Capítulo 3

1472 Words
— Paladimus, recolha sua fêmea. Ela está nua! — o capitão desviou os olhos para quem deu a ordem, rodopiou o machado com graça em uma única mão e o prendeu com força ao chão fincando o corte no concreto, abandonou a cabeça morta e desceu as vistas para o corpo miúdo da mulher — O que está esperando, quer que um de nós a toque? — insistiu a voz firme. O azulado rosnou com desgosto, tocou nas abotoaduras do uniforme e expôs o tronco forte, livrando-se da roupa e o esticando para a mulher caída nos escombros. Elaine que planejava tanto seu primeiro encontro não esperava por esta situação. Envergonhada, ela tentou se mover, sentiu dor e deixou escapar um gemido fraco e como quem absorvia paciência de muito longe, o gigante Paladimus estendeu a blusa grande sobre o corpo da miúda, nada falou e coletou o alvo de seu experimento em seus braços. Elaine sentia vontade de chorar. Sentia os braços do Stariano lhe tocar, encostar seu corpo miúdo ao dele enquanto ela era a cara da desgraça. Havia tomado banho, mas estava suja e empoeirada, com os cabelos parecendo penas de galinha desnorteada, os óculos estavam quebrados e tudo o que tinha era uma roupa Stariana tampando suas partes. Quando menos esperou, deixou uma lágrima escapar e escondeu o rosto no peito azul e quentinho. Estava com vergonha… Sonhara tanto com este dia, mas agora estava morta de vergonha. Volkon olhou para baixo, estava estourando ódio por suas narinas por ser chamado de traidor e não era a primeira vez. Desde que fora designado ao projeto fertilização andava tendo de lidar com a raça que insistia em dizer que matar os humanos era a solução. Volkon achava desnecessário se submeter a espécie na qual ele não tinha muita paciência em lidar, não concordava com os termos em que estava, mas acima de tudo, era leal. Ele foi e é um Capitão, ir contra o projeto era ir contra Starian, Galak deixou isso bem claro. E não estava em suas intenções se tornar um rebelde, não depois de alavancar seu nome como já o tinha feito. O caminho foi aberto, uma equipe se juntou ao seu lado guiando-o para onde ir enquanto Galak, o general e Savage, o soldado arroxeado, se aproximaram, ainda com sinais de alerta. — Pegamos mais um deles. — anunciou Savage, com marcas de sangue roxo sobre suas cicatrizes. — Chegou a tempo. — Galak anunciou olhando a fêmea encolhida e chorona, com o rosto escondido nos braços de Volkon, vendo parte de sua nudez exposta — Vejo que conseguiu protegê-la. Volkon notou o olhar curioso de Galak, sentiu que devia arrancar seus olhos, mas não ia dar o gosto de agir como um macho territorialista para os seus colegas. Já bastava ser chamado de traidor e por ele, daria a humana para um voluntário e passaria essa responsabilidade a outro, sem nenhum problema. Seus instintos mandavam marcar o que seria seu, mas sua razão ainda falava bem mais alto. Era ótimo em controlar sua natureza interna, então não cederia a um olhar ganancioso por uma raça ridícula como esta. — Precisamos juntar o conselho, a informação de que o processo inicia hoje foi vazada, temos um informante e traidor entre nós. — contou Savage, sério, olhando para frente e acompanhando a caminhada. Ao chegar diante a porta de acesso para a ala que daria suporte a fêmea, Galak deu um tapa no ombro do amigo, tentou conter os olhos e procurou manter seu interesse em Volkon. — Fez um ótimo trabalho, agora faça a segurança de sua humana. Savage está com com Áries e Darius e vou lhe trazer informações assim que resolvermos isto. Fique atento, mesmo em processo de experimento, ainda é o capitão Paladimus. Volkon apenas concordou, já que a esta altura já não tinha mais o que fazer. A porta foi aberta e ele entrou na ala de ajuda humano-alienígena, onde foi imediatamente recebido por uma equipe. Em pouco tempo depositava o corpo miúdo de sua humana sobre uma maca de atendimento, viu-a receber alguns panos para o seu socorro e a levaram enquanto seus olhos molhados não paravam de olhá-lo. Ele tinha que admitir que fora um pouco difícil se concentrar nas palavras de Savage durante o caminho, sua humana tinha um cheiro bom. Mas era apenas