.•*¨*•.¸¸♪ Capítulo 54 ♪¸¸.•*¨*•.

2124 Words
.•*¨*•.¸¸♪ Aquele onde a capitã conta a verdade ♪¸¸.•*¨*•. Beerin adormeceu. Em algum momento do instante em que todos saíram até minutos seguintes, o príncipe adormeceu. Seus olhos pesavam mesmo que sua cabeça não doesse – como o loiro que parecia preocupado anteriormente havia pensado. Em meio ao seu sono, não houve pesadelos, sonhos ou qualquer outra coisa. Foi apenas um sono comum, passageiro, calmo e sereno. Por algumas horas. Quando seus olhos se abriram, a moça de cabelos ruivos e olhar estrelado estava sentada em uma poltrona que parecia voltada para o quarto. Ela ainda tinha o mesmo rosto preocupado de antes. Ainda parecia pensar demais. “O que houve?” Ele se viu questionando enquanto erguia-se na cama. A mulher sorriu. “Me desculpa, deve ser estranho... alguém ficar te olhando dormir” “Um pouco” admitiu “mas... confesso que é um pouco menos estranho quando quem está olhando é tão bonita” Ela o fitou surpresa por sua resposta e Beerin pode jurar que um tom avermelhado surgiu e sumiu rapidamente das bochechas da ruiva. “Renriel... certo? Era esse seu nome?” Perguntou mesmo tendo certeza de que ainda se lembrava. Mas qualquer desculpa era válida para ouvi-la falar, ele havia descoberto que gostava da voz dela. Era doce, suave. Agradável de se ouvir. “Sim, Renriel” ela murmurou tentando se recompor “bom... você... deve estar com fome” disse apontando para uma mesinha próxima aos sofás. Ela estava repleta de frutas, chá e bolinhos que pareciam deliciosos. Beerin sorriu. Não podia negar que sentia fome naquele momento. “Confesso que estou, obrigado.” Disse com um sorriso e sem rodeios perguntou enquanto levantava da cama “você me faria companhia? Ao menos pode me falar o que quer falar enquanto aproveita um chá” Ele havia notado que ela queria falar algo, na verdade por alguma razão ela parecia obvia demais quando estava perto dele. Renriel ela fez uma careta quando ele mencionou o chá, mas ainda assim aceitou e o acompanhou até a mesa, mas diferente do que ele esperava, ela não simplesmente começou a falar, então, ele a instigou. “Certo...” Beerin disse levando uma torradinha com geleia de morango a boca “o que queria me dizer?” A ruiva respirou profundamente e seus olhos vaguearam pelo lugar em busca de ajuda, uma ajuda que ele e ela sabiam que ela não teria. Por um momento, Beerin quase se preocupou com o que ela teria a falar, mas por alguma razão, ele tinha a impressão de que nada de r**m poderia vir da mulher ruiva que o olhava com certo brilho no olhar. “Bom...” Renriel mordeu o lábio e depois voltou os olhos de céu estrelado para Beerin “lembra-se de como Cam...” ela parou, lembrando que ele já não sabia quem era Cam. “O homem alto de cabelos negros e olhos verdes” Beerin sorriu. “Ah, certo... o que me chamou de príncipe e se vestia como um c*****o?” “Exato” ela parecia respirar com dificuldade, mas após ouvi-lo um sorriso escapou por seus lábios. “Cam o chamou assim porque... você é um príncipe” Beerin a fitou com uma sobrancelha erguida. “Eu sou um príncipe? Em um navio pirata?” Não era que ele não acreditasse, mas por alguma razão, aquelas palavras não pareciam certas ao serem postas na mesma frase. Era isso que chamavam de senso comum? A ruiva sorriu, um sorriso que não alcançou seus olhos estrelados. “Sim... eu planejei o seu sequestro a três meses atrás, então... no dia do seu casamento, invadi a fortaleza impenetrável de Asaph e te sequestrei antes que se casasse com a rainha de Fiesty” murmurou e Beerin sentiu algo em seu peito suavizar ao notar que não havia arrependimento na voz da ruiva. “Você é meu prisioneiro, o príncipe herdeiro de Asaph, Beerin Amarilis Angelov, aquele que possui o sangue da fênix” Fênix. Beerin sentiu um toque quente em seu ombro e jurou poder sentir alguém sorrindo ao seu lado. Era como uma confirmação