficavam nítidas na pele ocasionavam arrepios no ômega. Era insuportável ter que se sentir tão afoito com aquele garoto, eram quase três anos de um amor platônico. Mordia o lábio inferior quando Ryu pegara a bola e avançava na cesta do time adversário. O jeito como ele jogava poderia lhe tornar o capitão do time da escola. Isso sim seria algo da qual Yuji gostaria muito de ver, mesmo não sendo amigável com o rapaz. Não demorou em que o jogo empatasse, deixando as garotas ômegas gritarem em torcida para os lideres. Ryu se aproveitava da fama que tinha, Kei estava totalmente concentrado no jogo. O alfa pegara a bola do adversário e arremessou com precisão para outro jogador que estava perto da cesta. Kei havia corrido uma grande extensão da quadra e recebia a bola de volta, pulando e arremessando marcando três pontos. O jogo se encerrava ali, a corrida entre os garotos fazia o tempo passar rapidamente. Yuji sorriu internamente com a vitória de seu alfa. Ah era tão estranho pensar daquela maneira. Rindo silenciosamente, o ômega se levantara para voltar à sala de aula pegar sua mochila e ir para as suas atividades no grêmio. Afinal o dia estava somente começando. ⊱⋅ ──────────── ⋅⊰
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