isso, Volkon era um bom espécime e sabia apreciar o cheiro de uma fêmea. Nem sabe quando foi que o pensamento intrusivo tomou-lhe a mente, apenas observava o tamanho da humana se distanciando tendo certeza de que ele não caberia em nenhum lugar daquela criatura. De um modo geral humanos eram esquisitos e feios, podiam pelo menos lhe arrumar uma que ele coubesse dentro. Com certeza ele levaria a reclamação para o conselho e pediria uma troca. Já que deram um monstrinho para se enfiar, que pelo menos fosse do tipo que o cabe. — Obrigada pelo que fez, capitão Paladimus. — uma humana sorriu ao se aproximar, uma médica que muito viu quando teve que vir apresentar seu corpo para uso da ciência — O primeiro contato necessitava ser mais amigável, mas vamos garantir que ela fique bem. — ela o olhava com um sorriso largo demais— Capitão, está me ouvindo? — a fêmea depositou sua mão no braço cruzado do azulado, ele sentiu o toque, desceu os olhos e rosnou. — Guarde suas mãos. — a mulher recuou com a tonalidade hostil, viu o azulado dar meia volta e o mesmo foi atrás do seu machado. Voltando a cena onde já recolhiam o corpo do invasor, puxou o machado pelo cabo longo, apoiou o peso do metal no ombro e procurou algo para entender como o inimigo pode ter chegado tão perto da zona restrita, a ponto de invadir a quarentena humana. — Não devia estar com sua humana? — Áries, um capitão de guerra da mesma altura que Volkon cruzou os braços, enquanto mantinha o r**o escamoso em alerta. O espécime representava Braikor, sua raça e tinha uma trajetória tão poderosa e longa, quanto a de Volkon. De todas as criaturas de Starian ele era a única raça que possuía chifres e r**o. Era horrível, mas forte. Havia raças somente de chifres, outra somente com rabos, mas com os dois, somente os Braikor’s de sangue puro. Volkon tinha boas lutas com o espécime, o vendo ceder uma única vez para Galak e claro, Áries era extremamente irritante. Talvez por isso, fosse o seu colega de trabalho mais chegado. — Você não fica sem os teus chifres, eu não fico sem o meu machado. — Paladimus olhou ao redor e Áries sabia o que ele estava procurando. — Fizemos uma checagem, não tem mais ninguém. — ele bateu no ombro do combatente e lhe lançou um sorriso brincalhão — Sinto muito por isso. Seria seu primeiro encontro, primeiro relatório, cara que má sorte! Estamos todos loucos para ter uma fêmea só para nós, você é o primeiro com testes positivos e justos hoje, um ataque dos rebeldes. — Ficarei mais que honrado em lhe dar a graça do primeiro lugar. — resmungou com a brincadeira. — Tudo bem, eu vou lá f***r sua humana. — Áries arriscou, expandiu a arcada dentária e atiçou o instinto Stariano — Senti o cheiro dela de longe. — Volkon rosnou, involuntariamente e o vermelho sentiu-se satisfeito — Olha, você também sentiu? Não era bom? Não te deu vontade de sugar tudo? Volkon m*l se deu conta quanto atiçou o machado contra o combatente, que segurou o corte com uma única mão, envolto pelo instinto territorial que lhe acometeu. Áries segurou o braço grosso do azulado que escancarava os dentes com as presas, e o vermelho se divertia com o resultado. — É o instinto, meu nobre irmão. Estamos escassos de fêmeas. Marque a humana o quanto antes ou vamos nos matar de brigar. — Volkon simplesmente se achou um i****a e recolheu o machado sob o olhar cuidadoso dos demais — Ela ficou em isolamente por um bom motivo. Vê se não faz merda e salve Starian. — Eu odeio esta missão. — resmungou o grandão azul.. — Que se dane. Não nos tornamos capitão para opinar, foi para servir. A opinião é uma honra que só o General Galak tem. — Volkon recolheu o machado e deu as costas para o amigo, irritado com a droga do sermão — Boa sorte, estaremos assistindo seus relatórios na primeira classe. E Volkon respirou fundo, impaciente. Áries ainda o alcançou, tinha mais uma piada irritante para fazer, se não fosse pela presença de uma humana desastrosa e de traseiro nú, sair correndo em frente aos dois. — Dionísio! Dionísio! — ela se quer os viu, gritando por alguém que Volkon não fazia ideia de quem se tratava.
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