de que tudo que a ruiva dizia, era verdade. “Ah...” sorriu “mas... pera...” ele voltou seu olhar para a ruiva “disse que sou um prisioneiro, certo?” “Sim” ela respondeu sem pestanejar, as mãos apoiadas na cadeira em que estava. Beerin olhou para baixo, para seu quadril onde havia duas rapier e sua bota onde podia sentir uma adaga. Prisioneiros não deveriam estar armados. Então reparou em suas vestes que pareciam tão limpas que ainda conseguia sentir o cheiro das flores que foram usadas ao lava-las, seu cabelo arrumado e preso por uma fita em um r**o de cavalo, e havia até mesmo rastros de poções mágicas de alta qualidade em seu sangue – ele soube mesmo que de certa forma, ainda não entendesse como conseguia detecta-las. “Se sou um prisioneiro, por que eu tenho armas?” Questionou. A ruiva abriu a boca para lhe responder, mas foi uma voz vinda da porta do que ele suspeitou ser a cabine, que respondeu. “Porque você treina comigo todos os dias” a voz pertencia ao ruivo de olhos verdes, aquele que havia o olhado com certo carinho e o único que não parecia tão preocupado quando ele enfim despertou, o mesmo que parecia... saber algo sobre sua perda de memória. Beerin franziu as sobrancelhas em total descrença. “Treino?” Ele fitou Renriel em busca de respostas, mas ela apenas sorriu. “Você também estuda sobre desenvolvimento mágico, história da magia e evolução mágica com o meu marido” o ruivo acrescentou. “E também tem um caso com a capitã” Cam disse com um tom de deboche e Beerin olhou para a ruiva com surpresa em seu rosto. “Tem certeza que sou... um prisioneiro? Porque tenho quase certeza que não é assim que se trata um prisioneiro” “Eu que o diga” Cam resmungou “quando me prenderam na prisão de Sírius por roubar a arma da Riel, fui tratado igual lixo” choramingou e Beerin não pode evitar a vontade de rir do sofrimento do moreno. “Cala a boca, Cam” a ruiva resmungou e engolindo em seco, olhou para Beerin. “Eu sei que pode... parecer muito confuso, mas... sim. Tudo isso é verdade, você... é o príncipe de Asaph e também nosso prisioneiro, mas...” “Mas todos nós gostamos de você” o ruivo disse com um amplo sorriso se aproximando da mesa “sei que é cedo para mim, porque... bom, você me ressuscitou e faz pouco tempo que te conheço, mas todos no navio gostam de ti. Eles cuidam de ti e...” ele olhou para Renriel “a verdade é que você não é um prisioneiro nesse navio a muito, muito tempo” Aquelas palavras fizeram algo no peito de Beerin aquecer. Algo do qual ele ainda não se recordava o significado e que talvez, não se recordasse nunca. “Então... o que vai acontecer?” Se viu questionando enquanto olhava para a ruiva. Ele era um príncipe raptado, ela o devolveria? Ela o usaria de outra forma? Mas Renriel apenas deu de ombros. “Eu havia decidido bem antes de você perder a memória, mas... acho que não cheguei a falar para você” ela o fitou, aqueles lindos e grandes olhos de céu estrelado se direcionando diretamente para ele "quando chegarmos a águas serenas, provavelmente teremos informações de Asaph sobre a negociação sobre a sua volta, mas... voltar ou não é uma escolha sua. Você... não é mais um príncipe prisioneiro e muito menos alguém fraco, você é... o herdeiro de Asaph e se quiser retornar a ele e tomar a coroa...” “Nos ajudaremos” foi Cameron que disse e Beerin pode ver a surpresa no rosto da ruiva se tornar um sorriso gentil. “Não me entenda errado, eu te acho fraco demais para reinar um lugar como Asaph” o moreno disse dando de ombros “mas... o reino é seu e eu sempre quis matar um rei” O príncipe olhou para os três que estavam agora a sua frente e se viu sem palavras. Beerin havia dito que não se lembrava de nada, mas a verdade era que isso era uma leve mentira. Ele sabia sobre os reinos, sabia sobre seus governantes e se recordava da personalidade do rei que os três a sua frente diziam ser seu