Princesa Do Mar

.•*¨*•.¸¸♪ Capítulo 61 ♪¸¸.•*¨*•.

•*¨*•. ¸¸♪ Aquele onde 20 clones quase matam Beerin ♪¸¸.•*¨*•.

Beerin observou a pequena bandeja com os olhos fixos. Renriel estava sentada no sofá o esperando e tirando um algodão doce que estava praticamente flutuando sobre a bandeja, tudo parecia normal.

"Algodão doce?" Ele perguntou com uma sobrancelha erguida.

Ela sorriu.

"Não se lembra?"

"Do quê?"

A capitã se inclinou, o rosto carregado de um sorriso brincalhão.

"Você disse que queria algodão doce ontem, antes de dormir. Passou a noite inteira resmungando sobre como gosta de algodão doce e queria muito comer um"

Ele sentiu suas bochechas queimarem.

"Eu não falei isso..."

"Ah... falou. Assim como falou: você me ignora... não me ignore, isso é cruel..." ela o provocou fazendo uma voz manhosa e um biquinho.

Beerin entrou em conflito. Ele deveria considerar aquilo adorável ou sentir vergonha por ter feito algo assim quando estava bêbado?

"Eu não..." ele parou "eu não estava errado"

Renriel ergueu uma das sobrancelhas.

"Você me ignorou e evitou por muito tempo" ele disse parecendo sentido enquanto se sentava ao lado dela.

A capitã bufou e antes que ele pudesse continuar com seu drama, ela se levantou e se aproximou dele. Beerin esperava por mais provocações, mas ela se posicionou atrás dele e os dedos de Renriel envolveram-se em seus cabelos.

"O que está fazendo?" Ele murmurou e ela sorriu.

"Te ajudando, não me pediu para não evita-lo? Então irei te tratar como tratava antes"

"Como antes?" O rosto de Beerin tomou a cor levemente rosada ao lembrar do que Cameron havida dito. De acordo com o assassino, Renriel e ele eram amantes, então o que exatamente queria dizer que ela agiria como antes?

"Não se preocupe, não irei te beijar se não quiser" ela zombou com os lábios próximos ao pescoço dele e Beerin só conseguiu pensar em como diabos ele poderia prestar atenção em seu café.

A capitã penteou seus cabelos com cuidado e como se estivesse acostumada, os amarrou ao fim com um pequeno laço após seca-los.

Ela sempre fazia isso?

"Costumava... pentear meus cabelos?" Ele perguntou pegando um pedaço de uma das frutas que provavelmente Mark havia cortado.

Renriel sorriu.

"Sim, gosto de como o seu cabelo é macio e você parece sempre ignora-lo" ela respondeu.

Beerin assentiu. Não havia ligado tanto para seus cabelos negros, por algum motivo parecia algo comum, mas Renriel os tratava com um cuidado quase religioso.

Após zombar do príncipe por algumas horas a capitã enfim o enviou para Lucien. Um Lucien bravo e impaciente que batia o pé no convés de Sírius como uma mãe furiosa que está prestes a deixar o filho de castigo por alguns séculos.

"6 horas e 47 minutos" resmungou fuzilando Beerin com os olhos.

"Eu estava..."

"bebendo com a minha filha, dormindo com a minha filha e flertando com a droga da minha filha!" o ruivo disse furioso e Beerin pode ouvir de fundo a risada de Cameron que continuava recostado a alguns barris como de costume.

Quem precisava de inimigos, não é mesmo? O fato era que ele não podia negar nenhuma das acusações e enquanto não negava, Lucien se tornava ainda mais bravo.

"Francamente! O que preciso fazer com vocês? Eu nunca vou ter um pupilo descente?"

O drama era nítido, mas Beerin não poderia cita-lo, não quando o havia causado. Mas para sua sorte, Lex podia e ele o fez.

"Cala a boca, nem você é descente" o mestre de armas disse "m*l chegamos a tarde e você já ta tagarelando. Alguém por favor mata ele de novo, lembre do porquê não senti falta desse projeto de tomate azedo"

A indignação presente no rosto de Lucien era cômica, mas Beerin não podia rir, então permaneceu parado enquanto olhava para o mar e fingia que o ruivo praticamente a sua frente não estava prestes a chorar por ter seu drama atrapalhado.

"Lex" Mark interviu - apenas para variar um pouco.

"O quê? Eu deveria mentir?"

"Não fale assim, você sentia tanta falta dele quanto nós"

"Negarei até a morte"

"Não muda o fato de que sentiu"

"Ta!" O mestre de armas olhou para Lucien outra vez, seus incríveis olhos de prata fuzilando o ruivo. O contrate dos cabelos brancos e longos que permaneciam presos a um r**o de cavalo e caiam pela pele n***a era o suficiente para deixar qualquer um sem fôlego.

Lex era como uma obra prima, pintada pelos deuses.

