.•*¨*•.¸¸♪ Capítulo 42 ♪¸¸.•*¨*•.

1282 Words
.•*¨*•.¸¸♪ Aquele onde a dívida de uma vida ♪¸¸.•*¨*•. Beerin havia assistido enquanto o assassino e a capitã realizam um acordo por informações e quando as palavras de Cameron haviam sido ditas sobre a harpa, ele soube o que elas significavam. Renriel não poderia realizar o que desejava, não poderia trazer o antigo capitão de volta. Ele não sabia quem Lucien havia sido com exatidão e certamente se questionasse, não receberia da capitã uma resposta adequada, nada além do antigo capitão de Sírius ou talvez uma breve explicação sobre alto irrelevante feito por ele a algum tempo atrás. O ponto que era óbvio para o príncipe era o quão importante o tal capitão morto havia sido para Renriel, assim como também parecia ter sido para Cameron e Andrea (que dado o pouco que ele conhecia, pareciam nada mais que narcisistas e exibicionistas que não se importam com os outros ou com o mundo fora de suas mentes). Lucien era importante o suficiente para que eles se juntassem. Importante o suficiente para que entrassem em uma missão quase suicida de atravessar frotas de Fiesty para alcançar a possibilidade de ter uma harpa milagrosa em mãos. Item esse que nem mesmo sabiam se era realmente capaz de ressuscita-lo. Lucien era importante. Então, quando a capitã adormeceu pacificamente em sua cama o abraçando, Beerin se esgueirou para fora das cobertas e foi a procura do único que contaria o que ele realmente queria saber. O assassino que agora possuía a lâmina amaldiçoada – Rao, ou como a capitã o havia chamado, o demônio de olhos esmeralda. Saindo pela porta da cabine Beerin não precisou procurar muito pelo navio, afinal sabia que Cam não costumava ficar ali se não precisasse. Ironicamente era como se o mar o enjoasse e em 90% do tempo o assassino apenas abria suas asas e sobrevoava Sírius enquanto pensava em novas formas de ofender a todos sempre que abria sua boca com sua língua afiada. “Cameron” Beerin o chamou pelo nome, pela primeira vez desde que havia chegado ao navio. O vento gelado batia em seu rosto com certa vivacidade e a noite parecia mais violenta quando as ondas do mar batiam de forma concisa contra o casco de Sírius, quase como se o reconhecesse e tentasse se provar contra o navio que todos alegavam comanda-lo. Atrás do príncipe de olhos bicolores, um vulto surgiu descendo dos céus e recolhendo as asas que pareciam serem feitas de sombras e poeira estelar. “O que foi, princesa? Se perdeu após um pesadelo?” O assassino zombou e Beerin que já esperava que ele o fizesse, apenas virou-se para ele como se aquilo já nem mesmo o atingisse. “Pode chamar assim se preferir, mas... quero te perguntar algo” foi direto ao ponto. Cameron por sua vez, surpreendeu-se ao ver o príncipe assustado o fitar de forma tão séria e com uma expressão tão calma. Não havia pressa na voz de Beerin e mesmo que obviamente estivesse ali sem que Renriel soubesse, não havia medo. O assassino se questionava se aquele era um dos efeitos colaterais de se estar apaixonado – já não temer o outro –, ou se com o tempo o príncipe Beerin havia perdido o pouco de massa encefálica que lhe restava. Talvez ele houvesse batido forte demais na cabeça do garoto ou o derrubado muitas vezes; e se isso fosse verdade, Cameron quase se sentia culpado por ter “quebrado” o príncipe de Renriel. “Sabe como as coisas funcionam princesa? Você sempre pode me perguntar, mas nenhuma resposta é dada de graça” Cameron sugeriu com um sorriso, entrando no jogo do príncipe. “Então o que quer em troca?” Beerin perguntou e vendo a chance em frente aos seus olhos, Cam sorriu abertamente. “Depende do que quer saber, meu caro...” o assassino respondeu quase ronronando como um gato que espreita sua pobre vitima antes de brincar com ele entre suas patas. “Lucien” Beerin sussurrou “quero saber mais sobre ele... sobre... o porquê de quererem ele de volta” O sorriso de Cam vacilou por um momento, mas em seguida seus dedos deslizaram pelos fios negros os jogando para trás. Beerin querer saber mais sobre Lucien significava apenas uma coisa – ele havia entendido o que Cameron havia sugerido na cabine de Renriel. “Certo...” o assassino sibilou “mas como pretende pagar pela informação?” Ele questionou, porque mesmo que Cam desejasse que Lucien voltasse tanto quanto Ren e Andrea, ele ainda gostava de torturar Beerin e tê-lo entre seus dedos, como um gato que brinca de forma c***l e sem piedade com uma pequena presa, uma presa que nitidamente está destinada ao abate. “Você ainda é apenas um prisioneiro, um príncipe cativo de uma capitã pirata...” ronronou “o fato de que divide a cama com essa capitã... de que treina com seu imediato o uso de magia e tem o assassino te espancando todas as manhãs é apenas uma parte... diferenciada dentro dos padrões, mas nada disso muda o seu lugar aqui nesse navio, príncipe Beerin” O príncipe de olhos bicolores esboçou um sorriso que não alcançou as duas orbes que brilhavam a luz das estrelas, uma purpura como a alma daqueles que estavam destinados a magia n***a e o outro tão carmim e vivo quanto o sangue que corria por suas veias. “Eu sei” “Então?” Cam o provocou “o que tem a me oferecer?” “A divida de uma vida” Beerin sussurrou com os lábios frisados em um sorriso. Os olhos de Cameron arregalaram-se em surpresa. “Você por acaso sabe do quê está falando?” “Sim” Beerin afirmou “É a dívida de uma vida em troca de informação” Era óbvio o porque da dúvida de Cameron e o príncipe sabia exatamente sobre o que aquilo se tratava, era um juramento por toda a sua existência. E era algo que ele estava disposto a fazer para poder ajudar Renriel. Algo que estava disposto por sua capitã. Cameron soltou um riso soprado, seus olhos fecharam-se por alguns segundos enquanto ele se perguntava se aquilo era real. “Certo...” ele se viu respondendo enquanto estendia a mão esquerda para o príncipe e um fio n***o flutuava em torno do pulso do assassino. Sem pensar duas vezes o príncipe segurou a mão de Cameron e quando seus dedos se entrelaçaram, o fio dourado que flutuava em torno do pulso de Beerin uniu-se ao fio n***o de Cameron, o dourado misturava-se ao preto e já não se sabia onde um se iniciava e o outro se encerrava. “Que assim seja” Beerin murmurou. “Que assim seja” Cameron sussurrou. “Agora” o príncipe suspirou “me conte sobre Lucien” ✶✶✶ .•*¨*•.¸¸♪ Sumário♪¸¸.•*¨*•. A dívida de uma vida: um trato realizado entre duas almas, um contrato que prevalecerá por existência. Ambos os lados concordam em ligar-se um ao outro por toda a eternidade e após os termos serem estabelecidos, não poderão ser alterados. Um dos lados oferecerá algo e o outro pagará com o algo a ser restaurado ao primeiro lado; quando a dívida de uma vida for evocada pelo lado que a recebeu, o outro lado não pode recusar qualquer que seja o desejo do primeiro lado. A dívida de uma vida não pode ser quebrada, evitada ou burlada.
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