pai. Dizer que se recordava de tudo aquilo seria mentira, já que tudo que tinha em sua mente era como informações lidas de um livro a muito, muito tempo atrás, mas ainda assim, ele sabia que sua noiva – Eilidh Frésia –, era uma filha do inverno e podia juntar 1 + 1 para entender que seu casamento era tudo, menos por amor. Era um casamento político que estava fadado ao fracasso. Então mesmo que tudo fosse verdade, por que ele voltaria? Eles tinham bem mais a ganhar com a volta dele, do que ele, então... por que dar a ele a escolha? “Estão me dizendo que... vocês cuidaram de mim, que me treinaram e colocaram todo um plano que parece ter sido bem complicado de se executar em risco porquê... se importam comigo?” Questionou e Cameron quem respondeu com certa zombaria. “Basicamente? Sim. Acho que é o que acontece quando você acaba se apaixonado pelo seu prisioneiro. É tudo culpa da Renriel” Era obvio que ele estava se divertindo com aquilo e então Beerin se deu conta das palavras do moreno. Ele havia dito que a ruiva e ele, tinham um caso. “Então... também está me dizendo que nós...” o rosto de Beerin voltou-se para a capitã e ela desviou o olhar parecendo envergonhada, o que o príncipe não conseguiu evitar de considerar adorável. “Nós temos um caso? Acho que fui um noivo bem r**m” brincou e a capitã pode sentir suas bochechas esquentarem com a vergonha que assolava enquanto Beerin se divertia com suas reações. “Pois é, de um príncipe assustado para um adultero” Cameron debochou “você evoluiu muito, princesa” Beerin sorriu enquanto tomava um gole do seu chá. Era doce, mas não o suficiente para deixa-lo enjoado. ✶✶✶ .•*¨*•.¸¸♪ Sumário♪¸¸.•*¨*•. Asaph: reino localizado no continente n***o do sul. Governado por Abellio – Rei regente. Fiesty: reino localizado no continente gélido ao norte. Governado por Eilidh. Em Fiesty é de conhecimento geral que apenas mulheres podem reinar. Fortaleza impenetrável: As muralhas que cercam a capital de Asaph – onde vive o rei Abellio. Conhecida por ser incapaz de ser invadida ou destruída. Águas Serenas: Uma ilha localizada na parte superior Leste do mundo. Ela é protegida por inúmeras magias e artefatos, tendo sua entrada permitida apenas por aqueles que carregam os nove mares em seus corações. Fênix: uma criatura fabulosa, única de sua espécie. Suas chamas douradas eram capazes de curar toda e qualquer enfermidade. A lágrima da fênix era capaz de tornar imortal aquele que a bebe e suas penas são consideradas como itens maravilhosos, capazes de potencializar feitiços e poções. Rapier: é um tipo distinto de arma branca, uma espada comprida e estreita, popular desde o período Medieval até a Renascença. São geralmente descritas como sendo espadas com a lâmina relativamente longa e fina, ideal para golpes de perfurações e uma proteção guarda-mão com complicados filetes de metal, o que a torna uma bela arma, podendo ser usada na esgrima artística (mesmo não sendo uma arma própria para o desporto). A lâmina pode ter largura suficiente para cortar a golpe, mas o poder da rapieira vem da sua habilidade de perfuração. Rapieras podem ter gumes com fio de corte só dum lado, com fio de corte dum lado só da ponta até ao meio (como descreveu Capoferro), ou podem ter gumes completamente cegos. Poções mágicas: itens raros e de difícil acesso. Apenas a nobreza consegue comprar poções mágicas já que são preparadas com igredientes caros e se precisa de muito estudo e habilidade para prepara-las com sucesso. Poucos magos são capazes de cria-las, sendo um total estimado de apenas 3% dos magos conhecidos e registrados nos reinos - aqueles capazes de fabricar poções. Aos serem ingeridas as poções deixam para trás rastros no sangue daqueles que as utilizou, mas apenas alguém capaz de manipular magia de cura pode detectar esses rastros.
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