"Posso ter sentido sua falta, mas o excesso de drama deveria ter sido deixado no túmulo"

"Lex!" Mark o fuzilou com os olhos.

"Se eu ainda fosse seu capitão, eu te mandaria pra prancha" Lucien murmurou.

"Se ainda fosse meu capitão, eu nadaria com os tubarões com felicidade" o platinado devolveu e Mark bufou entre os dois.

"Se Lucien ainda fosse seu capitão, vocês continuariam aqui, porque são dois idiotas" resmungou "agora chega, vai Lex, você tem trabalho a fazer e Anusha" ele virou para o ruivo e lhe deu um selinho demorado "treine Beerin sem tentar mata-lo. Nossa filha gosta dele e nós também. Não pode mata-lo por te deixar esperando ou por dormir com Riel"

Por alguma razão, Beerin sentiu que Mark não se referia a deitar ao lado e adormecer e o calor subiu por suas bochechas.

"Vou tentar" Lucien disse enquanto fuzilava Beerin com o olhar "mas não garanto nada"

"Eu confio em você" Mark sussurrou com um sorriso e Beerin pensou: Eu não.

Mas talvez a confiança de Markel fosse suficiente, porque mesmo que Lucien ainda o olhasse como se o desejasse morto, Beerin saiu do seu treino com arranhões, mas com a cabeça no lugar. Sim, ele tinha que admitir, tinha sido assustador ver vinte clones de Lucien o atacando e perseguindo pelo convés, eles estavam tão empenhados em segui-lo que praticamente se tornaram imunes aos ataques ou toques exteriores.

Desde quando Lucien os havia deixado tão forte? Um simples toque não era mais suficiente para eles sumirem.

Naquele momento, Beerin pensou que estava morto. Que seu cadáver seria achado por Renriel e ela riria quando soubesse como aconteceu, seria humilhante, mas não.

Ali estava ele.

Vivo.

"Você fede" Cameron resmungou sentando ao seu lado.

"Eu to sangrando..." Beerin murmurou.

"Qual a novidade? Você sempre está sangrando ou desmaiando e quase morrendo"

Beerin abriu a boca para questionar, nem sempre, ele queria dizer, mas não era verdade? Pelo que havia descoberto... provavelmente era.

"Dessa vez não foi minha culpa" resmungou e o assassino riu.

"Na verdade foi"

Beerin o fitou incrédulo.

"O que eu fiz?"

"Fora se atrasar e dormir com a filhinha dele?"

O príncipe corou.

"Parem de falar assim! Eu só dormi na cama dela... e eu estava completamente bêbado..." seu rosto parecia prestes a explodir "vocês falam como se... como se..."

Cameron o fitou com um olhar malicioso e um sorriso zombeteiro.

"Como se tivessem trepado?"

Beerin sentiu que se fosse possível morrer de vergonha, ele morreria, porque sentiu Lucien as suas costas quando Cameron havia terminado de falar.

"Pronto pra uma segunda rodada?" Lucien perguntou e Beerin podia sentir os olhos verdes o fuzilando mesmo de costas.

"Piedade" pediu afundando o rosto nos próprios joelhos.

"Piedade? Por que eu deveria?" O ruivo resmungou e Beerin só conseguiu pensar: Mark... onde diabos está você quando eu preciso? Minha vida depende disso.

E era óbvio o porquê ele precisava de Mark, já que Cameron - parado ao seu lado -, ria enquanto batia palmas ao ver sua desgraça.

"Você é um amigo horrível" Beerin murmurou e o assassino assentiu.

"É um dos meus charmes".

Beerin se ergueu e Lucien que ainda o fuzilava se aproximou.

"30 clones dessa vez?" Perguntou sentindo cada um dos seus músculos doloridos. Ele podia quase ouvi-los gritar, mas não poderia atende-los, porque Lucien não tinha misericórdia.

"Escute bem, porque só irei falar uma vez" murmurou "se você machucar a Ren-Ren... clones vão ser o menor dos seus problemas" o ruivo disse e Beerin sentiu sua nuca arrepiar. Os olhos de Lucien pareciam mais escuros naquele momento e sua postura não era mais divertida e brincalhona. "Entendido?"

O príncipe engoliu em seco.

"Sim..."

A escuridão no rosto de Lucien se desfez e ele sorriu "Ótimo, agora vai tomar um banho" disse fazendo uma careta "você ta fedendo".

Os olhos de Beerin piscaram sem entender e Cameron bufou vendo o ruivo se afastar.

O que diabos havia acontecido? Ele não ia treina-lo? Ou tortura-lo? Havia acabado ali? Ele havia o dispensado?

Cameron apoiou uma das mãos em seu ombro e Beerin gemeu de dor.

"Melhor ir pro banho logo" o assassino sussurrou "antes que ele mude de idéia".

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